O MÉDICO DE TURQUEL
Começou montado a cavalo no exercício da sua profissão, a curar quem dele precisasse. Em 64 anos sanou muitos males, ajudou 5370 bebés a nascer.
(…) O médico de Turquel entregou a sua carteira profissional em 2004, aos 93 anos. Ele era uma espécie de João Semana – curou achaques diversos, ajudou muita gente a nascer. E arrancou muitos dentes.O médico nasceu em 1911 na Quinta de Vale de Ventos, um couto agrícola dos frades do Mosteiro de Alcobaça. Foi o terceiro de dez filhos. O pai dele trabalhava na pecuária e negociava com juntas de bois – ninguém imaginava que Joaquim pudesse um dia chegar à terra, doutor, formado em Coimbra, pronto a curar todos os males.(…) na mocidade calcorreava a Serra dos Candeeiros e os campos à volta no lombo de um cavalo: “Sempre fui bom a galope”. A habilidade para as coisas equestres deu-lhe na mocidade a alcunha de ‘O Cavaleiro’, quando desfilava em Coimbra, muito aprumado, no Batalhão Universitário da Legião Portuguesa. (…)
Começou montado a cavalo no exercício da sua profissão, a curar quem dele precisasse. Em 64 anos sanou muitos males, ajudou 5370 bebés a nascer.
(…) O médico de Turquel entregou a sua carteira profissional em 2004, aos 93 anos. Ele era uma espécie de João Semana – curou achaques diversos, ajudou muita gente a nascer. E arrancou muitos dentes.O médico nasceu em 1911 na Quinta de Vale de Ventos, um couto agrícola dos frades do Mosteiro de Alcobaça. Foi o terceiro de dez filhos. O pai dele trabalhava na pecuária e negociava com juntas de bois – ninguém imaginava que Joaquim pudesse um dia chegar à terra, doutor, formado em Coimbra, pronto a curar todos os males.(…) na mocidade calcorreava a Serra dos Candeeiros e os campos à volta no lombo de um cavalo: “Sempre fui bom a galope”. A habilidade para as coisas equestres deu-lhe na mocidade a alcunha de ‘O Cavaleiro’, quando desfilava em Coimbra, muito aprumado, no Batalhão Universitário da Legião Portuguesa. (…)
A BATA EM VEZ DA FARDA
(…) “Eu fiz a instrução primária na Benedita. Ia a cavalo num burro para a escola, aí a uns seis quilómetros.
” Quando aprende a ler e escrever, o pai dele acha que basta. Não fosse um curandeiro da terra intervir, Joaquim nunca tinha chegado longe nos bancos da escola. O progenitor convence-se. O rapaz vai de burro apanhar o comboio ao Valado, para ficar internado num colégio na Figueira da Foz.
Feito o quinto ano do liceu, ruma a Santarém para continuar os estudos e depois à capital. “Tinha um tio que era cónego, o Manuel Luís, prior na Sé Patriarcal de Lisboa; de modo que fui fazer os preparatórios para entrar na escola de guerra. Era a minha ideia, mas não tive notas que chegassem.” (…) preferia a farda à bata branca. “Mas os meus colegas disseram-me: ‘Vamos lá para o Porto que até é mais barato! Vamos para medicina!...”Livre como um passarinho, Joaquim ruma à Invicta. “Chegámos sem saber ao que íamos, e ainda lá estive dois anos, tirando o primeiro ano do curso. (…)
O CAVALEIRO DE COIMBRA
” Quando aprende a ler e escrever, o pai dele acha que basta. Não fosse um curandeiro da terra intervir, Joaquim nunca tinha chegado longe nos bancos da escola. O progenitor convence-se. O rapaz vai de burro apanhar o comboio ao Valado, para ficar internado num colégio na Figueira da Foz.
Feito o quinto ano do liceu, ruma a Santarém para continuar os estudos e depois à capital. “Tinha um tio que era cónego, o Manuel Luís, prior na Sé Patriarcal de Lisboa; de modo que fui fazer os preparatórios para entrar na escola de guerra. Era a minha ideia, mas não tive notas que chegassem.” (…) preferia a farda à bata branca. “Mas os meus colegas disseram-me: ‘Vamos lá para o Porto que até é mais barato! Vamos para medicina!...”Livre como um passarinho, Joaquim ruma à Invicta. “Chegámos sem saber ao que íamos, e ainda lá estive dois anos, tirando o primeiro ano do curso. (…)
O CAVALEIRO DE COIMBRA
(…) Troca o Porto por Coimbra e lá faz os cinco anos do curso para médico. (…)Joaquim Guerra forma-se no final de 1940. Nesse ano, antes de regressar a casa para exercer clínica, ainda tem tempo para o último desmando da juventude. No dia em que a Académica derrota o Benfica por 5-4 na final da Taça de Portugal, termina a noite na esquadra do Rossio, depois de alcoolizados desacatos na Baixa de Lisboa. Tinha feito a festa pelo desaire benfiquista.
À MINGUA DE DOENTES
Com o canudo na mão, Joaquim Guerra regressa a contragosto a Turquel. (…) começar a actividade de clínico em terra pequena.O tempo passa, a família mima o médico novinho em folha, que de médico tem pouco – não tem doentes. (…)Mas um dia, em casa dos Guerra, lá aparece um homem aflito, a pedir ajuda para o mal de pele que pôs a sua mulher de cama. Aparelha-se o cavalo do doutor. “E lá fui eu, direito que nem um fuso, para tratar a minha primeira paciente.” Na receita passa umas pomadas para a vermelhidão. Em vão. “Quando o homem me aparece a queixar-se que a mulher estava pior, fiquei tão triste...” O mal acabou com mezinha caseira: óleo de trigo pincelado com uma pena de galinha, receita da mãe do Doutor Guerra. “Eu disse cá comigo: ‘Ora abóbora, andei cinco anos a estudar para isto ’ Quando voltei a casa da mulher, já não ia tão emproado.” Aplicada a mezinha, a doente melhora a olhos vistos. A fama do doutor espalha-se de Turquel à sede do concelho, Alcobaça
(excerto de uma reportagem publicada no Correia da Manhã 16-01-05)
O Doutor Joaquim Guerra foi um dos fundadores do HC Turquel, sendo inclusive o sócio nº1, tendo falecido em Dezembro de 2006 com a bonita idade de 95 anos.
(excerto de uma reportagem publicada no Correia da Manhã 16-01-05)
O Doutor Joaquim Guerra foi um dos fundadores do HC Turquel, sendo inclusive o sócio nº1, tendo falecido em Dezembro de 2006 com a bonita idade de 95 anos.
Publicamos agora o resultado da Sondagem efectuada neste espaço em que os visitantes foram questionados, sobre quem vencerá este troféu.
Só uma grande pessoa, poderia ter estado na base da criação de um grande clube, como é o HC Turquel.
ResponderEliminarUma ideia:
ResponderEliminarQue tal para o ano, na 2ª edição da Taça Dr, Joaquim Guerra, tentar que mais equipas participassem para fazer duas séries, com a final four no Pavilhão do Turquel, era uma justa homenagem a tão ilustre pessoa.
Grande Obrigado ao Dr. Joaquim Guerra, por tudo o que fez e continua a fazer pelo Hoquei em Patins.
ResponderEliminarParabéns ao Gavancho "Junior" ;-)
ResponderEliminarGrande abraço da Suiça.
Pedro