Foi um pavilhão muito bem composto aquele que recebeu a 1ª jornada da poule de apuramento do campeão nacional da 3ª divisão. Frente-a-frente o vencedor da zona Centro, ACR Santa Cita e o vencedor da zona Sul, Sporting CP. Com arbitragem de Joaquim Carpelho de Setúbal e Miguel Guilherme de Lisboa as equipas fizeram alinhar:
ACR Santa Cita: João Martins, Nuno Nobre, David Vieira, Tiago Pereira e Zig
Banco: Renato Godinho (gr), Tiago Barreiro, André Conde, Rui Nunes e Rui Oliveira (c)
Tr. Luís Miguel Cunha
Banco: Renato Godinho (gr), Tiago Barreiro, André Conde, Rui Nunes e Rui Oliveira (c)
Tr. Luís Miguel Cunha
Sporting CP: Igor Alves (c), André Pimenta, Jorge Silva, Marinho e Gonçalo Alves
Banco: Pedro Santos (gr), Bernardo Neves, João Alves, Hugo Nascimento e Hugo Lourenço
Tr. Quim Zé
O jogo começa com a equipa da casa a tentar “assenhorear-se” do controle da partida, e a não permitir que o Sporting explanasse o seu jogo, e com apenas um minuto e meio decorrido Tiago Pereira inaugurava o marcador. O golo madrugador deu ainda mais confiança à equipa de Luís Miguel Cunha que passado cerca de dois minutos e depois de uma jogada bem delineada aumenta a vantagem para 2-0 por David Vieira a passe de Nuno Nobre.
O Sporting CP demorava a encontrar-se e o Santa Cita sob a batuta de Zig ia dominando a partida, sendo a equipa mais perigosa. Gonçalo Alves a grande referência da equipa Leonina era incapaz de desequilibrar, apesar da sua técnica refinada e muito acima da média, da potência e facilidade de remate, João Martins (com uma exibição excelente) ia negando qualquer tentativa do jovem Leonino, que jogava apenas no ataque, deixando a tarefa defensiva para os seus 3 colegas, e o Santa Cita ia aproveitando essa situação para pressionar o ultimo reduto verde e branco.
Quando o cronometro assinalava 09’ 58’’ para o final Nuno Nobre derruba Hugo Lourenço junto à tabela no enfiamento da sua área e o arbitro da partida mostra-lhe o cartão azul e aponta o respectivo livre directo, que Gonçalo Alves desperdiça. Na sequência deste lance Tiago Pereira agora no enfiamento da área Leonina sofre uma falta idêntica a que motivou o cartão azul a Nuno Nobre, mas a dupla de arbitragem apenas aponta a marcação da mesma, sem mostrar o respectivo azul e o consequente livre directo.
Faltavam 07’ para o final quando Gonçalo Alves em jogada individual, e na recarga a uma excelente defesa de João Martins faz o 2-1. Até ao final da 1º parte, mais dois ou três lances junto de ambas as balizas, mas com os respectivos guardiões a dizer presente e a não permitirem que o resultado se alterasse.
Intervalo: ACR Santa Cita 2 - Sporting CP 1 Faltas: 9-5
A 2ª parte começa praticamente com a 10ª falta da equipa de Santa Cita, e Gonçalo Alves chamado á marcação volta a permitir a defesa de João Martins. E quem não marca, geralmente arrisca-se a sofrer, Nuno Nobre numa jogada corrida faz o 3-1, faltava 21’36’’ para o final.
O jogo ia decorrendo na mesma toada da 1ª parte, com o Sporting a procurar dar a volta ao marcador, e a Santa Cita muito concentrado e a não permitir veleidades, nomeadamente a Gonçalo Alves, soberbamente marcado por David Vieira, que fez uma exibição excelente. Face a alguma inércia de Gonçalo Alves, era Hugo Lourenço que pegava na equipa e ia causando algum “frisson” na defesa da equipa da casa. Com 5’ minutos decorridos Tiago Pereira tem uma perda de bola “infantil” e Hugo Lourenço aproveita para reduzir para 3-2. Foram breves os festejos Leoninos pois Marinho vê o cartão azul e Nuno Nobre chamado à marcação do livre directo não desperdiça a oportunidade e faz o 4-2 com 19’27’’ para jogar.
O Sporting procurava dar a volta ao marcador e aumentava a pressão sobre a equipa adversária, obrigando-a a cometer alguns erros e Tiago Pereira viria a cometer uma falta, que lhe valeria o cartão azul. Gonçalo Alves novamente chamado á marcação do livre, volta a permitir a defesa de João Martins, e o Sporting pela 2ª vez na partida não tira proveito do facto de estar a jogar em power-play.
Com 13’ minutos decorridos a equipa Leonina atinge a 10ª falta e Nuno Nobre chamado a marcar o livre directo, não consegue levar a melhor sobre Igor Alves (que efectuou uma exibição excelente) e perde soberana oportunidade de aumentar a contenda. O mesmo na viria a acontecer com David Vieira que chamado a marcar uma grande penalidade assinalada contra a equipa Leonina com 11’11’’ para jogar, na recarga fazia o 5-2.
Estava para chegar o minuto fatídico para a equipa do Santa Cita, com 9’51’’ para jogar, Gonçalo Alves numa seticada e longe faz um golo de belo efeito e reduz para 5-3. Desconcentrou-se a equipa da casa, que passado apenas 9’’ comete falta merecedora de grande penalidade, que Gonçalo Alves chamado a marcar, permite a defesa de João Martins, mas na recarga com um gesto de execução técnica perfeito, faz uma picadinha e coloca o marcador na diferença mínima 5-4. Não terminaria esse fatídico minuto sem que Marinho empatasse a partida, 5-5 a 9’14’’ do final.
O jogo estava agora partido e não havia táctica que resistisse, os jogadores de ambas as equipas procuravam desfazer a igualdade e seria Joka a conseguir tal feito, 5-6 estava consumada a reviravolta para a equipa Leonina a 6’ do fim da partida.
Com pouco mais de 4’ para jogar o Santa Cita atinge a 15ª falta e Hugo Lourenço chamado a marcar faz o 5-7, festejado efusivamente pelos jogadores Leoninos. Pensou-se no pavilhão que a história do jogo estava delineada, mas foi puro engano, pois Rui Nunes a 2’ do final ganha uma bola na meia pista, (os jogadores Leoninos ficam a reclamar falta), e endossa-a Nuno Nobre que perante o desamparado Igor faz o 6-7.
O jogo corria para o final, mas ainda houve tempo para a 37’’ do final ser assinalado um penalti contra o Sporting CP que Nuno Nobre chamado a marcar, não desperdiçou, estabelecendo o resultado final.
Final: ACR Santa Cita 7 - Sporting CP 7 Faltas: 16-12
Em termos gerais podemos dizer que foi uma excelente partida de hóquei em patins, com bons executantes de ambas as partes e onde todos se empenharam do 1º ao último minuto para que a vitória sorrisse para as suas cores. Se o Santa Cita tem um plantel curto e isso foi visível nalguma quebra física, que motivou a reviravolta Leonina, apesar de depois ter conseguido ir buscar forças, onde se pensava que já não existiam, o Sporting CP tem um plantel bastante jovem onde depois a experiência de Hugo Lourenço e Jorge Silva, aliada à genialidade de Gonçalo Alves, que para mim teve um senão, não sei se por fazer parte das suas características, se por opção técnica, que é o facto de não defender, e se realmente este sistema resultou na zona Sul e a prova está á vista, vitórias em todos os jogos disputados, em zonas como a Centro ou Norte, mais técnicas e mais físicas, poderia vir a revelar-se uma opção errada, mas como disse anteriormente, esta é apenas a minha opinião.
Este empate acaba por ser mais benéfico para a equipa de Quim Zé do que para a equipa de Luís Miguel Cunha, e pelo facto de ter mencionado o nome de ambos os treinadores, e claro mais uma vez na minha opinião, acho que poderiam ter feito um pouco mais e lido melhor a desenrolar da partida, pois numa fase destas do campeonato, um treinador que tem a sua equipa a vencer por 3 golos de diferença, ou que a sua equipa consegue a reviravolta para dois golos de vantagem, tem de ter argumentos técnicos para manter essa vantagem, e isso não aconteceu, é claro e mais uma vez friso que é a minha opinião e consciente que da bancada é muito mais fácil, mas fica o reparo.
A equipa de arbitragem acabou por fazer uma exibição segura, com um ou outro erro, para ambos os lados, mas bem tecnicamente e sempre controlando a partida.
Nota final para o muito publico que acorreu a Santa Cita, para puxar pelas suas equipas, ou apenas para ver uma boa partida de hóquei em patins, como foi o caso, e ainda para a presença de várias figuras do hóquei patinado português desde dirigentes a jogadores. Também foi notada a presença de Bruno Carvalho, um dos candidatos às eleições do Sporting CP realizadas há pouco tempo.
Fotos: Barros Simões
1 comentário:
Boa crónica, até na análise do trabalho dos dois treinadores, que foram sem dúvida o elo mais fraco deste jogo, parabéns Sr. Gavancho, verifico também que se o Sr. se tivesse enganado ou analizado mal o jogo, choviam comentarios, mas como fez muito bem o resumo do que se passou, ninguem diz nada, olhe eu agradeço.
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