segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

VOLTAR...??? TALVEZ MAIS TARDE

Foi pela mão de João Maria Vaz, que deu as primeiras “patinadelas” no Albano Mateus. Enquanto Infantil-B esteve presente em todos os Encontros Nacionais (1999, Poiares, Arazede, 2000 Grandôla e 2001 Pessegueiro do Vouga). Campeão distrital em vários escalões representa o União FE nos nacionais da categoria e a Selecção Distrital da APR em Oeiras 2005 e Aljustrel 2006. A época passada abandona o clube do Entroncamento, e passa a treinar em Tomar na Gualdim Pais, esta época surge como reforço da equipa júnior da J. Ouriense. Foi no Entroncamento que fomos encontrar o Eduardo Fernandes para tentar compreender estas mudanças.
CA – Bom dia Miguel, morar no Entroncamento, estudar em Castelo Branco e jogar em Ourém, como consegues conjugar isso tudo?
EF – Ora antes de mais bom dia amigo Gavancho e obrigado pelo convite para participar no Cartão Azul. Bem, isso é algo um pouco difícil de conjugar, por visto estar a estudar em Castelo Branco, apenas posso treinar à sexta-feira, o que veio quebrar um pouco o ritmo que tinha antes, mas, tal como sempre ouvir dizer, “quem corre por gosto, não cansa”.
CA – Representaste o União FE desde os Infantis-B até aos Juniores, o que te levou a abandonar a equipa do Entroncamento?
EF – É verdade, foram doze anos a vestir a camisola preta e branca, mas por vezes há situações que acontecem, que, ao fim de outras tantas, já não podem passar em branco, como se costuma dizer. Penso que toda a gente sabe os motivos principais de ter abandonado o União no Natal do ano passado, e embora muitos pensem que foi por “birra” minha, não foi isso que aconteceu, foram uns desentendimentos com o treinador da equipa júnior da época passada, o Guilherme, que impediram de continuar o trabalho no clube. O presidente do clube foi informado na semana a seguir do que se tinha passado, e marcámos uma reunião, onde informei que não tinha condições para continuar no clube. O mais caricato foi pouco tempo depois o mesmo treinador ter sido despedido das suas funções, ainda fica no ar o porquê de apenas ter sido despedido depois de um jogador, e agora não interessa o atleta em causa, ter abandonado o clube.

CA – A época passada depois de abandonares o União e para manteres a forma, treinaste no Gualdim Pais, a ideia era esta época jogares pela equipa Nabantina, até por uma questão de distância em relação ao Entroncamento, ou a estadia em Tomar relacionou-se apenas com a necessidade de não parares de praticar a modalidade?
EF – Sim, muito provavelmente, a ideia era continuar no Gualdim esta época, se o clube apresentasse equipa júnior. Claro que a questão da distância Entroncamento-Tomar foi algo que também ajudou, visto ser mais perto de casa, logo mais económico. Houveram mais convites, como por exemplo, do Santarém, onde o Sr. Francisco Mogas entrou em contacto comigo a fim de eu integrar a equipa júnior do Santarém para não parar de praticar a modalidade.
CA – Na Gualdim encontraste um adversário de muitas “lutas” e companheiro de selecção, o Filipe Almeida considerado por muitos o melhor jogador Ribatejano em actividade. Qual a tua opinião?
EF – Este “encontro” com o Filipe Almeida já deveria ter acontecido no início da época em causa, mas encontrá-lo após uma ligeira paragem de ritmo, foi algo que motivou, pois queria regressar à forma e ele foi uma grande ajuda, tal como o resto da equipa, o Luís, o João Leitão, o André Silva, o Daniel e o Rafa. Já agora aproveito para mandar um abraço a todos eles.
CA – Ainda na Gualdim conviveste com um dirigente que sempre te elogiou e afirmou que te gostaria de ver com as cores do seu clube, o João Almeida (a quem aproveito para enviar um forte abraço de amizade e votos de Boas Festas), queres deixar aqui algumas palavras para ele?
EF – Embora tenha sido por pouco tempo, gostei da experiência de trabalho com o Sr. João, pois sempre pude contar com ele para qualquer eventual situação que acontecesse. Em relação a jogar com as cores do Gualdim, desde alguns anos para cá que isso é algo sempre a pensar no início de cada época.

CA – Como aparece a Juventude Ouriense na tua carreira?
EF – A Juventude Ouriense apareceu na minha carreira a convite do Hélder, treinador dos juniores e seniores do Gualdim Pais na época passada. Ele sabia que era minha intenção continuar na equipa, mas visto ter-se transferido para a Juventude e que a mesma iria reunir e organizar um equipa júnior, fez-me o convite para participar e dar o meu contributo a esta equipa jovem, o qual eu aceitei com todo o agrado.
CA – Como está a decorrer a época até ao momento?
EF – Estamos em quarto lugar, o último lugar de acesso ao nacional, e pode-se dizer que estamos a fazer uma boa época, para um equipa que está a jogar junta pela primeira vez. Houveram alguns jogos complicados no início, visto ter-mos começado a trabalhar já um pouco tarde, mas nada que agora não melhore.
CA – A aventura J.Ouriense é para manter com os olhos postos nos seniores, ou tudo depende da tua carreira académica?
EF – Claro que a carreira académica está sempre em primeiro lugar, visto que o nosso país não apresenta as melhores condições para que um atleta se concentre apenas na modalidade, mas a aventura JO é para continuar, pelo menos é de minha vontade continuar, estou a gostar bastante da experiência, temos uma boa equipa, só temos que continuar a trabalhá-la com vista no nacional.
CA – No curto espaço de um ano conheces duas realidades diferentes da que estavas habituado, uma em Tomar outra em Ourém, levando em conta que no Entroncamento conheceste duas realidades bem diferentes (na minha opinião) uma, o União com o João Maria, outra sem João Maria. Queres fazer um comentário a este respeito?
EF – Sem dúvida alguma, em Tomar e em Ourém a realidade é um pouco parecida, visto o treinador e alguns elementos da equipa serem os mesmos, há muita união e respeito por parte de todos, parece mesmo que “estão todos no barco a remar para o mesmo lado”, o que é bom e é disso que o hóquei precisa neste momento, mas é bem diferente da realidade vivida durante este tempo todo. No União em que comecei, com o Sr. João Maria, a entrega à modalidade era muito maior, quer por parte dos jogadores quer por parte dos dirigentes, e até por parte do público que vinha ver os treinos e os jogos. O Sr. João gastava connosco (atletas) imenso do seu tempo, estava lá de tarde até à noite para nós, para nos ajudar e passar os seus ensinamentos. O União actual, acho que está à vista de todos, que anda um pouco à deriva, e parece que ninguém está a conseguir deitar-lhe mão. Do pouco que sei do trabalho que o Mário Serra tinha preparado para o clube, penso que iria ser o que União está a precisar, trabalho sério com pessoas que saibam o que andam lá a fazer.

CA – Da equipa que cresceu contigo, restam 4 ou 5 jogadores, actualmente nos juniores do União, entretanto uns por motivos de lesões, outros por que opção abandonaram a modalidade, e estou a falar do Nuno, do Júlio, do João Teixeira, do Sotero por exemplo, se houvesse uma “varinha mágica”, que vos juntasse todos outra vez, achas que tínhamos de novo no União um crónico nos nacionais de juniores e os seniores uma equipa onde se poderiam reforçar sem perder qualidade?
EF – Penso que sim, isso era equipa mesmo da época do Sr. João Maria, embora não seria possível juntar todos, acho que era uma tarefa bastante complicada, visto alguns terem seguido outras modalidades, onde têm, actualmente, mais sucesso.
CA – Vamos voltar a ver o Eduardo Fernandes a vestir a camisola do União?
EF – Neste momento, não sei mesmo. Para voltar, há muita coisa que tem que mudar, pessoas que têm que abandonar o clube e outras que gostaria que lá estivessem para me receber, mas claro é algo que gostaria que acontecesse mais tarde.
CA – Como é passar a semana e viver numa cidade como Castelo Branco em que o hóquei pura e simplesmente não existe, nem condições para a prática do mesmo?
EF – Ao início foi um pouco complicado, pois estava habituado a treinar quase todos os dias, e aqui nem espaço para praticar tenho, mas graças à internet consigo manter-me actualizado, quase diariamente, de um pouco de tudo que se passa no hóquei.
CA – Miguel, obrigado pela disponibilidade, e desculpa o tempo que te roubei nesta época de frequências, e o fica o espaço disponível para transmitires o que quiseres aos nossos visitantes.
EF – Não há problema nenhum amigo Gavancho, agora só em Janeiro é que elas começam de novo, e para este “bichinho” arranja-se sempre tempo e disponibilidade. Aproveito para desejar um Bom Natal e uma boa entrada em 2010 a todos os visitantes do Cartão Azul e um abraço a ti, e que estejas rápido por aqui connosco.

Fotos: Eduardo Fernandes e Carlos Clemente

5 comentários:

Nuno Gavancho disse...

Boa sorte para o que resta da época, meu irmao :)

Ainda quero ir ver uns jogos teus no nacional ;)

Abraço

Anónimo disse...

A forma como te entregas ao jogo, é mais que elucidativa do grande jogador que és.
Seja o lance que for, não regateias esforços para teres a "posse de bola".
Um pouco mais de calma, seria o ideal, no entanto quero-te dizer Eduardo, estamos muito satisfeitos por representares as cores da J.O., não só pelo jogador que és, como também pela pessoa que começamos a conhecer. Esperamos poder continuar a contar contigo bem como, com os teus colegas de equipa, cuja maioria, nunca tendo representado a J.O., demonstram pelo hoquei um gosto especial, suando a camisola até á exaustão.
Bem Hajam!!!

Um Ouriense

Anónimo disse...

Eduardo,

Normalmente não costumo participar em discussões nestes espaços porque prefiro fazê-lo cara a cara e em local próprio. Mas como tolerei muito jogo deste da tua parte, e não vejo neste espaço a preocupação do clube em esclarecer a verdade sobre um antigo colaborador seu… às “situações que (…) já não podem passar em branco”, vou acrescentar algumas outras:

Não tenho nem nunca tive nada contra o jogador Eduardo, excepto quando faltou ao respeito aos colegas e treinador, situações que foram pronta e imparcialmente disciplinadas. Pelo contrário, considerava-te uma mais-valia estratégica (em termos desportivos) para o clube conforme te verbalizei.

Quanto às birras, começaram na reunião com os pais dos atletas (organizada por minha iniciativa e sem presença de responsáveis do clube), quando o teu pai queria resolver assuntos de épocas anteriores e eu o travei. Se os pais têm uma grande influência nos filhos destas idades, podem-nos levar por bons caminhos mas também os podem destruir…

Desentendimentos resolvem-se conversando. E acho que ainda não tiveste nenhum treinador que falasse e tentasse pôr os jogadores a falar tanto como eu. Agora, toda a gente sabe que não sou de apaparicar este ou aquele jogador. Não o faria contigo (como me aconselharam) nem com outro qualquer.

Quanto ao jogador que saiu e que despoletou o meu alegado despedimento, não sei o que te transmitiram ou imaginaste porque, nem sei de que jogador estás a falar, nem me despediram. Depois de uma reunião com o então responsável de secção – meu irmão – em que me foi transmitido que o clube iria requerer mais tempo de utilização de alguns juniores na equipa sénior, fui eu que lhe comuniquei que não estaria disposto a continuar nesses termos pois achava que essa situação iria tornar os treinos inviáveis (como se verificou quando mais tarde a equipa JÚNIOR passou a treinar 1 VEZ POR SEMANA!!!!!).

Agora um aparte: é pena que a classificação continue a ser a prioridade dos dirigentes, ainda que em escalões de formação (porque era isso que aquela equipa de juniores era após muito tempo mal aproveitado). O curso de treinadores mais simples ensina o contrário…

gnoronha
(Guilherme Noronha)

Anónimo disse...

A evolução que a equipa teve ao longo dos anos,vários titulos distritais, base de 2 selecções AP Ribatejo e a sua importância no actual plantel senior do União mostram outra realidade.

Anónimo disse...

Caro anónimo. Se tiver intenção ou, pelo menos, curiosidade num eventual comentário/desenvolvimento à sua frase, sugiro que se identifique...

gnoronha

(CUIDADO: comentar como anónimo prejudica gravemente a sua dignidade!)