quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

TRABALHO, RIGOR E SERVIR PORTUGAL

A decisão foi tomada nos finais de Novembro, e Luís Duarte sucedia a Luís Sénica no comando da Selecção Nacional de Juniores. Luís Duarte é um treinador com um curriculum que fala por si, além disso conjuntamente com Carlos Pires iniciou as famosas Clínicas de Verão, actualmente, e para bem da modalidade, um pouco espalhadas por todo o país. Mas agora o desafio é outro e o Cartão Azul foi tentar saber junto de Luís Duarte, qual o seu projecto para as cores nacionais e qual a sua opinião em relação às novas regras e o estado actual do hóquei patinado Português.
CA – Bom dia Luís ficaste surpreso com o convite, ou já existiam contactos para que o mesmo se tornasse realidade?
LD – Olá, bom dia. Desde que deixei de estar ligado a um clube, pensei sempre que mais tarde ou mais cedo poderia surgir um convite, mas para a FPP foi um pouco surpresa, mas também sabia que poderia acontecer. Os contactos surgiram em meados de Outubro, e foi de fácil acordo a minha integração na Direcção Técnica Nacional.

CA – O que podemos esperar de ti enquanto seleccionador nacional?
LD – Como sempre muita ambição, muito trabalho, muito rigor, e acima de tudo servir PORTUGAL e a Federação Patinagem de Portugal.
CA – Objectivos a curto e médio prazo?
LD - Objectivos a curto prazo: a observação de atletas que poderão integrar os centros de treinos nacionais para a selecção sub 20 que irá representar Portugal no europeu em Itália no próximo ano e GANHÁ-LO; ser formador nos cursos de treinador e em outros projectos da FPP. A médio prazo, a continuação ligado à modalidade
CA – No próximo Europeu, Portugal além de candidato natural, tem que defender o título conquistado em Hamm, Alemanha em Setembro de 2008. Irá este factor colocar mais carga nos atletas, ou pelo contrário será um incentivo para a conquista do ceptro?
LD – A carga é normal e o objectivo é aproveitar todos os factores para provocar incentivos para a conquista do ceptro, e a conquista em 2008 será de certeza um incentivo.
CA – Vice-campeão Mundial em 2007 no Chile, perdendo na final para o eterno “carrasco” a vizinha Espanha, achas que as “lições aprendidas” nesse campeonato e que vieram a dar frutos no Europeu de 2008, são suficientes para “assaltar” o título na 4ª edição do Campeonato do Mundo de Sub-20, ou com todas as mudanças que houve na modalidade, terá que se pensar em novas tácticas e técnicas para atingir o lugar mais alto do pódio?
LD – Portugal foi vice-campeão Mundial também em 2009, em Itália, e penso que as derrotas fazem-nos evoluir muito mais. Quem pára no tempo é o relógio caso esteja estragado ou sem pilha. No Hóquei em Patins, tem que se pensar dia a dia e evoluir. PORTUGAL tem que assumir sempre, e assume, que vai para os campeonatos para ganhar, mas nem sempre os ganha. No entanto, o mais importante é tentar, saber que tem que dar tudo por tudo para representar as cores nacionais da melhor forma possível. Não há dúvida nenhuma que as novas regras trazem diferentes opções, podendo surgir atletas que podem tirar mais partido, e tentar explorar ao máximo as possibilidades das novas regras para ter sucesso durante o jogo.
CA – Qual a tua opinião em relação á escolha do Rui Neto para Seleccionador Nacional, até pelo facto de terem de trabalhar em conjunto pois a equipa de Juniores, é que irá “alimentar”, a equipa principal?
LD – Penso que, os resultados em Viana no último ano falam pelo trabalho realizado do Rui. Mas como é o Seleccionador Nacional, é o melhor, e todos temos que apoiá-lo para ter sucesso. Da minha parte, estou disponível para ajudar toda a DTN.

CA – Luís qual a tua opinião em relação ás novas regras? Quais os factores positivos e negativos que as mesmas trouxeram ao hóquei em patins?
LD – Eu, penso que só veio melhorar as equipas mais fortes tacticamente e psicologicamente. Em relação aos aspectos positivos, a diminuição do tempo total de jogo, a diminuição da quantidade de faltas, o maior número de golos por partida, a possibilidade de existir a vantagem numérica, a possibilidade de existirem mais livres directos e penaltis, a incerteza até ao fim do resultado, a melhoria que tem que se fazer em qualidade do treino. Em relação aos aspectos negativos, sem dúvida as novas regras que necessitam de tempo para que todos os agentes (e os países) estejam em sintonia e utilizem o mesmo rigor.
CA – Tem-se falado muito, e escrito muito acerca da modalidade, que a mesma está a perder protagonismo, praticantes, tempo de antena. Subscreves estas afirmações, ou pelo contrário achas que a modalidade está a pouco e pouco a recuperar o tempo perdido, e as actividades como os “Clinics”, e os torneios de final de época como por exemplo os 3x3, estão a devolver vigor e projecção à mesma?
LD – Quando comecei a treinar, lembro-me de existir treinadores de nível II, acções de formação organizadas pela ANTHP e pouco mais. Actualmente, existem: Simpósios Internacionais, cursos de treinadores de nível I, II, III, informação via internet do HP, acções de formação, palestras. As actividades "Clínicas de Verão", quando iniciamos, não havia ninguém, porque as do Paulo Batista e Carlos Dantas tinham terminado, e agora existem várias espalhadas pelo país, como também os torneios 3x3 que também organizamos e fomos pioneiros na sua organização ligados às Clínicas de Verão. Por isto tudo, acredito que estamos no bom caminho, mas também admito que relativamente ao tempo de antena (televisão) estamos menos bem do que há alguns anos.
CA – A nível da tua disponibilidade no que concerne a tempo disponível Selecção Nacional e Clínicas de Verão são compatíveis? Ou na orgânica das Clínicas está completado a eventual falta de tempo de um dos organizadores?
LD – O projecto das "Clínicas de Verão tem 9 anos, o mais antigo e duradoiro mesmo a nível mundial, mas não é por isso que o fazemos, mas sim porque e com objectivos muito claros de fornecer a todos os participantes algo nosso. Eu sou professor de Educação Física e na altura das Clínicas estarei de férias da escola, por isso, a disponibilidade é compatível e estamos a começar a organizar já as Clínicas de 2010. Tanto eu como o Carlos Pires temos disponibilidade para este evento.
CA – Sendo tu um dos pioneiros das Clínicas de Verão, ou “Clinics” como agora são chamadas, o que é que as mesmas vieram trazer ao hóquei em patins?
LD – Os pioneiros em Portugal, caso não me engane foram o Paulo Batista e o Carlos Dantas. Como disse anteriormente, nós iniciamos sabendo que estes dois grandes treinadores de HP Nacional não iriam organizar Clínicas. Em relação ao que trouxeram ao HP, penso que foi a continuidade de estar ligado a modalidade que os jovens atletas tanto gostam durante as suas férias hoquistas, uma forma de realizar outras amizades, tanto nacionais como estrangeiras (Alemanha, Espanha, Inglaterra), ter conhecimento de vários atletas a nível nacional e a suas valências, a opiniões e sugestões que nos dão.
CA – O facto de as mesmas estarem actualmente (e ainda bem na minha opinião), um pouco por todo lado, vieram desvirtuar o conceito inicial das mesmas, ou pelo contrário vieram fortalecer a modalidade e dar mais maturidade e experiência aos jovens que frequentam esses eventos?
LD – Sem dúvida que vieram fortalecer os factores que tu enuncias, porque alguns destes jovens atletas realizam em mais de que um local os estágios de férias desportivas.

CA – Em três anos conseguiste um título distrital de juniores, o quarto lugar na final-four de juvenis e pela primeira vez na história do Parede FC colocar três equipas nas competições nacionais. Este ano em Maio foi-te comunicado pela direcção do clube que não contava contigo para a próxima época. Quais os motivos que levaram o clube a prescindir do treinador que colocou de novo o Parede FC na rota do hóquei?
LD – A história do Parede F. C., a quem eu muito respeito, é muito superior ao que, eu como treinador de seniores, juniores e coordenador do clube, em conjunto com os restantes treinadores fizemos neste curto
espaço de tempo, mas é com orgulho que digo que tive também muitas pessoas, e essencialmente treinadores e ao Pedro Mendes, que vai acompanhar-me agora como adjunto nos Sub 20 muito bons a trabalhar comigo que fizemos esta curta história. Foi neste tempo, também, e como objectivo inicial do projecto por mim apresentado, uma página na internet, e depois o surgimento da Parede TV, pioneira em Portugal pela mão de um treinador do clube. O quarto lugar na final four de juvenis é da responsabilidade do Professor - Treinador Nuno Carrão, em que eu era apenas o Coordenador do clube. As opções de minha saída do clube foram essencialmente a vontade da direcção seguir outro rumo, outras ideias.
CA – Luís resta-me agradecer a tua disponibilidade para esta entrevista, e fica o espaço à tua disposição para o que quiseres dizer/divulgar aos nossos visitantes
LD – Antes de mais, um bem haja pelo teu regresso, que penso que este espaço como todos os outros que divulgam a modalidade por amor a camisola o fazem. Penso que temos todos que ter mente aberta a pensar no melhor para o Hóquei em Patins.

Fotos: Mundo OK, Clinicas de Verão e Cartão Azul

5 comentários:

fabiop disse...

Quero desejar ao Luis tudo do melhor nesta sua nova aventura.
Tenho muita pena que o Parede não o tivesse aproveitado...Um grande abraço!!
Fábio Pereira

Anónimo disse...

Desejo as maiores felicidades ao Luís que conheço bastante bem. Sobre o Parede e as dívidas que o Clube tem nem me apraz dizer nada. UMA FANTOCHADA E UM ESCANDALO
Tiago José

Unknown disse...

Amigo e Carissimo Colega Luís Duarte!!! Quero deixar um grande abraço e os meus mais sinceros e sentidos parabéns!!! (Luís Gonçalves - Colega da ULHT e colegas na escola IBMUCANA, Luís do Fitness)

Lena Pires disse...

Muitos Parabéns Luís!!! Um óptimo ano e muitos sucessos pessoais e profissionais! O Parede ficou a perder, mas Portugal ficou a ganhar. Muitos beijinhos da amiga e ex-colega da IBN MUCANA,Helena Pires

Anónimo disse...

O Parede so não ficou com o Luis Duarte porque não tinha dinheiro para lhe continuar a pagar o ordenado que ele ganhava era incomportavel para o clube....Em 4 anos de clube o clube ficou apenas a dever-lhe 2 meses o que não é mau de todo.Afinal não é assim um clube tão mau como o querem fazer.Esta a passar dificuldades mas é um clube honrado e com muito carisma no hoquei ainda e se o clube deve alguma coisa ao luis duarte o Luis tambem deve ao clube Visto que foi o bom trabalho que ele lá fez e as condições que lhe proporcionaram que ele teve o convite que teve.
Quero aqui dizer que o Luis fez um bom trabalho no Parede.Será que a saidateve só a ver com dinheiro?Apesar do valor dele?que é muito?