quarta-feira, 30 de maio de 2007

ESPAÇO ABERTO

O Critério dos Juízes

Em muitas conversas sobre o funcionamento dos nossos tribunais, todos já ouvimos comentários sobre os diferentes critérios. “Este juiz é mais calminho” ou “os juízes dali gostam é de despachar as coisas” são o pão-nosso de cada dia. Se para o advogado que conhece algum magistrado em particular o critério é apenas um decisor na estratégia, para um advogado acabado de cair no mesmo sítio esse factor ambiental pode levar à derrota nos primeiros casos. Será justo que ele os perca apenas porque não levava uma inconsequente (pensava) gravata azul?

Nalguns desportos este fenómeno também acontece. Vemos constantemente caras genuinamente espantadas ou irritadas de jogadores e treinadores das duas equipas, não só com a natureza das decisões dos árbitros mas também (o que interessa para este tema) com a severidade da interpretação. Uns porque acham que é demais, outros porque acham que devia ser mais!
Como pode um árbitro expulsar um jogador quando outro árbitro apenas lhe dava uma pancadinha nas costas e/ou uma observação sarcástica?

Ainda há pouco tempo ouvi na televisão um treinador de futebol que, quando questionado face aos múltiplos critérios, afirmou que indicava aos jogadores para jogarem com maior ou menor agressividade consoante o árbitro. Isto é um sinal de que a “personalidade” do árbitro pode afectar o previsto normal desenrolar do jogo, tirando-se por vezes ilações de que está a favorecer uma equipa inadvertida ou mesmo propositadamente.
Assim, quando percebemos que quando cá aparecem árbitros de Lisboa para apitar equipas de Lisboa estas parecem claramente favorecidas, talvez isso se deva ao planeamento em função de um árbitro que conhecem! (E daí talvez não...)

Não deviam os árbitros, para defesa da sua própria imagem e da verdade desportiva, procurar incansavelmente atenuar as diferenças de critérios entre eles?

gnoronha – Guilherme Noronha

1 comentário:

Unknown disse...

Sim, acho que sim.

Mas não deveriam os adeptos mais esclarecidos evitar o preconceituoso "(...)quando cá aparecem árbitros de Lisboa para apitar equipas de Lisboa estas parecem claramente favorecidas(...)".

Duas notas mais.

Fomentar a ideia de que "não faz parte" nem do jogo nem do espectáculo o insulto e a má educação quer para com os adversários quer para com a equipa de arbitragem. É sempre preferível apoiar a nossa equipa.

Extripar do seio das equipas aqueles dirigentes que incendeiam, porque não sabem nem de regras nem de hóquei nem de nada, mas sabem insultar voficerando tudo e todos é uma medida urgentíssima.

Uma anedota.

Para jogo entre equipas da IIDiv foi nomeada uma equipa de arbitragem composta pelos, seguramente, dois dos melhores árbitros nacionais.

Insulto dum "dirigente" à primeira falta assinalada contra a sua equipa:

"Só mandam para aqui mªª** desta!"