O AC Tojal clube da freguesia de São João do Tojal no concelho de Loures que esta época irá disputar o Nacional da III Divisão zona Sul conta com nada mais, nada menos de seis jogadores Ribatejanos no seu plantel, «já chegamos a ser mais Ribatejanos que Alfacinhas» diz Mário Martins ao Cartão Azul.
Na época passada a equipa do AC Tojal ficou em 6º lugar no Nacional da III Centro. Chegou à final-four da Taça APL, tendo cometido a proeza de eliminar o GD Sesimbra na Taça de Portugal. Esta época a equipa reforçou-se dando mais opções ao técnico Pedro Crespo. O Cartão Azul deu um salto até Coruche ao encontro de Mário Martins, que para além de jogador do AC Tojal é o treinador da equipa de Juvenis (Sub-17) do GC "Os Corujas" para saber como está o "Ribatejo" para os lados de Loures e os objectivos para a presente temporada.
CA - Bom dia Mário. Como se juntam tantos Ribatejanos a representar um clube da região de Lisboa?
MM – Bom dia Francisco. Por motivos profissionais e académicos 4 deles estão a residir em Lisboa. Eu juntei-me ao grupo na época passada e este ano levo mais um Coruchense comigo, o Ricardo Graça. O João Montez foi o primeiro a juntar-se ao grupo e convidou o João Xavier. O Eduardo Simões foi treinado pelo Pedro Crespo na seleção da universidade e foi convidado a juntar-se. Entretanto fui, e este ano o Eduardo convidou o Carlos Tomaz que estava sem jogar desde a passagem pelos Tigres.
CA - Para além do Mário Martins quem são os outros jogadores, qual a sua terra e o clube onde se iniciaram para a modalidade?
MM – Os outros jogadores são: João Montez e João Xavier de Almeirim, começaram nos Tigres. Eduardo Simões e Carlos Tomaz de Tomar, começaram no SC Tomar. Ricardo Graça de Coruche, iniciou nos Corujas.
CA - O AC Tojal vai disputar a III Sul quais os objectivos para esta época?
MM – Os objectivos continuam a ser os mesmos, manter unido este grupo fantástico, lutando pela vitória em todos os jogos e se possível ir estragando as contas aos candidatos ao título.
CA - Olhando para as equipas da III Sul quem achas que são os favoritos à subida e as equipas que lutarão pelos lugares cimeiros?
MM – Na época passada não defrontamos estas equipas, logo não é fácil fazer uma análise muito exacta. À semelhança da época passada na zona centro, acho que o campeonato vai ser muito equilibrado mas penso que o CS Marítimo e o CACO partem como 2 fortes candidatos aos lugares cimeiros. Aproveito para deixar um abraço a mais um Coruchense por Lisboa, Hernâni Domingos que representa o CACO.
CA - Depois da "gracinha" de na passada época terem eliminado o GD Sesimbra este ano no sorteio serão conhecidos como "tomba-gigantes"?
MM – A Taça de Portugal dá-nos a oportunidade de defrontar clubes de outras divisões e na época passada fizemos 2 bons jogos, mas tal como nós houve outros clubes a eliminar clubes de escalões superiores. Seremos apenas o AC Tojal...
CA - Vamos agora falar de ti. Quem é o Mário Martins, onde começou a jogar hóquei e como chega ao AC Tojal?
MM – Eu moro no Rebocho, uma aldeia a cerca de 10 km de Coruche, aprendi a patinar aos 3 anos nos Corujas e foi lá que fiz toda a minha formação desde Infantis a Sénior. Há 4 anos o clube deixou de ter equipa Sénior e fiz uma breve passagem de 3 anos pelo futsal onde curiosamente encontrei outros ex-hoquistas. O ano passado e porque a vida pessoal me permitiu, decidi voltar ao hóquei. O meu amigo João Montez sempre disse que a porta estava aberta e achei que era a altura ideal. Também já conhecia alguns jogadores porque tinham sido meus colegas em Coruche, outros já os conhecia de torneios e apesar de nunca ter trabalhado com o nosso treinador, também já o conhecia e sabia da sua vontade em juntar-me a este grupo de amigos que é muito mais que uma equipa. Vou então começar a 2ª época com as cores do AC Tojal.
CA - Para além de jogador sénior, também és técnico dos Sub-17 dos Corujas. Como consegues conciliar as duas situações devido a localização de ambos os clubes e a distância entre os mesmos?
MM – Conciliar é a parte mais difícil. Os treinos são nos mesmos dias e os horários impossíveis de conciliar, logo só posso dar um treino por semana em Coruche e vou treinar uma vez por semana ao Tojal. Só se torna possível porque tenho a compreensão dos dois clubes e em Coruche trabalho com o Prof. Ricardo Raposo, pessoa que admiro e respeito bastante, ensinou-me a patinar há 25 anos atrás, já foi meu treinador e há 11 anos que trabalhamos juntos na formação dos Corujas.
CA - Como vês actualmente os escalões de formação no Ribatejo e até que ponto a junção Ribatejo/Lisboa/Leiria está a dar os seus frutos?
MM – Os escalões de formação no Ribatejo tem obtido alguns bons resultados e apesar de todos os problemas que o país atravessa acho que o resultado final é positivo. Sem ter acesso a números, penso que já tivemos menos clubes por escalão e menos atletas. Em relação à junção destas três regiões penso que é positiva, traz maior competitividade ao campeonato e as equipas que chegam ao nacional têm certamente outro ritmo.
CA - Como natural de Coruche não podia deixar de te fazer esta pergunta. O que têm faltado aos Corujas para apresentarem uma equipa sénior no Nacional da III Divisão e como está a modalidade nas margens do Sorraia nos outros escalões?
MM – Coruche está isolado no que ao hóquei diz respeito, para apresentar essa equipa é preciso existir formação para dar jogadores aos seniores ou é necessário um investimento maior. De Almeirim têm vindo alguns jogadores para a formação mas por motivos académicos há sempre jogadores a sair e não é fácil manter essa equipa Sénior. Nos escalões de formação vai-se tentando “lutar” contra a muita oferta a nível desportivo, actualmente temos os Sub-17, Sub-13 e uma equipa de Bambis.
CA - Mário resta-me agradecer a tua disponibilidade e fica o espaço aberto para alguma mensagem que queiras deixar aos adeptos do AC Tojal e dos Corujas e claro aos visitantes do Cartão Azul. Obrigado
MM – Eu é que agradeço a oportunidade e parabéns pelo excelente trabalho que tem feito em prol do hóquei. Em relação ao AC Tojal e aos Corujas a mensagem é a mesma, a promessa de muito trabalho e espero que seja uma época cheia de alegrias. Para todos os visitantes do Cartão Azul, um grande abraço e vemo-nos pelos pavilhões.