O jogo grande da 7ª jornada da 2ª Divisão Sul, foi ontem disputado em Almeirim, tendo como principal motivo de interesse, ver como reagiria a equipa da “Capital da Sopa da Pedra” à alteração do comando técnico, no dia em que Diogo Ganchas se estreou como “Timoneiro” d’Os Tigres.
Apesar do jogo se ter realizado às 21 horas de um dia de semana, o pav. Alfredo Bento Calado registou a sua melhor assistência da época, muito por força da rivalidade existente entre estes 2 clubes, ou não estivéssemos perante um dos maiores clássicos do HP Ribatejano.
Foi então perante uma plateia muito bem composta que a partida se realizou.
Equipa Inicial:
17- Carlos Coelho (Pilé) Gr.
4 - André Martins (Kéké) (Cap.)
55 - Márcio Nunes
5 - André Gaspar (3)
28 - Paulo Passos (1)
Reforços:
26 - João Galão
2 - Rui Oliveira
8 - Hugo Morais
45 - Ivan Mamedov
10 - João Patrício Gr.
O jogo começou, com as equipas a procurarem perceber as intenções adversárias, com posses de bola prolongadas na tentativa de jogarem pela certa evitando erros ofensivos, que potenciassem contra-ataques aos adversários.
Os primeiros 5 minutos esgotam-se nesta toada, até que no espaço de 1 minuto a equipa da casa constrói 3 situações consecutivas de muito apuro para a baliza Nabantina, Gaspar e Márcio na sequencia da rápidas saídas em contra-ataque, e também Paulo Passos com a 1º tentativa de desfeitear Daniel Leal, através da execução de uma picadinha, vindo por detrás da baliza.
Os Tigres galvanizam-se e de novo Paulinho executa uma picadinha primorosa, que desta feita termina com a bola dentro da baliza forasteira, estava feito o 1º golo da equipa da casa, num lance de antologia deste pequeno/grande jogador.
Estavam decorridos cerca de 8 minutos de jogo e no Tomar regista-se a 1ª alteração, com David Costa a render Pedro Martins, mas quem estava claramente por cima era a equipa da casa, e cerca 2 minutos após o 1º golo, surge o 2º da autoria de André Gaspar, que em mais uma transição muito rápida numa situação de 3x2, recebe a bola corredor direito e flete para dentro da área, finalizando na “cara” de um desamparado Daniel Leal, em mais um golo de belo efeito.
No Tomar entra David Vieira para o lugar de João Lomba, mas nem com estas alterações a equipa Nabantina consegue suster o ímpeto dos Tigres, que chegam de novo ao golo e novamente pelo stick do jovem Gaspar, na marcação eximia de um LD a castigar uma falta cometida sobre ele próprio por David Costa, que seria admoestado com o cartão azul.
Era claro o desnorte da equipa de Nuno Domingues, que faz reentrar Pedro Martins e pede de seguida o seu tempo técnico, quando estávamos a meio desta 1ª parte.
Na verdade, este “time-out” veio tranquilizar a equipa visitante, que começou a ser mais perigosa no ataque, valendo aos Tigres em algumas situações, a atenção de “Pilé” que com excelentes defesas ia garantindo o nulo na sua baliza.
A 9 minutos do fim e apercebendo-se que o Tomar estava paulatinamente a ganhar ascendente no jogo, Diogo Ganchas pedo o seu 1º “time-out” da época, que viria a ser muito importante, pois apesar de continuar a pertencer ao Tomar a maior percentagem de posse de bola, os Tigres voltaram a ter o controlo das operações, defendendo com acerto e mostrando grande maturidade na gestão da posse de bola, afastando muito as linhas quando em posse, para dificultar o pressão alta que o adversário cada vez mais ia tentando fazer.
Foi nesta toada que o jogo chegou ao intervalo, sem mais nenhuma ocorrência digna de registo.
Intervalo
HC Os Tigres 3 vs 0 SC Tomar
Faltas de equipa 2 - 9
2ª Parte
No reatamento da partida, o Tigres mantem os mesmos 5, enquanto no Tomar regressa David Costa no lugar de Pedro Martins .
Registo para o facto da equipa Nabantina iniciar este 2º tempo “à bica” da 10ª falta, muito por força da estratégia adotada de pressão a toda a pista em grande parte do 1º período.
Apesar dessa condicionante, o Tomar tinha que continuar a arriscar, mas a sua tarefa poderia ter ficado ainda mais complicada logo no 1º minuto, quando, o capitão Ivo Silva simula ter sido rasteirado dentro da área adversária, sendo a sua equipa penalizada com a 10ª falta.
Desta feita Paulo Passos não consegue concretizar, mas passado pouco mais de 1 minuto o mesmo Paulinho é enganchado por David Costa, que vê o azul pela 2ª vez na partida, sendo André Gaspar de novo eleito para tentar a conversão, o que acaba por acontecer através de uma excelente execução, dando 4 golos de vantagem à equipa da casa, perante uma plateia cada vez mais ao rubro.
No Tomar, entra pela 1ª vez Edgar Costa e pouco minutos depois a equipa Nabantina chega aquele que viria a ser o seu tento de honra, com João Lomba a rematar de fora da área e a trair Pilé, que não terá visto a bola partir, por acção do bloqueio de Hernâni.
Faltavam 16 minutos para serem jogados e na altura não era espectável que o resultado estivesse fechado, na verdade não foi por falta de oportunidades que não existiram mais golos na partida, pois elas foram surgindo em bom número até final, com realce para:
Gaspar, Márcio e Paulinho terem cada um desperdiçado a oportunidade de levarem a contagem na conversão falhada de 3 livres directos, enquanto que do lado do Tomar foi o capitão Ivo Silva a desperdiçar por 2 vezes no mesmo lance, visto os árbitros terem mandado repetir o livre directo de que beneficiou.
Destaque ainda para uma bomba de João Lomba que bateu nos 2 postes da baliza à guarda de Pilé e caprichosamente não quis entrar e para o facto de o jogo ter terminado com o Tigres em vantagem numérica em pista.
Em resumo, uma vitória incontestada da melhor equipa em pista, com Os Tigres a demonstrarem uma alma enorme e um grande espirito de sacrifício (os 5 jogadores fizeram os 50 minutos), bem espelhado no rosto de Kéké “enorme capitão Almeirinense”, que mal o jogo terminou, ficou prostrado no chão depois de ter dado tudo o que tinha para dar.
No sábado Os Tigres viajam até Nafarros e espera-se que esta estreia auspiciosa de Diogo Ganchas seja confirmada.
Crónica/Fotos: José Carlos Gaspar