segunda-feira, 3 de dezembro de 2007

AZUIS DA DISCÓRDIA - PARTE I

Azuis a mais, azuis de castigo que levam á discórdia. Desde a época passada que três cartões azuis acarretam um jogo de suspensão. A regra foi introduzida, mas nunca reuniu o consenso por parte dos treinadores, que tiveram mais uma dor de cabeça para gerir os seus (curtos) planteis. A contestação subiu de tom esta época e os árbitros defendem-se.

Para o presidente do Conselho Nacional de Arbitragem da Federação de Patinagem de Portugal (FPP), Agostinho Silva, os árbitros estão sempre condicionados aos regulamentos…e não só: «Limitam-se a cumprir as leis de jogo e se não o fizeram são eles os prejudicados pela avaliação que os delegados técnicos fazem do seu trabalho.»
No entanto, o responsável máximo pela arbitragem admite que o critério de análise de cada árbitro pode influenciar o número de cartões exibidos.
«Tem muito a ver com a experiência de cada juiz em ringue. E é certo que as diferentes apreciações dos lances podem dar diferentes pontos de vista. Mesmo assim, temos tido a preocupação de chamar a atenção dos árbitros para esse aspecto. Ainda no sábado passado reunimos com os árbitros de Leiria e Ribatejo e o tema abordado foi precisamente as queixas que se tem verificado do excessivo número de cartões exibidos. Há que perceber o que é contacto e agressão e, gradualmente, ter uma acção mais pedagógica».
Se é certo que o critério de amostragem de cartões pode variar de dupla para dupla – os próprios árbitros sabem disso…–, também não é menos verdade que a questão da exclusão ao terceiro cartão azul não passa pela chancela da arbitragem.
«No final da época passada foi feito um balanço onde a questão dos cartões azuis foi abordada e já nessa altura os clubes mostraram o seu descontentamento. Os responsáveis federativos tomaram conta dessas queixas, mas a verdade é que ainda não foram dados passos para inverter a situação».
Entretanto, vão decorrendo as jornadas e os dedos dos técnicos continuam apontados aos homens do apito. Cartões a mais ou critérios variáveis, o certo é que o azul parece ser a cor da discórdia no hóquei em patins.

In Jornal “A Bola” edição de 27 de Novembro de 2007

2 comentários:

Anónimo disse...

pelo que li os delegados também podem influenciar os arbitros!essa avaliação tb pode não ser a correcta uma vez que tb podem ter uma visão diferente do lance em questão!penso que outras questões importantes na arbitragem como por exemplo: os arbitros deviam ter pré epoca, deviam poder apitar jogos treinos dar-lhes-ia mais experiencia!por é que na taça só á um arbitro? E que qualidades de avaliação têm os delegados?? maior parte deles ex arbitros sabe deus como eram quando estavam no activo!!!

Anónimo disse...

Será muito difícil perceber que esta medida (de exclusão ao terceiro azul) tem como objectivo proteger as equipas que verdadeiramente querem jogar hóquei em patins???Na minha opinião, uma das causas da modalidade estar a perder para outras é que estas preocuparam-se em proteger quem quer verdadeiramente disputar os jogos previlegiando quem é melhor técnicamente e excluindo quem usa o contacto físico e o anti-jogo para ter sucesso. Infelizmente, em Portugal, esta cultura do "anti-hóquei" é a que tem dado resultados, daí esta lei ter tanta resistência por parte da maioria das equipas. Sou completamente a favor dos 3 cartões azuis dar direito a exclusão e também acho que a regra do "power-play" deveria ser introduzida, bem como a um determinado número de faltas a equipa ser punida, a partir de nova falta, com livre directo. Todas as modalidades caminharam neste sentido para proteger o espectáculo e o hóquei não pode ficar para trás. Agora também acho que esta mudança seria muito complicada para o nível de arbitragem que temos em Portugal, principalmente pelo critério de avaliação das jogadas variar tanto de árbitro para árbitro. Isto é sinal que a formação ou "reciclagem" que são promovidas pelas direcções de árbitros são mal feitas ou inadequadas, sendo para mim, aí que o trabalho tem que ser feito para o critério entre árbitros ser o mais uniforme possível. Ese comentário é feito por um jogador sénior de hóquei em patins que tem uma paixão muito grande por esta "nossa" modalidade e só quer o melhor para ela, mas que fica desiludido com a "velha escola" que não evolui e não deixa o hóquei sair da estagnação em que está e é tão reticente acerca destas novas regras. Queria aproveitar para também agradecer ao fundador do site por partilhar também desta paixão visível na qualidade do blog. O número um na minha opinião. A modernização do hóquei também passa por este tipo de dinamismo. Força e continuação de bom trabalho