Como será jogar hóquei numa cadeiras de rodas, não tendo nenhuma deficiência? E como será jogar hóquei sendo jogador de basquetebol? A resposta foi dada ontem, durante o 1.º Jogo de Hóquei em Cadeira de Rodas. Um campo, duas equipas, atletas em cadeira de rodas, muitos espectadores e nenhum preconceito contra a diferença.Foi este o ambiente vivido, ontem, no pavilhão do Hóquei Clube de Paço do Rei, em Gaia. Amanhã, comemora-se o Dia Mundial da Pessoa Portadora de Deficiência, por isso, o clube de hóquei decidiu realizar, com a colaboração da Associação Portuguesa de Deficientes do Porto, este jogo " inovador".
"Uma das equipas é formada por atletas juniores da modalidade do Hóquei Clube de Paço do Rei sem qualquer deficiência. Do outro lado, temos a equipa nacional de basquetebol de deficientes motores ", explicou João Cardoso, membro da direcção do clube e um dos organizadores.
"Pretendemos chamar a atenção das pessoas, das dificuldades que estes atletas têm enquanto deficientes", disse Mário Agostinho, presidente do clube de hóquei. "Trata-se de um desafio para ambos. A equipa de juniores não sabe as dificuldades por que passam as pessoas com deficiência, neste caso, atletas. Assim como os deficientes motores, enquanto jogadores de basquetebol, não estão ambientados com o hóquei", constatou.
Um acidente de viação, há cinco anos, colocou Sílvio Nogueira numa cadeira de rodas. Apesar desta contrariedade da vida, Sílvio pratica basquetebol e é desenhador na Metro do Porto. " Este jogo é muito bom para mostrarmos às pessoas que conseguimos praticar desporto e que conseguimos fazer qualquer desafio que nos propõe", referiu o atleta.
Já para Rui França, também numa cadeira de rodas, "este tipo de eventos tem como objectivo mostrar às pessoas que é possível praticar desporto, mesmo estando numa cadeira de rodas. Não há desafios impossíveis ", disse aquele atleta de 30 anos, que pratica basquetebol há dez anos, e é professor do ensino básico.
Para Hugo Paiva, atleta júnior do Hóquei Clube de Paço do Rei "esta é uma boa iniciativa, porque promove o hóquei em patins e as pessoas que têm uma qualquer deficiência." "No jogo, ao andarmos de cadeira de rodas, deparamo-nos com dificuldades. Por isso, tudo o que seja feito para eles se sentirem bem é motivo para festejar", acrescentou o atleta.
Vítor Simões, da Associação Portuguesa de Deficientes do Porto, afirmou que esta iniciativa foi um sucesso: "O jogo está a ser um sucesso. Há muita gente a assistir e está a vibrar com a prestação dos atletas". "A nossa associação tem sempre as portas abertas para este tipo de eventos", disse, ainda, a mesma fonte.
Fotos cedidas por HC Paço do Rei e extraídas do site MundooK
Texto de Ana Tavares in Jornal de Noticias
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