Diogo Neves que se iniciou para a modalidade nos Tigres de Almeirim, rumou muito novo para Lisboa, para representar o Sporting CP, onde viria a conquistar vários títulos Nacionais, cinco no total, Campeão Nacional de Infantis (2005/06), Nacional de Iniciados (2007/08), Nacional de Juvenis (2009/10 e 2010/11) e Campeão Nacional da 3ª Divisão no escalão Sénior (2010/2011). Ainda se sagrou vice-campeão Europeu de Sub-17 em 2010 em Northampton - Inglaterra. Durante este defeso protagoniza a transferência mais "badalada" ao trocar o Sporting CP pelo rival SL Benfica. O Cartão Azul foi até Almeirim, falou com o Diogo para tentar saber quais os motivos que o levaram a trocar o emblema dos Leões pelo das Águias.
CA - Bom dia Diogo, obrigado por nos receberes e pela tua disponibilidade, o que te levou ao fim de 8 anos a trocar o Sporting logo pelo seu maior rival?
DN – Bom dia Sr. Gavancho, eu é que agradeço a oportunidade de poder dar esta entrevista, pois é sempre um prazer falar de hóquei. Em relação à pergunta feita, tudo se passou de uma forma clara e transparente. Faltavam três meses para o final da época passada e os meus pais informaram toda Direcção do SCP e bem assim os técnicos e seccionistas que dificilmente teriam condições para aguentar mais um ano a fazer Almeirim - Lisboa – Almeirim, 5 a 6 vezes por semana. A época terminou e o meu pai dirigiu-se uma vez mais à Direcção do SCP e informou que necessitava de alguma ajuda que permitisse a minha presença no Clube. Apenas o coordenador Sr. Joaquim Zé Alves e os treinadores Dr. Luís Moreira (Tikinho) e Dr. Pedro Ninfo, nos deram algumas ideias para ultrapassar o problema. Infelizmente essas sugestões vieram-se a mostrar infrutíferas. Com o decorrer do tempo veio da parte de toda a Direcção a decisão final e conclusiva “ O projecto do Sporting, tal como foi alicerçado não contempla qualquer tipo de ajudas, quer sejam financeiras ou materiais e não se vai abrir um precedente em função de quem quer que seja”.
Posto isto, nada mais havia a fazer, não tinham qualquer interesse na minha pessoa nem no atleta. Havia que tomar uma decisão, pois da parte do SCP o assunto estava encerrado.
Teria que estudar outras alternativas:
1ª Aceitar um convite que me tinha sido feito pelo H.C. Os Tigres de Almeirim
2ª Aceitar um convite que me tinha sido feito pelo S.L. Benfica
No primeiro, pese embora o quadro técnico seja um luxo, Treinador, Nelson Lourenço e Preparador Físico, Prof. Ricardo Salgado, dupla com quem o meu irmão foi campeão Nacional de Juvenis no S.L. Benfica, seria para mim um privilégio, no entanto o projecto para a equipa de Juniores ainda não estava bem definido e não tinha garantias de como ficaria a constituição da equipa.
O segundo era um projecto para três anos, aliciante, pois passava por uma reestruturação de todo o plantel Júnior, com a vinda de alguns dos melhores jogadores nacionais, todavia, voltava-se a por o problema da logística Almeirim – Lisboa - Almeirim.
Reuni com a Direcção do H.C. Tigres e informei o que pensava do seu projecto.
Posteriormente, reuni com a Direcção do S.L. Benfica, onde expus as minhas dificuldades em manter-me a jogar em Lisboa. Desde logo, todos os problemas foram solucionadas numa questão de alguns breves minutos, pois já tinham tudo equacionado, por forma a que a minha presença na equipa fosse uma realidade. Gostaria de deixar desde já o meu agradecimento aos Srs. Eng. Trindade, ao Dr. Miguel Campos e ao Coordenador Técnico, Sr. Paulo Almeida que foram inexcedíveis em todo o processo. E agora cá estou, para dar o meu melhor e prosseguir a minha carreira.
CA - Bom dia Diogo, obrigado por nos receberes e pela tua disponibilidade, o que te levou ao fim de 8 anos a trocar o Sporting logo pelo seu maior rival?
DN – Bom dia Sr. Gavancho, eu é que agradeço a oportunidade de poder dar esta entrevista, pois é sempre um prazer falar de hóquei. Em relação à pergunta feita, tudo se passou de uma forma clara e transparente. Faltavam três meses para o final da época passada e os meus pais informaram toda Direcção do SCP e bem assim os técnicos e seccionistas que dificilmente teriam condições para aguentar mais um ano a fazer Almeirim - Lisboa – Almeirim, 5 a 6 vezes por semana. A época terminou e o meu pai dirigiu-se uma vez mais à Direcção do SCP e informou que necessitava de alguma ajuda que permitisse a minha presença no Clube. Apenas o coordenador Sr. Joaquim Zé Alves e os treinadores Dr. Luís Moreira (Tikinho) e Dr. Pedro Ninfo, nos deram algumas ideias para ultrapassar o problema. Infelizmente essas sugestões vieram-se a mostrar infrutíferas. Com o decorrer do tempo veio da parte de toda a Direcção a decisão final e conclusiva “ O projecto do Sporting, tal como foi alicerçado não contempla qualquer tipo de ajudas, quer sejam financeiras ou materiais e não se vai abrir um precedente em função de quem quer que seja”.
Posto isto, nada mais havia a fazer, não tinham qualquer interesse na minha pessoa nem no atleta. Havia que tomar uma decisão, pois da parte do SCP o assunto estava encerrado.
Teria que estudar outras alternativas:
1ª Aceitar um convite que me tinha sido feito pelo H.C. Os Tigres de Almeirim
2ª Aceitar um convite que me tinha sido feito pelo S.L. Benfica
No primeiro, pese embora o quadro técnico seja um luxo, Treinador, Nelson Lourenço e Preparador Físico, Prof. Ricardo Salgado, dupla com quem o meu irmão foi campeão Nacional de Juvenis no S.L. Benfica, seria para mim um privilégio, no entanto o projecto para a equipa de Juniores ainda não estava bem definido e não tinha garantias de como ficaria a constituição da equipa.
O segundo era um projecto para três anos, aliciante, pois passava por uma reestruturação de todo o plantel Júnior, com a vinda de alguns dos melhores jogadores nacionais, todavia, voltava-se a por o problema da logística Almeirim – Lisboa - Almeirim.
Reuni com a Direcção do H.C. Tigres e informei o que pensava do seu projecto.
Posteriormente, reuni com a Direcção do S.L. Benfica, onde expus as minhas dificuldades em manter-me a jogar em Lisboa. Desde logo, todos os problemas foram solucionadas numa questão de alguns breves minutos, pois já tinham tudo equacionado, por forma a que a minha presença na equipa fosse uma realidade. Gostaria de deixar desde já o meu agradecimento aos Srs. Eng. Trindade, ao Dr. Miguel Campos e ao Coordenador Técnico, Sr. Paulo Almeida que foram inexcedíveis em todo o processo. E agora cá estou, para dar o meu melhor e prosseguir a minha carreira.
CA - Toda a tua formação foi feita em Alvalade e em grande parte sob a "batuta" do Tiquinho. Agora vais encontrar outros métodos de treino, jogadores que já conheces há longa data, mas sempre no outro meio-ringue, será estes factores inibidores nos primeiros tempos, ou a adaptação será feita normal e gradualmente sem quebras de forma?
DN – Como sabe, eu desde os tempos do H.C. Os Tigres até hoje já tive muitos e bons treinadores e nunca tive qualquer problema com nenhum, pois todos sabem que eu sou uma pessoa correcta, cumpridora, respeitadora, amiga, disciplinada, quer como pessoa, quer como atleta e que basicamente, tenho um prazer enorme em trabalhar, se fosse por mim treinava com todos os escalões e o treino nunca acabava.
Com os outros elementos que compõem a equipa, para além de terem sido meus adversários, também já eram igualmente meus amigos, logo não vejo qualquer factor inibidor para a minha total e rápida integração na equipa.
Por falar no meu anterior Treinador, Dr. Luís Moreira (Tiquinho), gostaria de aproveitar esta oportunidade, para lhe agradecer publicamente tudo o que me ensinou. A pessoa que sou, o atleta que sou, a humildade, a forma de ver e de estar no hóquei, a gestão e o cuidado a ter com o corpo, para estar sempre no topo, como saber lidar com a pressão dos grandes jogos, com a pressão do publico, a concentração em jogo, o rigor de cada treino, a inovação em cada treino, o sentir felicidade no colectivo e não no individual, são apenas algumas das muitas situações que com ele aprendi e que ficarei para sempre grato. Para mim, ele não é só um grande treinador, ele é aquilo que eu chamo de um “MESTRE”.
Eu costumo dizer que todos os atletas em formação, deveriam ter a possibilidade de treinar, nem que fosse uma só época com o Tiquinho. Luís, foi um privilégio. Obrigado por seres quem és.
CA - Vai integrar a equipa de juniores, que se sagrou vice-campeã Nacional ao perder a final para o FC Porto, e que durante o defeso, perdeu 3 jogadores importantes, o Pedro Vaz, o João Beja e o João Coelho. Quais os teus objectivos pessoais e a nível de equipa para esta época?DN – Realmente são três grandes perdas, os jogadores que se foram embora, no entanto, eu conheço bem o valor dos novos jogadores que vão integrar o plantel, do trabalho desenvolvido das vitórias e grandes êxitos alcançados pelo Treinador Sr. Godinho, que tive ocasião de acompanhar de perto em Almeirim e acredito que este conjunto vai dar muitas alegrias aos adeptos.
Embora o projecto traçado pela Direcção seja a três anos e perdoem-me a falta de humildade, mas eu quero ver esta equipa Campeã Nacional já este ano, isto porque conheço bem o valor da nossa equipa e igualmente o valor dos nossos adversários, a sul e a norte, vai tudo depender do trabalho que iremos fazer e do crescimento que iremos ter ao longo do ano, enquanto equipa. Como objectivo pessoal, vou trabalhar arduamente com o sonho de poder alcançar o Campeonato Nacional de Juniores e voltar a representar as cores da Selecção Nacional.
Embora o projecto traçado pela Direcção seja a três anos e perdoem-me a falta de humildade, mas eu quero ver esta equipa Campeã Nacional já este ano, isto porque conheço bem o valor da nossa equipa e igualmente o valor dos nossos adversários, a sul e a norte, vai tudo depender do trabalho que iremos fazer e do crescimento que iremos ter ao longo do ano, enquanto equipa. Como objectivo pessoal, vou trabalhar arduamente com o sonho de poder alcançar o Campeonato Nacional de Juniores e voltar a representar as cores da Selecção Nacional.
CA - Sendo o teu primeiro ano de júnior, faz parte do teu horizonte a médio prazo, vires a integrar a equipa sénior do clube, ou iremos ver o Diogo, como outros tantos atletas juniores dos clubes de topo, a chegarem a sénior e terem de procurar um clube de nível mais baixo para continuar a praticar a modalidade?
DN – Sinceramente é algo que de momento não me preocupa, só tenho 17 anos, tenho ainda tanto para trabalhar e muito para ganhar. Só a curto e médio prazo, tenho 3 campeonatos Nacionais de Juniores pela frente, só depois, caso venha a ter sucesso, posso ambicionar ser jogador profissional.
DN – Sinceramente é algo que de momento não me preocupa, só tenho 17 anos, tenho ainda tanto para trabalhar e muito para ganhar. Só a curto e médio prazo, tenho 3 campeonatos Nacionais de Juniores pela frente, só depois, caso venha a ter sucesso, posso ambicionar ser jogador profissional.
CA - Sagraste-te vice-campeão Europeu o ano passado, agora o próximo passo será a selecção Nacional de sub-20, acreditas que com o teu trabalho, profissionalismo e qualidade inegável, vais ser mais tarde ou mais cedo convocado para essa selecção?
DN – É com esse sonho que trabalho altamente empenhado todos os dias, tentando ser cada vez melhor, tentando ultrapassar as minhas próprias barreiras.
CA - Antes de terminar queria apenas fazer-te esta pergunta: Vamos voltar a ver o Diogo equipado de verde e branco e de leão ao peito?
DN – Sr. Gavancho, como deve compreender, eu sou apenas um miúdo, humilde, que gosta de jogar hóquei com imensa paixão, que gosta de abraçar projectos sérios e honestos, ambiciosos, que não gosta de se sentir defraudado, que gosta de estar onde estão os melhores, de viver e partilhar com muita felicidade e intensidade a amizade dos seus amigos. Portanto no lugar onde se reúnam todos estes pressupostos o Diogo Neves estará sempre de braços abertos e com um só coração.
CA - Diogo, obrigado mais uma vez, e agora fica o espaço aberto para alguma mensagem que queiras deixar aos visitantes do Cartão Azul
DN – A todos os atletas que vivem o hóquei com paixão, deixo-vos a seguinte mensagem:
1º- O adversário não é um inimigo, e tão somente um amigo, que deseja o mesmo que tu, “ A VITORIA”.
2º - Não vivam o hóquei em papel de rascunho, podem não ter tempo de o passar a limpo. (Vivam cada momento, cada jogada, cada golo, como se fosse o último e façam o favor de ser felizes).
Fotos: Diogo Neves
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