Numa das minhas navegações "cibernáuticas" deparei com este artigo publicado no site "Hockey Total", e achei que merecia divulgar nesta rubrica do Cartão Azul, pelo facto de ser um dos assuntos discutidos por esses pavilhões e que divide muitas opiniões. Fica então a sua publicação, e o espaço aberto para eventuais comentários que possam ser úteis, para quem sabe, uma futura discussão, e que as mesmas cheguem às Associações, que por sua vez as façam chegar à Federação.
ALGO ESTÁ PODRE NA POLÍTICA DE TRANSFERÊNCIAS
Muito se pode discutir sobre o estado do hóquei patins português mas lamentavelmente apenas existe a preocupação no produto final. Chegada a hora dos seniores queremos resultados e quando nos encontramos com a Espanha o saldo é manifestamente negativo. Porquê? Ninguém se preocupa.
A formação cada vez mais é posta de parte pois é preciso paciência e dinheiro, essencialmente a primeira, muita paciência!
A protecção aos clubes que fazem formação é nula em detrimento de se constituir equipas campeãs nos infantis, nem que para isso se vá buscar jogadores a 3 ou 4 clubes vizinhos ou nem tanto, a custo zero, destruindo paulatinamente o que foi feito por aqueles que verdadeiramente fazem formação.
Recuemos 30 anos e vejamos. Grande parte dos nossos campeões mundiais fizeram a sua formação no mesmo clube e onde as transferências eram pagas ao clube que os formou dando de certa maneira algum alento para que pudesse continuar essa formação. Quem forma deve ser compensado e na altura, de uma forma geral, mudava de clube praticamente quando a sua formação estava praticamente completa.
Hoje queimam-se etapas, pois por vezes saltam de clube em clube em escolares e infantis e quando chegam a seniores existem lacunas que nunca serão preenchidas.
Nunca se viu tanto estrangeiro nos nossos campeonatos. Será isto um reflexo da formação que estamos a fazer?
Há 30 anos que treinadores tinham cursos? Muito poucos, agora até já têm nível 3. Mas por muita qualificação que os treinadores possam ter, não haverá nenhum que faça uma boa formação e que de ano para ano o clube troque de jogadores constantemente como se troca uma camisa.
Estamos a falar de crianças e jovens de 6 a 14 anos que no processo de aprendizagem queimam etapas uma atrás de outras não havendo coerência na aprendizagem.
A formação cada vez mais é posta de parte pois é preciso paciência e dinheiro, essencialmente a primeira, muita paciência!
A protecção aos clubes que fazem formação é nula em detrimento de se constituir equipas campeãs nos infantis, nem que para isso se vá buscar jogadores a 3 ou 4 clubes vizinhos ou nem tanto, a custo zero, destruindo paulatinamente o que foi feito por aqueles que verdadeiramente fazem formação.
Recuemos 30 anos e vejamos. Grande parte dos nossos campeões mundiais fizeram a sua formação no mesmo clube e onde as transferências eram pagas ao clube que os formou dando de certa maneira algum alento para que pudesse continuar essa formação. Quem forma deve ser compensado e na altura, de uma forma geral, mudava de clube praticamente quando a sua formação estava praticamente completa.
Hoje queimam-se etapas, pois por vezes saltam de clube em clube em escolares e infantis e quando chegam a seniores existem lacunas que nunca serão preenchidas.
Nunca se viu tanto estrangeiro nos nossos campeonatos. Será isto um reflexo da formação que estamos a fazer?
Há 30 anos que treinadores tinham cursos? Muito poucos, agora até já têm nível 3. Mas por muita qualificação que os treinadores possam ter, não haverá nenhum que faça uma boa formação e que de ano para ano o clube troque de jogadores constantemente como se troca uma camisa.
Estamos a falar de crianças e jovens de 6 a 14 anos que no processo de aprendizagem queimam etapas uma atrás de outras não havendo coerência na aprendizagem.
Terão que ser protegidos os Clubes que fazem formação e que ano após ano vão sendo descapitalizados pelo sistema de vigente proporcionando a outros, com nome, receberem jogadores que se destacam, mas que o seu processo de aprendizagem terminou alí pois são visto como produto final. Passados uns meses se não servirem venham outros e assim vai feita formação e perdendo-se jogadores que poderiam no futuro dar qualidade ao hóquei português ser ter que recorrer ao estrangeiro.
A protecção aos Clubes que fazem formação tem sido cada vez mais descorada e existem completas aberrações no que se refere a transferências onde a protecção aos Clubes que formam é nula e onde as respectivas Associações e Federação arrecadam as verbas como se tratasse de um maná (manjar para os deuses).
Senão vejamos, um jogador que inicie a sua formação no escalão de benjamins e chega até aos juvenis faz pelo menos 10 anos no clube que o formou. Se por algum motivo teve de sair por um ano para outro clube (mudança de residência, inexistência do escalão para onde vai) e regressa ao clube que o formou durante 10 anos, tem de se pagar uma transferência pelo jogador (agora júnior) como se ele viesse pela primeira vez a ingressar naquele clube.
QUEM LUCRA SEMPRE: A FEDERAÇÃO E A ASSOCIAÇÃO. GRANDE PREJUDICADO: O CLUBE QUE FORMA O ATLETA.
QUEM SÃO OS CULPADOS: OS CLUBES E RESPECTIVOS DIRIGENTES QUE CONTINUAM IMPÁVIDOS E SERENOS POIS QUALQUER DIA VOLTAM AS COSTAS A TUDO POR VEREM TANTAS INJUSTIÇAS.
QUEM FICA? OS MESMOS DE SEMPRE QUE À CUSTA DOS CLUBES QUE TRABALHAM VÃO ACOMPANHANDO SELECÇÕES, PARTICIPANDO EM EVENTOS E COMENDO ALMOÇOS E JANTARES À CUSTA DOS CLUBES QUE CONTINUAM COM OS SEUS CAROLAS A TENTAR EQUILIBRAR AS FINANÇAS E MANTER A MODALIDADE DE QUE TANTO GOSTA MUITAS VEZES EM PREJUÍZO DOS SEUS BENS PESSOAIS.
Mas será sempre fácil criticar. Difícil é apresentar algumas sugestões para que se possa proteger a formação e nomeadamente os clubes que verdadeiramente a fazem.
Assim, dever-se-ia adoptar as seguintes medidas desde bambis a juniores:
Qualquer transferência deveria ser tratada como renovação no caso de mudança da residência do encarregado de educação do jogador com comprovativo da junta de freguesia, talão da água a comprovar essa alteração e mudança de escola. Essa mudança de residência teria de ter em atenção uma deslocação superior a 60 km da residência ao local de treino do jogador. Todos os casos dúbios seriam analisados individualmente caso houvesse uma justificação passível de análise.
Clube de formação será considerado aquele que até ao escalão de iniciados tenha inscrito o jogador em pelo menos 5 épocas.
O Clube de formação deverá receber 1/3 do valor da transferência do jogador de juvenil até ao último ano de júnior mesmo estando já noutro clube, ou seja, sempre que mude de clube o clube de formação será recompensado. A transferência será concretizada quando o clube de formação declare no prazo de 10 dias a contar da comunicação da FPP que recebeu a verba correspondente. Caso o clube já não tenha hóquei ou não esteja filiado então o clube com mais inscrições do jogar passará a receber essa verba.
Um jogador que se transfira nos escalões de bambis até iniciados deverá pagar uma transferência ao clube donde sai face ao escalão onde se encontra com a seguinte tabela:
Benjamins (25% Salário Mínimo Nacional);
Escolares (35% Salário Mínimo Nacional);
Infantis (45% Salário Mínimo Nacional);
Iniciados (55% Salário Mínimo Nacional);
Para além do previsto nos pontos anteriores as verbas recebidas pelas Associações/ FPP e legislação de transferência vigentes para juvenis e juniores poder-se-iam manter.
Situação em que o clube não tenha o escalão a que o jogador pertença a transferência será sempre considerada renovação.
O que atrás foi referido poderá servir como exemplo e surgirem outras opiniões ou ideias. Mas o que deverá ser feito é sem dúvida mudar a actual situação em que a formação e os respectivos clubes se encontram deixando de ser penalizados e passem a ser beneficiados por forma a que continuem o seu trabalho na base que será sempre o futuro da modalidade.
Fotos: Site "Amigos do Hóquei"
Montagem: Cartão Azul
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