quarta-feira, 10 de agosto de 2011

SERÁ UM ANO DE APRENDIZAGEM

Iniciou-se para a modalidade no HC Sintra, tendo depois passado pelo CD Paço de Arcos antes de ingressar no SL Benfica estávamos na época 2006/2007. Termina a época de 2010/2011 com a derrota frente ao FC Porto na final four do Nacional de Juniores e foi esse o último jogo com o emblema da Águia ao peito, pois na próxima época vai representar o recém primodivisionário HC "Os Tigres". Estamos a falar de Pedro Vaz, internacional Português e que fomos encontrar em Paço de Arcos para uma entrevista que tenta visar o percurso do jovem atleta dos Tigres. 
CA - Boa tarde Pedro, obrigado pela tua disponibilidade. O que te levou a trocar o SL Benfica pelos Tigres de Almeirim? 
PV – Boa tarde, primeiro agradeço o convite e parabéns pelo trabalho que tem realizado. O que me levou a trocar o SL Benfica pelos Tigres de Almeirim, foi porque me pareceu uma excelente oportunidade para fazer a passagem para o escalão sénior. Pelo facto de conhecer bastante bem o treinador e não ter dúvidas que acredita no meu valor. Pelo projecto que me foi apresentado pela direcção e que tem mostrado bastante eficaz nestes 2 anos. E também pelo conjunto de jogadores que fará parte do plantel, que me parece ter bastante qualidade e com o qual espero aprender o máximo possível. 
CA - Quais os teus objectivos pessoais e colectivos para a próxima época?PV – Colectivamente o objectivo será a conquista da manutenção tentando realizar um campeonato o mais tranquilo possível. Individualmente espero poder evoluir, não só com os meus colegas mas também espero poder jogar o máximo de tempo para aprender também pelas provas que disputaremos e que penso que serão bastante competitivas.


CA - O plantel dos Tigres acaba por ser uma mistura de jogadores experientes como é o caso do Bruno Ribeiro, Carlos Trindade, Gonçalo Favinha e de jovens promessas como é o teu caso, o do João Beja por exemplo, achas que estão reunidas as condições para um campeonato tranquilo e a consequente manutenção? 
PV – Penso que sim, o clube manteve alguns dos jogadores que foram importantes para a subida à 1ª Divisão na época passada e reforçou-se com jogadores bastante experientes e rodados nesta competição. Além disso, conta com alguns jovens, como eu, o João Beja e o João Coelho que não temos ainda experiência mas que vamos com certeza trabalhar muito para nos tentarmos afirmar no hóquei português. 
CA - Vais trabalhar com um treinador que conheces bem, a vinda do Nélson Lourenço para Almeirim também contribuiu para a tua decisão de deixares o Benfica rumo aos Tigres? 
PV – Contribuiu e foi um dos factores mais importantes. Foi um dos treinadores que mais me marcou e foi com ele que conquistei o único título nacional que alcancei. É um treinador que dá grande atenção ao lado humano e relaciona-se de perto com os jogadores e penso que será uma peça muito importante na estrutura. 


CA - Mudando de assunto, vais estar em Setembro em Barcelos em representação da Selecção Nacional de Sub-20 no Mundial, a jogar em casa e muito bem orientados por Luís Duarte e com excelentes jogadores no plantel, achas que partem na “pole-position” para se sagrarem campeões? 
PV – Não diria que partimos na “pole-position”, mas diria que em ambição, querer e vontade de elevar o nome do nosso país estaremos bem posicionados. Temos um bom conjunto de jogadores, que já trabalha juntos há algum tempo, que se conhece muito bem e que temos um grande espírito de união. Com tudo isto penso que temos grandes possibilidades de nos tornarmos Campeões do Mundo, mas há um lote de fortes equipas como são sempre a equipa de Espanha, Itália, que tem uma boa geração, e também as selecções sul-americanas que são sempre uma incógnita mas que costumam apresentar algumas boas equipas. 


CA - Esta equipa de Sub-20 é constituída na maioria por jogadores que se sagraram campeões Europeus de Sub-17 em 2008, será este também um factor importante para a conquista do título? 
PV – Penso que pode ser importante como já disse anteriormente. Já nos conhecemos há algum tempo e esses entrosamentos que já temos podem ser importante neste campeonato, tal como o fizemos em 2008 no escalão de juvenis e que também parte desses jogadores participou na vitória do ano passado no Campeonato da Europa de sub-20 em Viareggio. 
CA - Dessa equipa que venceu o Europeu Sub-17 em 2008, fazia parte o malogrado César Fidalgo que faleceu em Agosto de 2009, achas que esta fatalidade poderá servir de incentivo e motivação para poderem vencer e dedicar-lhe a vitória?
PV – Motivação de quem representa a camisola e o nome de Portugal já está implícito mas sem dúvida que o facto de um amigo, que já nos ajudou noutras conquistas e que infelizmente já não está entre nós, nos dará uma força complementar para lutarmos até ao último segundo. 
CA - Passando agora à final four de Juniores disputada em Castro Verde, a derrota de 7-3 frente ao FC Porto, acabou por ser o reflexo existente entre as duas equipas, ou foi daqueles jogos onde tudo correu bem a uma equipa e mal à outra? 
PV – Penso que o FC Porto partia como favorito para a Final4, apesar disso fomos lá com o objectivo de nos tornarmos campeões. Depois durante o jogo, penso que não tivemos de forma nenhuma a sorte do jogo e depois de uma equipa experiente como o Porto se apanhar a ganhar por 3-0, marcando 3 golos em cerca de 2 minutos, e mesmo antes do intervalo conseguir o 4-0, sabíamos que o nosso trabalho estava bastante complicado mas não baixámos os braços e demos tudo até ao último minuto. 


CA - Os treinadores queixaram-se da forma em que foi realizada a final four, pois se uma equipa tiver um dia mau hipoteca as possibilidades de vitória, ao passo se jogarem todos contra todos, o vencedor acaba por ser o melhor, ou o que esteve melhor nessa altura, houve ainda quem defendesse que a final four devia ser jogada todos contra todos a duas mãos. Qual é a tua opinião?
PV – Penso que o método mais justo seria também o mais motivador para as equipas. Seria o método de jogar todos contra todos sendo que teria duas voltas, jogando em casa e fora. Seria mais justo porque não se resumiria tudo a um fim-de-semana e a nível motivacional é muito mais interessante ir jogar a pavilhões que para jogadores das camadas jovens nunca tiveram a possibilidade de jogar. 
CA - Voltando de novo aos Tigres, vai ter como companheiros de equipa os teus "velhos" companheiros João Beja e João Coelho, achas que o facto de vocês os três já jogarem juntos há muito tempo vai ajudar na integração e adaptação ao novo clube?
PV – Penso que será importante, já jogamos juntos há bastante tempo e vamo-nos certamente apoiar para nos integrarmos o mais rapidamente possível neste novo clube para podermos desempenhar as nossas funções da melhor forma. 


CA - Em relação ao João Coelho, sendo ele já um valor seguro no hóquei português, vai trabalhar com um dos melhores guarda-redes que já vi actuar nos últimos anos e um dos pilares da equipa dos Tigres na passada época, o André Azevedo, será um ano de aprendizagem para o João Coelho, ou achas que ele será um sério concorrente à baliza azul e branca? 
PV – Penso que o João Coelho é um guarda-redes com excelentes capacidades com o qual já jogo com desde o primeiro ano que comecei a praticar a modalidade. Penso que para ele, até por ser uma posição mais específica e tendo um concorrente tão forte como o André Azevedo, este será um ano de aprendizagem, sendo que assim que surja uma oportunidade, mostrará com certeza todo o valor que tem. 
CA - Em relação ao João Beja, um avançado de remate fácil e colocado e bom porte físico e tecnicamente evoluído, sendo igualmente um dos jovens valores portugueses da actualidade, vai ter a concorrência do Favinha, do Carlos Trindade por exemplo, achas que o João vai ser um dos trunfos da equipa no que diz respeito à finalização? 
PV – O João Beja é um jogador com grandes qualidades e que poderá ser muito útil, não só por toda a técnica que tem mas também pelo porte físico e que é importante, penso eu, para quem joga naquela posição. Por isso penso que terá todas as capacidades de se afirmar como um jogador muito importante para a equipa. 
CA - E claro chegou a altura de falar um pouco a teu respeito, jogador universal, que jogas em qualquer posição, também já uma certeza do hóquei português, achas que vais ter muitas oportunidades para confirmares o teu valor, ou este será o ano zero, onde irás aprender com o Bruno Ribeiro, com o Rui Cova entre outros? 
PV – Penso que será um ano de aprendizagem mas que apesar disso espero ter oportunidades para mostrar o meu valor. Quero aprender com os jogadores mais experientes e em particular com os que partilham a mesmo posição como eu como os que foram referidos mas também o Carlitos que já é um jogador bastante experiente na 1ª Divisão. 
CA - Pedro resta-me mais uma vez agradecer a tua disponibilidade, desejar-te as maiores felicidades para o Mundial de Sub-20 e para a época nos Tigres, e fica o espaço à tua disposição para alguma mensagem que queiras deixar aos visitantes do Cartão Azul. 
PV – Queria agradecer pelo convite e queria fazer um apelo a todos os portugueses que estivessem em Barcelos para nos poderem apoiar entre 10 e 17 de Setembro e que juntos conquistemos este título mundial para Portugal. Queria também pedir o apoio de todas as pessoas de Almeirim para podermos elevar o nome da terra e do clube o mais alto possível. Por fim envio-lhe a si, Sr. Francisco um grande abraço e que continue o excelente trabalho que tem realizado.

Fotos de arquivo: Pedro Vaz e Blog”Selecção Nacional de Hóquei em Patins – Juvenis

3 comentários:

Luís Rodrigues disse...

Uma entrevista feita com classe, e abordando vários temas, respondida com classe por um dos valores seguros do nosso hóquei. Abraço aos dois

Anónimo disse...

Do melhor que se tem visto nos ultimos tempos. Entrevista abordando vários assuntos com respostas ao nível do entrevistado: muita classe.
Ao Pedro muitas felicidades.
Aos Tigres parabéns pela contratação. o futuro encarregar-se-á de falar por si.
Ao Cartão Azul há que ter coragem para continuar quando muitos sao aqueles que desistem.

Anónimo disse...

Acompanho a carreira do Pedro Vaz há muitos anos e para além das suas excelentes capacidades como atleta é também um exemplo de correcção e humildade. Fica tambémos espelhado nesta entrevista a sua inteligência. Votos de muitos sucessos nesta nova etapa na carreira que auguro de muitos êxitos se possível com a conquista do Mundial.