VAMOS TER UM TURQUEL FORTE

Agora que o plantel está fechado e faltam poucos dias para o arranque da equipa Turquelense, o Cartão Azul deu uma “saltada” até à Aldeia Portuguesa do Hóquei em Patins, para falar com o capitão André Luís e saber quais os objectivos para a próxima época, e falar um pouco de hóquei.
CA – Boa tarde André, quero mais uma vez agradecer a tua disponibilidade para o Cartão Azul. Que Turquel vamos ter na próxima época?
AL – Boa tarde Francisco, eu é que agradeço a oportunidade, por poder debater algumas ideias desta modalidade que tanto adoro. Vamos ter um Turquel forte na próxima época. Os mecanismos foram sendo consolidados por uma base que vem trabalhando junta nos últimos quatro anos e meio, primeiro com o prof. João Simões e mais recentemente com Paulo Batista. Vamos integrar os reforços com o propósito de manter a dinâmica de vitória da época passada, aliando a qualidade hoquista do ponto de vista colectivo que nos é reconhecida pela generalidade dos adeptos.
CA – A equipa acabou por reforçar apenas com três jogadores, sendo que o Fábio foi formado em Turquel. Isto prova que a equipa apenas necessitava de um ou outro “retoque”, ou a tão falada crise que o país atravessa, e que todos infelizmente sentimos foi a razão?
AL – A verdade é que a equipa não precisava de grandes alterações. Felizmente o H.C. Turquel (HCT) é um clube cuja realidade da formação é a sua “bandeira” e o trabalho realizado nos escalões mais jovens, tem permitido “abastecer” a equipa sénior todas as épocas com muita qualidade. Quase 90% dos jogadores do plantel para 2011/2012 foram formados no clube e apenas o Marco (ex-Cascais) e o Gonçalo (ex-Tomar) nunca jogaram em Turquel. Esta é uma realidade da qual as pessoas devem tirar ilações. Existe a ideia errada e pré-concebida por parte de algumas pessoas ligadas à modalidade de que o HCT é um clube desafogado, onde o dinheiro abunda e que pelo facto do impacto junto dos seus adeptos ser enorme, a crise não passa por cá. Completamente falso! Eu arrisco mesmo a dizer que o orçamento deste clube para os seniores estará colocado numa posição intermédia num balanço global que possa ser feito em toda a 2ª divisão (Norte e Sul). Como disseste e bem, os “retoques” foram feitos, sem se fugir muito ao orçamento previsto, e penso que estamos bem mais fortes.  

CA – Nas ultimas 4 épocas o Turquel tem como se costuma dizer “morrido” na praia. Esta época será aquela que vai contrariar essa tendência, ou vamos ter uma equipa que não se vai assumir como candidata, esperando com o decorrer das jornadas ver até onde pode chegar?
AL – Em Turquel o objectivo passa sempre por fazer melhor que na temporada anterior, estando conscientes das limitações que temos. Nesse sentido, fazer melhor que em 2010/2011 só poderá passar por alcançar um dos dois primeiros lugares da tabela classificativa e consequentemente pela subida de divisão. Assumirmo-nos como candidatos??...É prematuro, mas ter a ambição de melhorar é legítimo. Numa análise fria ao que aconteceu no ano passado e ao que pode acontecer nesta época, é imperativo pensarmos que iniciamos a temporada com um ano de atraso relativamente à presença no primeiro escalão, visto que na época passada estivemos perante uma temporada atípica, onde os três primeiros classificados realizaram quase 80 pontos. Fomos o melhor ataque da prova com a incrível soma de 227 golos marcados (ndr: Tigres e Paço d’Arcos marcaram 170 e 175 respectivamente) e devo relembrar que fomos a única equipa que não perdeu com o Campeão Nacional da 2ª Divisão (Tigres). Falhámos no capítulo defensivo e perdemos o campeonato aí, sendo que no final de tudo quem subiu foram os nossos dois adversários mais directos. As coisas decidem-se no pormenor e desta vez não queremos falhar. Este é um clube claramente com estrutura de 1ª divisão e aqui trabalha-se para lá chegar.

CA – Olhando para a Zona Sul e para o calendário (apesar de sabermos que jogam todos contra todos), quais são na tua opinião os favoritos e achas que o calendário vos foi favorável?
AL – Mesmo que considere ser muito cedo para analisar as hipóteses de cada uma das equipas, posso realizar uma primeira análise, olhando à constituição dos planteis e penso que os favoritos não andarão longe de um conjunto de 4 ou 5 equipas. À cabeça consigo identificar o Tomar pela sua condição de ex-primodivisionário, o Oeiras por ter mantido a sua base e por se ter reforçado muito bem, o Sporting pela força que tem enquanto clube e também por ter adicionado experiência a um plantel jovem e com muita qualidade e depois incluo o Turquel, também por ter mantido a estrutura e por ter conseguido três bons reforços que trarão características de complemento ao que já existia por cá. Equipas como Sintra e Sesimbra poderão também ter uma palavra a dizer e depois, tendo em conta que em Ourém existe alguma incógnita do que possa aparecer, identifico BIR, Alenquer, Algés e CACO como clubes que poderão roubar pontos às equipas mais fortes. Não queria menosprezar ninguém e é por isso que acho que é prematuro fazer uma análise destas ainda antes de se iniciar a prova. Confesso que ainda não olhei muito bem para o calendário, mas num campeonato onde o pormenor é tudo, é muito importante começar bem. Com a deslocação a Coimbra na primeira jornada e a recepção ao Parede na segunda, penso que temos todas as condições para começar bem e marcarmos a nossa posição, não querendo, para já, realizar prognósticos do que resta do calendário.

CA – A saída de Paulo Baptista de treinador, pelos motivos que todos sabemos (e eu em particular, pois o chamamento do mar para nós “Marinheiros” é algo que não conseguimos rejeitar), vem alterar os automatismos da equipa, ou facto de o Prof. João Simões reassumir o comando técnico da equipa, irá manter esses mesmos atributos?
AL – O prof. João Simões fez um excelente trabalho ao longo dos três anos e meio que esteve à frente dos seniores do clube, transformou uma equipa de meio da tabela numa equipa que luta constantemente pelas subidas de divisão e tudo isso com os produtos formados na “cantera”. Tudo o que aprendemos com Paulo Batista em 2010/2011 foi absorvido não só por nós jogadores mas também pelo próprio prof. Simões que esteve sempre por perto. Num ano que considero como tendo sido muito proveitoso na nossa formação, não só enquanto jogadores, mas também enquanto homens, a verdade é que Paulo Batista deixou marca, não tendo resistindo aos “encantos” do mar. Tudo está a ser preparado para manter a dinâmica de trabalho e a opção pelo prof. Simões foi aquela que melhor se enquadrou na realidade que o clube pretende e para nós jogadores é um regozijo poder trabalhar com ele novamente.   

CA – André, resta-me agradecer a tua disponibilidade, desejar-te as maiores felicidades para a próxima época e fica o espaço à tua disposição para alguma mensagem que queiras deixar aos adeptos e simpatizantes do HCT, assim como a todos os visitantes do Cartão Azul.
AL – Muito obrigado a ti Francisco pela oportunidade concedida, quero dizer a todos os adeptos do HCT que este é um clube em constante reinvenção e que nesta época haverá muitas surpresas, haverá ainda mais qualidade e o vosso apoio a toda esta estrutura maravilhosa, que é a imagem de uma terra e de todo um concelho, é fundamental. Estejam connosco até ao fim e iremos triunfar em conjunto. A todos os leitores deste fantástico espaço promocional da nossa modalidade um agradecimento especial por acompanharem e apoiarem o trabalho que o Francisco tem realizado em prol da modalidade, despedindo-me com um grande abraço para todos, em especial para todo o povo Ribatejano.

Fotos: Miguel Silveira Cabral - HCT