quarta-feira, 16 de novembro de 2011

PAPARUCO - O COMENTADOR

 "O Choro dos Inocentes"

Há muitos anos que ando pelo mundo do hóquei, já fui e continuo a ser espectador atento, já fui seccionista, já fui delegado ao jogo, já apitei jogos de treino, portanto tenho algum “know wow” na modalidade. Já vi atletas chorar com as vitórias, chorar com as derrotas, chorar revoltados com eles próprios quando a sua exibição ficou abaixo do que eram capazes de fazer.

No passado sábado no Albano Mateus vi atletas chorarem convulsivamente por se sentirem espoliados, por se sentirem injustiçados por alguém que de apito na boca resolveu enganar tudo e todos, nomeadamente a verdade desportiva.

Marcar uma falta de equipa ou não poderá ser a diferença entre levar um jogador para a marca de livre directo, ou não, e esse mesmo atleta poder ou não fazer o golo que resolva o jogo, e se o fizer pode chorar de alegria, se falhar pode chorar de tristeza, agora Sr. Ricardo Rodrigues estar enquadrado com a baliza, ver a bola entrar na mesma, bater no ferro superior e sair, levantar a mão para assinalar o golo, mas olhar para o cronometro e ver que faltam poucos segundos para acabar e mandar seguir a partida, fez com que os atletas chorassem com razão, pois foi-lhe negado por si a alegria da vitória, pois foi negado por si (independentemente dos motivos que o moveram para tal atitude), a alegria de poderem dizer que foi um jogo difícil perante um adversário valoroso, mas a força de vontade e o crer levaram à vitória, porque foi-lhe negado por si uma das mais elementares regras da sociedade, a VERDADE.

Poderia falar de outros lances, sempre com prejuízo do mesmo emblema, como por exemplo um atleta com dois azuis e que após a amostragem do 2º cartão, arremessou o setique contra a porta do pavilhão e a passar impune, e mais isto e mais aquilo, mas resumo-me ao paragrafo anterior e afirmar-lhe que não existe ninguém no mundo com maior sentido de justiça do que as crianças, e aquelas que você fez chorar no sábado, mereciam alguém imparcial e não alguém que pura e simplesmente lhes negou o prazer de uma alegria numa tarde de sábado.

Para os pequenos atletas fica esta celebre frase de Marco Aurélio:
"O melhor modo de nos vingarmos é não nos assemelharmos a quem nos faz  mal"

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