Rui Nunes, arrumou (como o próprio afirmou no Facebook) frente ao FC Porto no passado domingo em jogo a contar para os quartos de final da Taça de Portugal os patins.
Começou com 9 anos e agora 25 anos depois abandona a modalidade enquanto jogador, pois irá ficar ligado à mesma como treinador. Representou durante estes 25 anos, apenas 3 clubes, o SC Tomar (15 anos), ACR Santa Cita (7 anos) e GDS Cascais (1 ano), tendo feito um interregno de dois anos. O Cartão Azul foi ter com ele e tentar saber o que lhe vai na alma nesta altura, qual o balanço que faz de um quarto de século a patinar, e projectos para o futuro.
CA - Bom dia Rui, obrigado pela disponibilidade, o que te vai na alma neste momento?
RN – Bom dia Gavancho. Queria-te desde já agradecer o interesse por assinalares o final da minha carreira enquanto jogador. Quanto à tua questão… Vai-me na alma um misto de sentimentos! Saudade adiantada da competição, dos treinos, do convívio mas também a convicção que este era o momento para arrumar os patins. O hóquei preencheu a minha vida durante 25 anos e nunca é fácil desligarmo-nos de algo que sempre esteve presente, mas há momentos para tudo e chegou agora a hora deste.
RN – Bom dia Gavancho. Queria-te desde já agradecer o interesse por assinalares o final da minha carreira enquanto jogador. Quanto à tua questão… Vai-me na alma um misto de sentimentos! Saudade adiantada da competição, dos treinos, do convívio mas também a convicção que este era o momento para arrumar os patins. O hóquei preencheu a minha vida durante 25 anos e nunca é fácil desligarmo-nos de algo que sempre esteve presente, mas há momentos para tudo e chegou agora a hora deste.
CA - Vamos começar pelo fim, que balanço fazes desta época enquanto jogador da ACR Santa Cita? Atingiste os objectivos a que te propusestes? E como viste a época na vertente da equipa?
RN – O balanço é extremamente positivo. Propus-me ajudar a equipa a atingir o objectivo de subir à 2ª divisão, que é o lugar que a ACR Santa Cita deve estar e foi mais que conseguido. O facto de ter fracturado um dedo quando estava no meu melhor momento de forma e de me ter obrigado a estar afastado da equipa durante um mês foi a única situação menos boa da época. Mas foi precisamente nas dificuldades que o grupo se superou e se uniu cada vez mais no sentido de conseguir ganhar o jogo seguinte, como é apanágio das equipas que habitualmente representam o Santa Cita, o espírito de grupo e de entreajuda dentro e fora do campo esteve sempre presente. A equipa ao longo da época foi consistente e ambiciosa, conseguimos ganhar convincentemente a zona e chegámos aos quartos de final da Taça de Portugal… Aproximámos de novo os sócios ao clube e trouxemos as pessoas da zona que gostam de hóquei a assistir aos nossos jogos. Criou-se uma simbiose perfeita e até surgiu a claque “6º elemento” que esteve sempre presente a apoiar-nos e a ajudar-nos a lutar pela vitória. Recordo-me do jogo em Bom Sucesso que a 5m do fim estávamos a perder e a claque foi incansável a ajudar-nos a dar a volta ao resultado. Foi sem dúvida uma época espectacular!
CA - Depois do interregno de 2 anos, que motivos te trouxeram de volta aos ringues enquanto jogador?
RN- Com a saída do Daniel Noronha (por razões profissionais), a equipa técnica necessitava de reforçar a equipa… Fui sensível ao interesse e à forma insistente com que me abordaram. Já tinha trabalhado com o Miguel Cunha e com o Paulo Lopes, mas nunca com os dois em simultâneo e pareceu-me que tinham a perfeita noção de que encaixaria bem a todos os níveis no plantel. Também já conhecia todos os colegas e foi a junção de todas estas razões que me fez aceitar o convite de regressar aos ringues.
RN- Com a saída do Daniel Noronha (por razões profissionais), a equipa técnica necessitava de reforçar a equipa… Fui sensível ao interesse e à forma insistente com que me abordaram. Já tinha trabalhado com o Miguel Cunha e com o Paulo Lopes, mas nunca com os dois em simultâneo e pareceu-me que tinham a perfeita noção de que encaixaria bem a todos os níveis no plantel. Também já conhecia todos os colegas e foi a junção de todas estas razões que me fez aceitar o convite de regressar aos ringues.
CA - As carreiras são feitas de momentos altos e de outros menos bons. Quais os que te mais marcaram pela positiva e pela negativa?
RN – Começando pelo menos bom mais marcante, foi talvez o facto de ter descido da 2ª para a 3ª divisão no ano em que o SC Tomar me emprestou ao Santa Cita e apesar de termos jogado praticamente toda a época com juniores, acabámos por descer na última jornada. Quanto aos momentos bons assinalo os anos em que estive na 1ª divisão no SC Tomar, a presença nos quartos de final da Taça Cers também ao serviço do Tomar, as permanências na 2ª divisão na ACR Santa Cita, as duas subidas da 3ª para a 2ª divisão também na ACR Santa Cita, assim como a presença nos quartos de final da Taça de Portugal nesta época. Mas sinceramente foi um episódio recente que mais me marcou positivamente… Há uns tempos treinei com os Juvenis da ACR Santa Cita e após o treino um dos “meus colegas” dirigiu-se a mim e disse-me “que tinha sido um prazer ter treinado comigo”! Este pequeno comentário fez-me pensar que estes anos todos em que pratiquei a modalidade valeram a pena, por mais que não seja por este simples reconhecimento.
CA - Projectos para o futuro, agora que tens os patins pendurados?
RN – Dedicar-me ao meu papel de treinador… Estou focado em continuar o projecto que iniciei em Santa Cita o ano passado, conjuntamente com toda a estrutura da secção juvenil. Sinto um prazer enorme em trabalhar com estes miúdos porque são bons alunos, educados, trabalhadores, assíduos, pontuais e principalmente têm uma vontade enorme de aprender e evoluir como atletas de hóquei em patins.
CA - Vamos ver o Rui Nunes a representar a equipa de Veteranos do SC Tomar, ou é mesmo pendurar os patins e deixá-los a envelhecer tranquilamente?
RN – Bem pendurar, pendurar os patins é pouco provável porque dou os treinos normalmente de patins (risos)… É possível que daqui a uns tempos represente uma equipa de Veteranos porque tenho o “vício” de praticar desporto mas para já não penso nisso! Simplesmente quero fazer as coisas que normalmente não tinha tempo.
CA - Para terminar, resta-me mais uma vez agradecer a tua disponibilidade e desejar-te as maiores felicidades para esta nova etapa da tua vida, e fica o espaço aberto para alguma mensagem que queiras deixar aos visitantes do Cartão Azul
RN – Obrigado Gavancho… Queria também enaltecer o trabalho de informação e divulgação que tens feito aqui no Cartão Azul. O hóquei agradece principalmente a zona centro. Não podia ainda deixar de agradecer aos clubes que representei: SC Tomar, ACR Santa Cita e GDS Cascais... A toda a família, o acompanhamento e o apoio incansável, muito especialmente ao meu pai!! À mãe, sempre juntos! A todos os meus colegas (em especial os actuais!) quero sublinhar uma vez mais que foi um prazer patinar e conviver com vocês! A todos os treinadores pelo que aprendi... A todos os dirigentes, seccionistas e colaboradores, a amizade e a confiança depositada. Saio dos ringues com a consciência que o hóquei me deu mais do que eu a ele... Por isso... "OBRIGADO HÓQUEI!!!!!"
Fotos de arquivo: Rui Nunes e Barros Simões
2 comentários:
As maiores felicidades ao Rui nessa nova missão( formação de patinadores),ele que sempre o vi encarar o desporto de forma sã, mas depois de "meio século a patinar" também me parece que é melhor pensar duas vezes antes de voltar a calçar os patins .
Ai Gavancho, meio século de volta das "mines" e é tudo a dobrar, salvo seja.
Um grande abraço, de Ourém, aos dois e eu sei que o meio século é só para ver se estavamos atentos.
JO4ever
Obrigado pelo reparo, acho que está na altura de eu "formatar" o disco, pois já instalado há 46 anos, deve ter sectores corrompidos :)
Abraço e obrigado pelo reparo. Está corrigido
Atenciosamente
Francisco Gavancho
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