sábado, 15 de setembro de 2012

PAPARUCO - O COMENTADOR

 "Eu acredito"
 
Chega esta noite ao fim o 50º Campeonato Europeu de Hóquei em Patins – Paredes 2012, e seja qual for o resultado Portugal já ganhou, ganhou uma equipa, a mudança de mentalidades, o desprender das amarras que há anos a esta parte não tem deixado a selecção navegar rumo às vitórias. O Hóquei, esse ganhou mais adeptos, mais visibilidade e quiçá tenha sido este Europeu o ponto de viragem e o regresso ao protagonismo que é seu por direito.

Portugal até nem começou com uma grande exibição e logo aí os “Velhos do Restelo” disseram presente «mais do mesmo», mas com a ligeireza que surgiram assim desaparecem a seguir ao jogo com a Itália, um jogo que colocou em rinque toda a classe de Portugal, num misto de técnica, táctica e saber sofrer, todos nós amantes da modalidade estávamos de mãos dadas e a puxar para o mesmo lado, o da vitória final, em que acreditamos e sabemos ter qualidades para a conseguir.

Foto: Jornal "O Record"

Rui Neto teve a “ousadia” de romper com o passado recente “San Juan” por exemplo e apostar em jovens (Hélder Nunes, Diogo Rafael, João Rodrigues) a que juntou o “sal” da experiência de Ricardo Barreiros, Reinado Ventura, Valter Neves entre outros. E se esta ousadia se mantiver, independentemente do resultado desta noite frente à Espanha, outros jovens estarão na calha para ir aos poucos rendendo os mais antigos, falo por exemplo de Gonçalo Alves, João Souto, assim as mentalidades de outrora o permitam.

Outra vitória e essa já obtida, sem qualquer margem para dúvidas e com um resultado avassalador foi a adesão do público ao evento, com o Pavilhão Rota dos Moveis a registar casa cheia em todos os jogos de Portugal, com 2000 pessoas a puxar por Portugal ao ritmo do bombo Ribatejano levado até Paredes pelos “gandas malucos” dos Ultras Almeirim. Não me recordo de ver assim um Pavilhão cheio a vibrar com o hóquei, excepção feita ao Pavilhão do HC Turquel, mas essa Aldeia é a Catedral do Hóquei Português, e se me permitem sonhar «como seria um Europeu, ou um Mundial em Turquel?»

Foto: Fotos da Curva

Para terminar não podia deixar de fazer referência aos “Ultras Almeirim” que mais uma vez provaram o seu amor à modalidade, amor esse testemunhado em directo por milhares de espectadores da RTP1 pelos leitores do jornal “O Jogo”, o que lhes valeu o reconhecimento por parte da FPP que lhe endereçou o convite para animarem “como só eles sabem” os últimos três jogos da nossa selecção. Foi o reconhecimento nacional que ao tempo merecia esta Claque pela forma ímpar como apoiam os seus “Tigres” em particular e o Hóquei em geral, reconhecimento vindo do mais alto patamar, quando o reconhecimento “entre portas” tem sido sucessivamente esquecido não pelos atletas que têm passado pelo Ribatejo, mas por alguém com outro tipo de responsabilidades.

Força Portugal, joguem o que sabem, divirtam-se, façam-nos ainda mais felizes, joguem ao ritmo do “bombo” dos Ultras Almeirim, e conquistem o “caneco”. EU ACREDITO

1 comentário:

Tiago disse...

Paparuco, mundo bem dito, uma descirção perfeita do que foi o Europeu e da evolução do hoquei em patins.

Continua a escrever assim!!