JG – Bom dia Francisco. O balanço que faço é positivo, visto que cumprimos os nossos objectivos que passava por subir de divisão. Durante a época, fomos colocando mais alguns objectivos, tais como puxar mais gente ao pavilhão, tentar trazer mais jovens para a pratica do hóquei em patins em Almeirim, e isto tudo foi conseguido! Como é óbvio, e pelo campeonato que vínhamos fazendo, pensamos que seria possível chegar ao 1º lugar, mas tal não foi conseguido devido à boa época que a equipa da Mealhada fez também.
CA – Numa equipa recheada de valores, conseguiste fazer o que o Carlos Garção não conseguiu, ou seja arranjar um conjunto forte, e não uma equipa de cada um a jogar para si, foi difícil impores as tuas ideias e maneira de jogar, ou os atletas assimilaram facilmente as tuas directivas?
JG – Primeiro, dizer que a subida dos Tigres á 2ºdivisao se deve também ao trabalho do Carlos Garção e do Prof. Xavier. Acredito que de inicio não tenha sido fácil, visto ser uma equipa formada por muitos jogadores vindos de diferentes equipas. Quem anda no hóquei sabe perfeitamente que não é num espaço reduzido de tempo que se põe uma equipa a jogar. Depois da minha entrada, penso que foi dada um pouco mais de liberdade aos jogadores, mais confiança e tentar implantar um estilo de jogo que seja motivante para eles, juntei-me á equipa como se fosse mais um e aos poucos dando o meu cunho pessoal e penso que isso foi conseguido. Os jogos que os Tigres fizeram até final, é reconhecido por todos os adversários, que eram sempre os melhores, havia emoção, golos, acções bem organizadas..! Gostaria de destacar também, que devido ao nosso estilo de jogo, que é um estilo desgastante, tive a colaboração do Prof. Francisco Mendes, que trabalhou comigo em Ourém, que mesmo não estando comigo fisicamente, sempre me ajudou a tentar ter a equipa sempre bem fisicamente.
CA – A vinda do Rui Cova em Janeiro foi para colmatar alguma lacuna na equipa, ou um bom jogador como é o caso tem sempre lugar?
JG – A vinda do Rui Cova já estava planeada antes de eu entrar. Foi mais um jogador que veio para ajudar, penso e tenho a certeza que veio com a esperança de jogar mais tempo que o que jogou, mas apanhou pela frente uma dupla de avançados (João Patrício, Leandro Santos) que esteve sempre muito bem, que se completou e que esteve sempre em grande nas decisões. O Rui Cova foi entrando bem, e acabou o campeonato a jogar o mesmo tempo que a dupla que referi.
CA – Na altura falou-se que caso não viesse o Cova, voltarias a calçar os patins, confirmas, ou não passou de um boato?
JG – Não voltaria a calçar os patins. Acabei onde quis, acompanhado pelos meus ex-colegas de sempre, e não faria qualquer sentido voltar a jogar. E depois, com a linha defensiva que tive este ano, não iria trazer nada de novo, tive sempre grande confiança no João Silva, no Ivo Saldanha, no Gonçalo Ferrão que fizeram todos uma boa época, sempre em crescendo.
CA – Na tua equipa, o colectivo funcionava em perfeição, e não se notava as alterações que fazias. A que se deve isso, à qualidade dos jogadores ser similar, ou existe um trabalho de bastidores para isso?
JG – Deve-se também na confiança que tive em todos. Todos tiveram oportunidade de jogar, era muito raro haver um jogo em que os 10 jogadores não jogavam. Deve-se também ao estilo de jogo que implantamos, onde o desgaste físico era notório, como tal, quer nos treinos quer nos jogos houve sempre uma rotação de jogadores. Penso que foi muito benéfico, não só no jogo em si, mas também em termos de espírito de grupo, visto que todos sabiam que eram importantes, que eram precisos.
CA – Jorge, uma das queixas que ouvi em relação à tua equipa, era que por vezes jogadores provocavam o público, o que por vezes incendiava os pavilhões sem que para isso houvesse necessidade, vi num dos jogos um jogador exceder-se e tu de imediato reiteraste-o da pista. Achas que isso foi um factor prejudicial, para a imagem dos Tigres, ou são pormenores que fazem parte do jogo, tem apenas de ser controlados, para não prejudicarem a equipa?
JG – Penso que são pormenores que fazem parte do jogo. A equipa do Tigres não é violenta, tinha, era uma enorme vontade de ganhar o mais rápido possível a bola. E gosta de bons jogos, com emoção, desde o 1ºminuto ao último!
Em relação à pergunta que me fizeste, como todos sabemos, fala-se do João Patrício. O João Patrício é um jogador que tem uma qualidade espectacular. Tem tudo para ser um grande jogador. Eu sou um que admiro a maneira de jogar dele e nunca abdiquei dele É um jogador que da tudo dentro de campo, não da uma bola por perdida, e que rende ainda mais onde haja ambiente hostis. Gosta de ser provocado, não se inibe com nada, dai a minha admiração por ele. No entanto, sei que de vez em quando se excede, e tenho dialogado muito com ele, até os próprios colegas o tentam fazer ver que pode melhorar certas situações, mas aquilo está lá. é dele!!! Pese embora, tenha que dizer que há certos árbitros que têm uma postura para com ele que não é a melhor. Muitas vezes sem fazer nada leva cartão, o que o revolta. No passado, nos escalões mais jovens era um jogador que criava alguns problemas a árbitros, mas no presente está muito melhor, e quer melhorar ainda mais. Daí, contar com ele para o ano, e ter a certeza que poderá dentro de 1-2-3 anos estar a dar cartas numa 1ª divisão.
CA – A Mealhada foi um justo vencedor, ou se tens chegado uma ou duas jornadas antes, poderias ter "roubado" o 1º lugar à equipa da Bairrada?
JG – Quem chega ao fim em 1º lugar é sempre justo vencedor. A equipa da Mealhada é uma excelente equipa, muito equilibrada, muito bem orientada pelo Mestre Vasco Vaz e também com excelentes jogadores jovens. Não é certo que conseguiria vencer os jogos onde os Tigres perderam pontos, como tal, resta nos respeitar e dar os parabéns á equipa da Mealhada e esperançados que consigam o título de campeão da 3ª divisão.
CA – Jorge como está a ser planeada a próxima época, no que diz respeito a entradas e saídas?
JG – Em relação a saídas há a registar as saídas do Mário Almeida, do Ivo Nascimento e do Tiago Barreiro. A todos agradeço a postura que tiveram ao longo do ano, que continuem as vossas carreiras, porque são bons jogadores e bons companheiros. Em relação a entradas temos a entrada do Carlos Tomaz (ex-U.F.E) para reforçar a posição de guarda redes .Um excelente jovem, que o conheço desde o tempo que o orientei nas camadas jovens do Sporting de Tomar, bom companheiro que se vai integrar muito facilmente no espírito da equipa dos Tigres. Em relação a mais reforços, queremos mais 1 defesa e 2 avançados..que visto ainda estarem em competição, guardarei para mais tarde os seus nomes.
CA – Vamos ter os Tigres a lutar para não descer, ou para se intrometer nos lugares cimeiros?
JG – Vamos ter os Tigres a lutarem sempre para ganhar onde quer que seja. Sabemos que vimos da 3ª divisão, vamos para uma divisão que o ritmo certamente é maior, e queremos preparar nos bem para fazer um bom campeonato. Um bom campeonato será em minha opinião andar sempre na 1ª metade da tabela classificativa. Queremos crescer com os pés bem assentes na terra.
CA – Jorge, mudando de assunto, como vistes o campeonato do teu Sporting Tomar e da Juventude Ouriense, clube onde subiste à 1ª divisão?
JG – Bons campeonatos! Em relação á Juventude Ouriense penso que com um pouco mais de audácia, de atrevimento, podiam ter "mordido ainda mais os calcanhares" aos primeiros. Uma equipa muito equilibrada, bem orientada, que defende muito bem e que tem jogadores muito interessantes. Em relação ao Sporting de Tomar, penso que fez o que lhe competia. Desde o dia da apresentação que olhando para aquela equipa que só havia uma hipótese, que era subir, seguramente que não foi fácil, ao longo de uma época há sempre momentos de decisão e quando os houve conseguiram ultrapassar com sucesso. A entrada do Favinha veio a dar uma nova dinâmica á equipa. Quem via o tomar jogar, era muito táctico, muitas acções definidas, e com entrada do Favinha veio alterar completamente o estilo de jogo, basta olhar para o goal avarage, e está tudo dito, ter o Favinha numa equipa de escalão secundário, arrisca se sempre a subir. Agora na 1ª divisão terá que ter outra estrutura de jogo, passará muito por ser idêntica á passagem da Juventude Ouriense pela 1ª divisão. Espero que se aguente mais do que 2 anos, porque faz falta ao hóquei do Ribatejo. Espero também que deixem as pessoas trabalharem, este ano haverá mais derrotas que vitorias, e espero que não haja divisões aquando da chegada das derrotas. Um clube unido, terá sempre dificuldades em manter-se na 1ª divisão mas terá sempre uma alma grande, agora se desunirem, ai não terão hipótese nenhuma em manterem se na 1ª divisão e darem sempre trunfos á concorrência.
CA – Quanto às outras equipas Ribatejanas que estiveram na tua série, o que tens a dizer dos seus campeonatos?
JG – Penso que o Sta. Cita podia ter feito muito mais, visto ter um plantel com muitas soluções. As mudanças de treinador não vieram trazer nada de novo, só convulsões dentro do balneário. Penso, e isto é uma opinião minha, que vale o que vale, a entrada do Paulo Lopes a determinada altura podia ter segurado a equipa. Digo isto porque, para mim, na nossa zona, e eu já tive muitos treinadores, para mim é a pessoa que percebe mais de hóquei em patins. Pode não transmitir tanta garra para as suas equipas, mas hóquei, hóquei, como ele não há ninguém. E acredito que conhecendo já os jogadores de Sta Cita, podia trazer algo mais á equipa. Em relação ao U.F.E. penso que fizeram um campeonato muito giro, depois da barafunda de inicio de época, uniram-se, e paulatinamente foram-se encontrando. Espero que para o ano, quer Sta Cita quer U.F.E. consigam subir, só ajudará o hóquei Ribatejano.
CA – Para terminar que agradecer mais uma vez a disponibilidade para com o Cartão Azul, e desejar-te as maiores felicidades para a próxima época.
JG –Eu é que agradeço Francisco, dizer que os Tigres querem crescer, vamos ter para a próxima época todos os escalões de formação, queremos, e não temos vergonha de o dizer, que queremos aprender com os clubes que têm feito bons desenvolvimentos nos escalões de formação, sabemos que temos um caminho longo a percorrer, mas com a alma que está a crescer em Almeirim vamos concerteza dar passos certos para que daqui a alguns anos possamos ter uma equipa de seniores formada com gente de Almeirim, O plantel sénior vai ter um papel importante para o incentivo da vinda de ainda mais atletas este ano. Queremos que sintam a equipa sénior, bem como os seniores sintam o trabalho que se faz nos escalões de formação, sabendo que a presença deles nos seus treinos será um motivo de orgulho. Assim haja paciência, vontade, e orgulho naquilo que se quer fazer. Não queremos ser o melhor de todos, queremos é que Almeirim se orgulhe do trabalho que se está a fazer no hóquei em patins.
8 comentários:
Curiosas declarações do sr. Godinho sobre o Mister Paulo Lopes que sem dúvdia é um belíssimo treinador, dos bons que há por aí no Ribatejo, pena foi que quando o Mister Paulo foi treinador do Sporting, tenha sido o sr. Godinho a fazer-lhe a folha. Mas ainda bem que hoje com estas palavras, mostre algum reconhecimento e quiçás algum remorso.
Esta do Paulo Lopes, traz água no bico , vamos aguardar para perceber.Um homem não se esconde, enfrenta os problemas e não é depois de as coisas acontecerem que se vêm passar o pano.Porque para quem é um DANTISTA ,vir falar do Paulo Lopes no mínimo têm zero de coerência e 100 de preparação.A mim nada me espanta ,vindo de quem vêm.
ASS. Alguém que gosta de ti,que te conhece à longa data, mas sabe que de caracter tens nada
Parabens Godinho..
És um senhor e um exemplo de entrega onde quer que estejas.
Um abraço de Ourém,
.....
Não costuma ser fórmula de sucesso, começar a fazer um edifício pelo telhado, mas nos tempos que correm já tudo é possível, se conseguirem mesmo assim engrandecer o hóquei em Almeirim e no Ribatejo, que tenham muito boa sorte, mas para que tal aconteça, deixemos passar o deslumbramento do dinheiro que circula, depois veremos como é, quando a torneira fechar, de qualquer jeito deve-se felicitar os Tigres pela subida de Divisão, embora este discurso seja o politicamente correcto, se Deus quiser, estaremos cá todos para ver o futuro, assim continue a haver dinheiro, porque senão, voltaremos ao que sempre foi a realidade de Almeirim e aqueles que hoje pintam o quadro com as cores mais bonitas, vão ser os primeiros a abandonar e depois vão-se fartar de dizer que não os deixaram fazer, que assim que assado, o costume, de quem constrói um edifício em cima de nada. Uma coisa é certa, equipa para lutarem pela subida à 1ª já têm. Isso é realidade.
Este Godinho, pensa que engana quem? mas alguem acredita em alguma coisa do que aqui é dito? subiram porque gastaram uma fortuna em 15 ou 16 jogadores que para a 3ª divisão são galácticos, porque se estivessem à espera da sabedoria de treinador bem poderiam esperar.
O futuro do hóquei ribatejano vai ser sp.tomar-tigres de almeirim a 20 voltas.Em todas as categorias.
E passo a explicar, visando soretudo o sp.tomar, o clube que melhor trabalha no distrito. Já não lhes bastam os excelentes jogadores que têm. Andam a desafiar miudos de outros clubes, querem-nos todos.
Já os tigres tb acabarão por depenar o santarém.
Não me vou enganar Sp.tomar-tigres a 20 voltas...entretanto os tigres acabam e joga o tomar A o Tomar B o Tomar C...e por aí em diante.
É o hóquei que temos.
Nem os Tigres vão crescer tanto, esperem para ver e é um disparate alguem estar a comparar os tigres com o sporting, só pode ser alguem que nao sabe do que fala, os tigres???? a respeito de quê? mas o que é que este clube já fez para fazerem uma futurologia dessas? vamos lá a ver se em Dezembro ainda têm equipa.
Godinho parabens pela subida já te o disse pessoalmente, tambem ja fui treinado por ti e sei tal como muita gente o valor que tens, infelizmente nao se pode agradar a gregos e troianos... e a pessoas com dor de cotovelo muito menos.
É pena que toda gente possa escrever aqui e não apenas as pessoas que percebem minimamente de hoquei.Mais uma vez parabens...um grande abraço
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