UD ROSSIENSE RESSUSCITA HÓQUEI NO CONCELHO DE ABRANTES

Passados mais de 20 anos da extinção da equipa de hóquei em patins da União Desportiva Rossiense (UDR), que foi uma glória do clube nas décadas de 60 e 70, o Rossio ao Sul do Tejo volta a ter uma secção desta modalidade e pretende entrar na competição já na próxima época desportiva.

Foto: Desporto em Abrantes

Para já, são cerca de 15 jovens, entre os 3 e os 12 anos, que estão a frequentar a escola de hóquei em patins recém-criada pela UDR, mas a intenção é captar muitos mais.

Numa localidade com uma longa tradição no hóquei em patins - recorde-se que as equipas da UDR venceram vários campeonatos nacionais e distritais nos anos 60 e 70 - retomar a prática desta modalidade, era um projecto antigo da direcção do clube que só não avançou mais cedo devido às “dificuldades financeiras”, refere José Carvalho, vice-presidente da UDR, a O MIRANTE.

No entanto, com a ajuda da autarquia de Abrantes, que disponibilizou uma verba para o projecto, o clube avançou e em Outubro do ano passado abriu a Escola de Hóquei em Patins, que representou um investimento inicial na ordem dos 8 mil euros.

Foto: Desporto em Abrantes

“Neste momento, temos todo o equipamento para a iniciação da modalidade, com os patins de iniciação, os sticks, as bolas, as joelheiras e as caneleiras”, salienta Joaquim Drogas, responsável pela nova secção de hóquei da UDR.

E a intenção é, durante este mês de Janeiro, adquirir equipamento de competição para “iniciar um outro tipo de treino mais virado para a competição”, salienta Joaquim Drogas porque “esta modalidade requer uma constante evolução para os miúdos não estagnarem e perderem o interesse”.

Passados três meses do início da modalidade, Joaquim Drogas faz um balanço positivo: “Temos 15 crianças, das quais três raparigas e um menino de 3 anos e o balanço que faço é muito positivo, estou muito satisfeito. Quando começámos, os miúdos não sabiam andar de patins, andavam agarrados ao corrimão e hoje já temos crianças capazes de andarem sozinhas no ringue, que pegam no stick e tentam dominar uma bola”.

Neste momento o grande objectivo de Joaquim Drogas é “formar uma equipa”, não especificando ainda se será de bambis, de juvenis ou de infantis. “Isso vai depender do número de atletas e da sua idade”, refere, acrescentando que “se conseguir colocar uma equipa de miúdos a competir dentro de um ano, eu fico completamente realizado no meu projecto e a partir do momento em que isto acontecer, o hóquei não vai mais acabar”.

Foto: Desporto em Abrantes

Os interessados em participar têm apenas de se deslocar à UDR e fazer a sua inscrição. O clube disponibiliza todo o equipamento para a prática deste desporto e os atletas beneficiam ainda de um seguro que “é um investimento da UDR”.

Pavilhão no Rossio é essencial

A falta de um pavilhão no Rossio é a grande dificuldade com que o clube se depara. Os treinos do hóquei em patins estão a decorrer todos os domingos, entre as 10h e as 12h, no pavilhão do Pego, implicando uma deslocação dos atletas e treinadores de cerca de 4 kms.

Segundo José Carvalho e Joaquim Drogas, “é fundamental a existência de um pavilhão aqui no Rossio”. Aliás, recorda o responsável pela nova modalidade, “o hóquei em patins no Rossio acabou há muitos anos atrás precisamente porque esta localidade nunca teve um pavilhão onde os atletas pudessem treinar”.

Maestro da nova equipa de  hóquei foi antigo jogador da UDR

Foto: Fernanda Mendes

Joaquim Drogas, 51 anos, natural de Estremoz, é o homem que está à frente da nova equipa de hóquei em patins da União Desportiva Rossiense e conta com a colaboração de mais quatro colegas. 

Foi jogador das equipas juniores e seniores da UDR. “Formei-me no Hóquei Clube de Estremoz, onde joguei em infantis. O meu pai era militar e quando foi destacado para Santa Margarida viémos todos morar para o Rossio ao Sul do Tejo que tinha hóquei em patins e comecei na UDR em juniores e depois seniores”.

Na sua carreira ligada ao hóquei, Joaquim Drogas passou ainda, como semi-profissional, pelo Hóquei Clube de Leiria e chegou a ter uma experiência de três meses num clube em Berna, na Suíça. O desafio que agora tem pela frente é formar uma equipa de hóquei em patins da UDR e colocá-la em competição.

“Eu amo o hóquei em patins”, assume este atleta que, aos 51 anos, ainda faz parte de uma equipa de veteranos da União de Futebol do Entroncamento que todas as sextas-feiras se reúne para uma “partidinha”.

In Jornal “O Mirante”