O JOGO DA VIDA DELES

É no Inferno de San Siro, alcunha decalcada do estádio de futebol Italiano, que hoje se joga o titulo da I Divisão, entre o anfitrião Valongo, outsider, e o FC Porto, à procura de bisar.

Foto: Jornal "A Bola"

O treinador do Valongo, Paulo Pereira, que não esconde o «sonho» de se tornar no primeiro a erguer o troféu, após 23 anos como atleta da casa e 12 a liderar o plantel, já idealizou o discurso aos jogadores, antes das 18 horas: «Para mim, são vencedores. A meta da época está cumprida. Estamos a 50 minutos de ficar na história do clube e na memória da cidade e dos adeptos».

Para Rafa, que discute o último jogo com a camisola do clube, antes do regresso ao FC Porto, «um clube dotado desta estrutura e jogadores desta idade, muito dificilmente voltará a estar em posição de ganhar nos próximos anos». Também o atleta não quer partir sem deixar marca «junto de adeptos, cidade e história» deste desporto. «Seria uma lufada de ar fresco para a modalidade. Abriria portas para outras equipas perceberem que pode haver mais a lutar pelo campeonato para além de Benfica e FC Porto», reforça Rafa.

Com 21 títulos cada um, os dois clubes grandes lideram o quadro de honra, no qual o Barcelos figura como o último amador a quebrar esta hegemonia, em 2000/01. O Valongo nunca esteve tão perto de um feito inédito, para mais em casa, que tem a fama de criar um ambiente infernal para rivais e árbitros, à semelhança do estádio do Milan e Inter, conforme um adepto se lembrou de associar. «Vivem a modalidade de forma especial. São fanáticos pela equipa, no sentido de apoio. Nesta época, nalguns jogos, já nos ajudaram a encontrar forças quando estávamos a cair no fundo», elogia o técnico.

A cidade está mobilizada, foram vendidos 1400 ingressos pelo Valongo e cedidos pouco mais de 150 ao FC Porto. Os bilhetes esgotaram na quarta-feira e a policia já está à espera de um ambiente infernal, tendo destacado entre 50 e 60 efectivos para o pavilhão municipal, segundo o clube.

Gabriela Melo, in Jornal "A Bola"