Andreia Barata iniciou-se para o hóquei em patins em Alçobaça tendo representado durante várias épocas o A Alcobacence CD. Mudou-se para Vale de Lobos para representar o GDR “Os Lobinhos” tendo no seu palmarés vários títulos, o ultimo dos quais a conquista da Taça de Portugal. Fomos ao encontro de Andreia para falarmos um pouco de hóquei na versão feminina.
CA – Bom dia Andreia, obrigado pela tua disponibilidade. Que balanço fazes da época 2011/2012?
AB – Obrigado eu por esta oportunidade. A nível pessoal esta época foi mais uma vez positiva pois o Lobinhos conseguiu 2 títulos nacionais (a Supertaça e a Taça de Portugal) e concretizei o sonho de jogar na Liga Europeia de Clubes conseguindo o 3º lugar! Claro que a mágoa de não ter conseguido o campeonato também marcou esta minha época.
CA – Bom dia Andreia, obrigado pela tua disponibilidade. Que balanço fazes da época 2011/2012?
AB – Obrigado eu por esta oportunidade. A nível pessoal esta época foi mais uma vez positiva pois o Lobinhos conseguiu 2 títulos nacionais (a Supertaça e a Taça de Portugal) e concretizei o sonho de jogar na Liga Europeia de Clubes conseguindo o 3º lugar! Claro que a mágoa de não ter conseguido o campeonato também marcou esta minha época.
CA – Lobinhos e Turquel lutaram até ao fim pelos títulos em disputa, o Nacional e a Taça de Portugal tendo cada equipa vencido uma prova. Foram as melhores equipas, ou apenas as mais regulares?
AB – Na minha opinião fomos as melhores equipas e não as mais regulares pois houve quebras de rendimento nas duas ao longo da época! Foi um campeonato muito disputado de novo e o Turquel soube em equipa chegar ao título! Quanto ao Lobinhos e porque faço parte desta equipa, o campeonato fugiu-nos da mão quando perdemos pontos em casa numa altura em que a equipa estava desorganizada, felizmente soubemos em grupo superar os problemas e fomos unidas para a Taça de Portugal o que fez toda a diferença!
CA – Agora que a nova época está a começar, o que podemos esperar dos Lobinhos?
AB – Esta época a equipa vai sofrer alterações, treinador novo, atletas novas e a perda da Rita (que vai para Espanha jogar). No entanto, continuamos com um grupo muito bom de atletas que gostam muito de jogar e que estão motivadas para trabalhar e conseguir bons resultados. Foi muito importante para o clube o ingresso de novas atletas e estou certa que as mais “velhas” vão integrá-las facilmente no grupo.
CA – Agora que a nova época está a começar, o que podemos esperar dos Lobinhos?
AB – Esta época a equipa vai sofrer alterações, treinador novo, atletas novas e a perda da Rita (que vai para Espanha jogar). No entanto, continuamos com um grupo muito bom de atletas que gostam muito de jogar e que estão motivadas para trabalhar e conseguir bons resultados. Foi muito importante para o clube o ingresso de novas atletas e estou certa que as mais “velhas” vão integrá-las facilmente no grupo.
CA – O SL Benfica vai apresentar uma equipa de seniores femininos, qual a tua opinião em relação a este assunto?
AB – É uma excelente notícia! O Hóquei feminino precisava de uma novidade destas. Primeiro porque é importante que surjam novas equipas e novos valores para melhorar a qualidade do nosso hóquei e consequentemente do campeonato. Depois o facto de ser um clube da dimensão do Benfica só vai trazer visibilidade ao hóquei feminino e estou certa que com isso o hóquei vai crescer e seja mais valorizado! Só desejo que os outros clubes “grandes” sigam o exemplo, afinal dérbis entre grandes dá sempre grande visibilidade!
CA – Começando do zero e arrancando em Setembro com a formação de jovens atletas, o SL Benfica foi contratar atletas a outros clubes, até que ponto poderá esta situação ter fragilizado esses clubes e transformar por exemplo a equipa encarnada logo no 1º ano como um dos candidatos à conquista de alguns troféus?
AB – Ainda não conheço bem o projecto do Benfica nomeadamente as jogadoras que vão fazer parte da equipa, mas considero que não poderia ser de outra forma. É bom que o Benfica tente entrar por cima para que o projecto consiga apoios suficientes para continuar! Se as “séniores” forem obtendo bons resultados as miúdas que agora começam vão crer continuar para um dia lá chegar! Não queria ser repetitiva, mas só com uma boa equipa o Benfica conseguirá a visibilidade de que o hóquei feminino precisa! Quanto aos outros clubes, poderá sim fragilizar, mas tendo em conta as equipas que lutam pelo título todas elas têm boas escolas e terão de optar pelas mais jovens, o que acaba por ser bom para o hóquei.
CA – Ficámos a saber que o CD Boliqueime extinguiu a sua equipa Feminina, que comentário fazes desta situação e o que achas que motivou a mesma, até pelo facto de teres estado num clube o A Alcobacense CD que também extinguiu a equipa feminina?
AB – A extinção de uma equipa é sempre lamentável, dá-me a entender que estes clubes não souberam garantir o futuro com jovens valores. Tanto o Alcobaça como o Boliqueime sempre tiveram muitas miúdas a iniciar e por isso houve alturas que tinham equipas B, e que apesar dos esforços para manter duas equipas as atletas desistiram em massa, o que é de facto preocupante e demonstra a fragilidade da nossa modalidade na vertente feminina. A falta de campeonatos jovens, e o pouco investimento em seleções femininas Sub-20 faz com que o abandono seja grande.
CA – Como está o hóquei feminino em Portugal?
AB – Penso que já teve “melhores dias” relativamente ao número de equipas inscritas no campeonato, tal como o País, os clubes têm muitas dificuldades em manter as equipas e superar as despesas associadas á competição. No entanto, penso que a nível técnico e táctico está cada vez melhor! O facto das jovens jogadoras poderem jogar com os rapazes permite-lhes uma evolução natural, o que antigamente não acontecia. Eu por exemplo sou da “velha escola” e desde os 13 anos que jogo nas séniores e portanto apanhei sempre adversárias e colegas com o dobro da minha idade e o dobro da minha experiência o que me levou a estar muito tempo “à espera da minha oportunidade”. Apesar de isto hoje ainda acontecer estas jovens atletas têm a oportunidade de evoluir em campeonatos próprios. Só falta a FPP acompanhar estas jovens e preparar mais competições para que estes valores não se percam e no fundo que os trabalhos dos clubes sejam acompanhados de perto.
CA – Com várias jogadores a representar equipas estrangeiras, o que tem faltado à Selecção Nacional para conquistar o Europeu e o Mundial?
AB – Na minha opinião o que nos falta é uma melhor organização. Actualmente temos valores suficientes para fazer uma excelente selecção, mas a falta de investimento por parte da FPP faz com que Portugal não consiga os títulos. É necessário que o seleccionador tenha a possibilidade de analisar todas as equipas para poder planear melhor a nossa selecção.
Há um factor muito importante a ter em conta, muitas das nossas melhores atletas rescindem com a selecção, a maioria devido aos assuntos profissionais. Sinceramente não acredito que isto aconteça no hóquei masculino e é urgente a FPP analisar e estruturar uma melhor solução para que Portugal volte a ter condições de conquistar medalhas!
Também me dá a entender que pensamos muito em preparar a selecção do futuro não levando as melhores do momento e preferindo sempre levar jovens jogadoras que ainda não têm muita experiencia nas seniores, ora isto até era bom se não fosse exactamente o facto de essas jogadoras jovens acabarem por prescindir também elas muito cedo da selecção, levando-nos a renovar consequentemente “o presente”.
CA – Andreia mais uma vez obrigado, e deixo o espaço à tua disposição para alguma mensagem que queiras enviar aos visitantes deste espaço.
AB – Quero aproveitar para agradecer-te Francisco pelo trabalho de divulgação que tens feito com a nossa modalidade. O Cartão Azul é um excelente espaço, e é importante que todos tenhamos oportunidade de expressar opiniões. Desejo-te então continuação de um bom trabalho e continua a divulgar o Hóquei Feminino!!
Fotos: Andreia Barata
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