Foto: HCT |
Uma época de sonho, assim foi considerada pelos responsáveis do HC Turquel, clube da chamada Aldeia Portuguesa do Hóquei em Patins. Considero que é muito mais, e deveria ser chamada a Catedral do Hóquei em Portugal. Senão vejamos: os Seniores masculinos subiram à I Divisão e participaram na final four da taça de Portugal, os Seniores Femininos foram vencedores da Supertaça, Campeões Nacionais e finalistas vencidos na Taça de Portugal, HCT, Campeões Regionais em Infantis, Iniciados e Juniores, presença na Final-four de Iniciados e organizador da Final-four de Juniores, onde, no jogo da final, assistiram mais de 1600 pessoas. Fomos à Catedral do Hóquei para falarmos com o Prof. João Simões que, para além técnico da equipa sénior, é o coordenador do hóquei no clube.
CA – Bom dia Prof. Que balanço faz dos escalões Seniores do clube em 2011/2012?
JS – Bom dia, foi um ano muito exigente e desgastante para todos os que servem o clube. Nos Séniores masculinos a “obrigatoriedade” de subirmos de divisão fez com que a margem de erro fosse praticamente zero e soubemos conviver diariamente com essa realidade e crescer com ela. Uma vez que os adversários diretos foram tropeçando, conseguimos materializar a nossa subida quando ainda faltavam disputar 18 pontos, o que por si só é bastante significativo. Juntar a isto a taça de Portugal, onde tivemos a estrelinha de jogar sempre em Turquel mas onde eliminámos equipas muito fortes, cair na final four contra o Benfica, campeão nacional (apesar de sabermos que podíamos ter feito um pouco melhor), em nada belisca uma época memorável para todo a equipa.
CA – Bom dia Prof. Que balanço faz dos escalões Seniores do clube em 2011/2012?
JS – Bom dia, foi um ano muito exigente e desgastante para todos os que servem o clube. Nos Séniores masculinos a “obrigatoriedade” de subirmos de divisão fez com que a margem de erro fosse praticamente zero e soubemos conviver diariamente com essa realidade e crescer com ela. Uma vez que os adversários diretos foram tropeçando, conseguimos materializar a nossa subida quando ainda faltavam disputar 18 pontos, o que por si só é bastante significativo. Juntar a isto a taça de Portugal, onde tivemos a estrelinha de jogar sempre em Turquel mas onde eliminámos equipas muito fortes, cair na final four contra o Benfica, campeão nacional (apesar de sabermos que podíamos ter feito um pouco melhor), em nada belisca uma época memorável para todo a equipa.
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Nos Femininos, apesar de teoricamente termos um plantel mais fragilizado do que no ano anterior, a verdade é que o prof. Luís Rosa consolidou e estabilizou um grupo que, com um clima de treino muito positivo, permitiu apresentar, jogo após jogo, uma equipa com talento, consistente, organizada e muito unida. O título de campeão nacional foi um justo prémio para um clube que já há muito tempo integra as raparigas com os rapazes nos escalões de formação e que promove, na verdadeira essência da palavra, o Hóquei Feminino.
CA – E nos escalões de formação, os indicadores são positivos?
Apesar de os Seniores terem melhores condições de trabalho em termos de carga horária de treino e apoio logístico, a verdade é que estas de nada servem se não conseguirmos, nos escalões de formação, garantir continuidade na transição de Juniores para o escalão principal. É para isso que trabalhamos diariamente e olhamos para todos os atletas do clube como potenciais jogadores da nossa equipa sénior. Sabemos que apenas uma percentagem muito reduzida o vai conseguir, mas para todos os outros ficamos com a consciência que a sua passagem pelo clube contribuiu para a sua saúde e aquisição de hábitos de vida saudável não esquecendo as competências ao nível da dinâmica de grupo e equilíbrio emocional, tão importantes no dia-a-dia de todos nós.
Em termos desportivos, nos Juniores, o facto de termos grande parte dos jogadores na universidade sem poderem treinar e, nos Juvenis, a equipa ser maioritariamente de 1.º ano tendo mesmo que recorrer sempre a iniciados para competir, faz com que tenhamos de ficar satisfeitos com a qualificação para o Nacional.
Nos Infantis e Iniciados, a maior base de recrutamento permitiu construir equipas que se bateram com as melhores do nosso país e ficar respectivamente entre os 8 e 4 primeiros classificados a nível nacional, este é um indicador muito positivo do trabalho que vamos fazendo com os mais jovens e que queremos, ano após ano, prolongar até aos Juniores. A presença na final four de Iniciados é um justo prémio para o Prof. André Luís que, devido ao facto de ser jogador da equipa Sénior e coordenador dos escalões de iniciação, dedica ao clube muitas horas, sete dias por semana mantendo sempre grande motivação e elevada exigência para um grupo de jogadores que, apesar de muito jovens, possuem já alguma maturidade competitiva e muita paixão pelo clube e pela modalidade. Nos restantes escalões de iniciação continuamos com uma base alargada e competente de crianças que nos garantem um futuro auspicioso.
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CA – No que aos seniores diz respeito, estiveram a um passo de vencerem a zona Sul, mas acabaram ultrapassados pelo Sporting. O que faltou para terem conseguido terminar em primeiro?
JS – O Sporting venceu os dois jogos que realizámos e só por isso o mérito de terem sido vencedores de série e depois da 2.ª divisão é total. Em ambas as partidas podíamos ter vencido, mas a verdade é que errámos em momentos do jogo em que não podíamos e o talento de alguns jogadores do Sporting resolveram os jogos a seu favor. Faltou-nos competência, principalmente no jogo em casa, mas a verdade é que estávamos num momento da época em que já tínhamos garantido a subida e vínhamos de e íamos para jogos na taça muito exigentes e talvez a equipa tivesse acusado algum desgaste emocional. No que ao campeonato diz respeito, o importante era subirmos e é claro que gostaríamos de ter ficado em 1.º, mas a verdade é que o Sporting, na minha opinião, foi mais forte e um justo vencedor.
CA – Agora de regresso à I Divisão, que Turquel podemos esperar?
JS – Se este ano foi exigente para alcançarmos a subida, para o ano que vem teremos de trabalhar ainda mais e melhor. Começando pela equipa técnica e pela quase totalidade do plantel, não temos experiência de 1.ª divisão mas isso não faz com que não sintamos que temos competência para atingir os nossos objectivos. Admito que quando olho para o plantel de outras equipas ganho ainda mais consciência das dificuldades que vamos ter, mas todos os Turquelenses podem esperar uma equipa com talento, metódica e com força mental capaz de disputar todos os pontos dentro da pista.
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CA – O facto de jogarem sempre com um sexto jogador (o publico que jogo a jogo enche o pavilhão) tem sido deveras importante. Esta época será ainda mais importante? Que apelo quer deixar aqui a esse 6º jogador?
JS – Se existisse um campeonato de adeptos lutaríamos todos os anos pelas competições europeias. Sabemos que o apoio deles é fundamental e como resposta e agradecimento garantimos que não será nunca por falta de entrega e empenho que deixaremos escapar pontos. É importante que eles tenham a consciência de que os anos sem perder em casa, os ciclos de dúzias de vitórias consecutivas e as conquistas dos melhores ataques e defesas das provas terminaram. Contámos com eles nos piores momentos, tal como o fizeram em Sesimbra este ano quando, à 5.ª jornada, perdemos pela segunda vez e eles despediram-se da equipa de pé a cantar o hino do clube, sabemos que não nos vão deixar ao abandono e com eles vamos fazer do factor casa a nossa tábua de salvação para alcançarmos as vitórias que nos vão garantir a manutenção.
CA – Falando em reforços, temos Diogo Alves e Pedro Vaz, a que se juntam os juniores Xavier Lourenço e Alexandre Duarte. Como os avalia individualmente e o porquê da sua escolha?
JS – O fato de termos subido não podia nunca desvirtuar a nossa rota no que diz respeito ao facto de sermos um clube de formação que aposta nos jogadores da terra. A integração do Xavier Lourenço no plantel Sénior faz todo o sentido uma vez que ele o ano passado já esteve muito próximo de nós e o seu talento e crescimento dá-nos já garantias de nos poder ser útil durante esta época. O Alexandre, que estuda em Lisboa, estará connosco apenas em alguns treinos mas queremos que seja um de nós pois acreditamos tem um futuro bastante promissor. O Diogo e o Pedro, apesar de jovens têm uma formação de destaque e foram escolhidos pelas características individuais que possuem e que, na nossa opinião, complementam o nosso plantel dando-nos mais soluções numa época onde todos serão necessários e indispensáveis.
CA – Olhando para o calendário, apesar de se saber que todos têm de jogar com todos, mas há melhores e piores alturas para o fazer, acha que o mesmo foi favorável? Na sua opinião, quais as equipas que irão jogar naquele último terço da classificação?
JS – Os calendários foram mais ou menos favoráveis no final da época quando se faz um balanço a frio uma vez que é impossível prever o rendimento que cada equipa terá no decorrer da época. Para uma equipa que subiu de divisão todos os jogos tem um grau de dificuldade altíssimo e nesse campo, se eu pudesse escolher o meu calendário teria muita dificuldade de o fazer de forma coerente. Continuaremos a ter os crónicos primeiros quatro classificados aos quais se juntam o Valongo e a Física cada vez mais fortes e acredito que o Barcelos este ano discuta lugares mais cimeiros. Depois todos os outros restantes lutaram entre si no fundo da tabela sendo que destas algumas equipas tem condições para surpreender. Vamos ver como corre, treino a treino e jogo a jogo.
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CA – A equipa Feminina conquistou o título nacional, e claro que o objectivo passará pela revalidação. Quais as novidades no plantel? Termos o HCT a participar em provas Europeias de clubes?
JS – Para o ano a nossa equipa feminina vai continuar, como nos anos anteriores, a lutar pela conquista das provas que disputa. O plantel será novamente conduzido pelo prof. Luís Rosa e acreditamos que todas as jogadoras que fizeram parte desta equipa tudo farão para poderem continuar connosco no próximo ano. A entrada na universidade de atletas fundamentais poderá condicionar um pouco a organização dos nossos micro-ciclos mas acredito que o sentimento de pertença a esta família irá superar todas as adversidades que possam aparecer. Poderão existir novidades no que diz respeito a algumas entradas mas neste momento ainda nada está definido pois existem alguns pormenores que não dependem de nós e pelos quais teremos de aguardar.
JS – Para o ano a nossa equipa feminina vai continuar, como nos anos anteriores, a lutar pela conquista das provas que disputa. O plantel será novamente conduzido pelo prof. Luís Rosa e acreditamos que todas as jogadoras que fizeram parte desta equipa tudo farão para poderem continuar connosco no próximo ano. A entrada na universidade de atletas fundamentais poderá condicionar um pouco a organização dos nossos micro-ciclos mas acredito que o sentimento de pertença a esta família irá superar todas as adversidades que possam aparecer. Poderão existir novidades no que diz respeito a algumas entradas mas neste momento ainda nada está definido pois existem alguns pormenores que não dependem de nós e pelos quais teremos de aguardar.
Em relação à participação nas provas Europeias essa é uma questão directiva pela qual não me parece sensato produzir qualquer opinião uma vez que a direcção publicamente ainda nada referiu a esse aspecto.
CA – Como coordenador do hóquei do HCT, quais os objectivos da próxima época nos outros escalões?
JS – Este ano que passou foi um ano muito positivo onde conseguimos aplicar a nossa máxima de fazer mais e melhor mais do que nos anos anteriores. Todos nós tentamos sempre olhar para o que fizemos no passado e identificar lacunas que terão de ser obrigatoriamente corrigidas para o futuro e tem sido com base neste ciclo que ano para ano temos crescido em todas as vertentes.
CA – Como coordenador do hóquei do HCT, quais os objectivos da próxima época nos outros escalões?
JS – Este ano que passou foi um ano muito positivo onde conseguimos aplicar a nossa máxima de fazer mais e melhor mais do que nos anos anteriores. Todos nós tentamos sempre olhar para o que fizemos no passado e identificar lacunas que terão de ser obrigatoriamente corrigidas para o futuro e tem sido com base neste ciclo que ano para ano temos crescido em todas as vertentes.
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Com esta base em termos desportivos será prioritário que os Séniores masculinos garantam a manutenção, que os femininos lutem pela conquista de todas as provas em que participam, que os escalões de formação sejam todos apurados para os nacionais e lutem pela passagem à 2.ª fase dos mesmos. Depois disto, lá estaremos para redefinir alguns objetivos mais ambiciosos para os escalões em que sentirmos que podemos fazer algo mais.
É prioritário também que nos escolares, benjamins e bambis consigamos evoluir do ponto vista técnico as nossas crianças ao nível da patinagem hoquista e o manejo de setique criando também uma base ao nível das regras de treino e de valores para nós fundamentais.
Vai ser para isso que todos treinadores irão trabalhar diariamente supervisionados pelo Nelson Lourenço e pelo André Luís do ponto de vista técnico e com o apoio logístico de todos os seccionistas e elementos da direcção. Sabemos que vai ser um ano muito difícil e exigente pois quanto mais alto é o nível mais difícil é melhorar, e no desporto existem momentos em que nada se tem a ganhar e muito a perder, mas queremos contrariar essa máxima e acreditamos que com o empenho e dedicação de todos iremos mais uma vez levar este enorme barco a bom porto.
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CA – Foi atribuído À AP Leiria e ao HCT a organização das Final-four de Iniciados e Juniores, no entanto pelo facto dos Iniciados se terem apurado para essa final, obrigou a que esse evento fosse deslocalizado para as Caldas da Rainha. Acha essa regra correcta? Pois se olharmos para outras modalidades, as finais são marcadas atempadamente e mesmo que seja no recinto de um dos finalistas a mesma não é alterada. Não seria este um assunto pertinente a ser levado pelas Associações à Assembleia-geral da FPP?
JS – Não concordo com essa condicionante nem com o facto de só se divulgarem os locais das provas uns dias antes da sua realização mas mais importante do que minha opinião é o facto de a nossa modalidade perder com isso. Gostaria mesmo que a FPP apresentasse uma vantagem dessa situação. Eu, tal como todos os treinadores, já calendarizarei todos os locais, datas e adversários para os jogos de preparação atempadamente e não consigo perceber como uma federação, que tem funcionários a tempo inteiro, não divulga logo no plano anual as datas e os locais para que situações destas não se repitam. A nossa federação escuda-se constantemente nos regulamentos que todos sabemos serem complexos, escritos numa linguagem pouco clara e técnica. Então que se mudem os regulamentos e se faça tudo o que está ao seu alcance para desenvolver a nossa modalidade. Sabemos que os tempos de crise que passamos não são fáceis e tudo isso dificulta o processo mas essa dificuldade também é sentida nos clubes que com estruturas bem mais amadoras tem conseguido sobreviver nesta intempérie. Já agora aproveito para referir que, na minha opinião, essas provas devem realizar-se em locais onde o hoquei em Patins é acarinhado pois não é por levar uma final four para “Israel” que daqui a 5 anos lá teremos Hoquei Patins. O que a nossa modalidade precisa é de pavilhões cheios e divulgação positiva em vez de só aparecermos nos jornais quando perdemos com Espanha ou quando arrastamos competições com recursos e recursos…
CA – O Torneio Dr. Joaquim Guerra que se realizará nos dias 15 e 16 de Setembro terá, segundo informação que me chegou a presença do bi-campeão Europeu Liceo da Coruña. Quer levantar mais um pouco o véu?
JS – O nosso torneio continuará a ser momento marcante para o nosso clube e na preparação da equipa. Os clubes participantes serão o HA Cambra, HC Braga e o Liceo da Coruña. Podermos receber o actual bicampeão europeu é para nós motivo de orgulho e agradecemos também a presença do HA Cambra e HC Braga que serão nossos adversários directos umas semanas mais tarde. O calendário será oportunamente divulgado.
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CA – Nas últimas duas épocas, o Torneio Dr. Joaquim Guerra tem sido antecedido por um Simpósio onde são debatidos assuntos de bastante interesse no que ao hóquei diz respeito. Este ano vamos ter a 3ª edição? Quais os temas a serem debatidos?
JS – Vamos ter o 3.º Simpósio pois em Turquel o que é positivo tem de ser mantido e melhorado. Os preletores estão a ser ultimados bem como os temas a abordar. Neste momento ainda estão pormenores por limar mas decerto que no dia 15 de Setembro teremos uma manhã de partilha e reflexão crítica e construtiva da nossa modalidade contando com especialistas de competência reconhecida e abordando temas técnicos e específicos da nossa modalidade. Juntamente com a divulgação do torneio será atempadamente conhecido o painel do nosso simpósio que continuará a ser gratuito e aberto a todos os jogadores, treinadores, árbitros, directores e amantes da modalidade.
CA – Obrigado Prof. pela sua disponibilidade, restam-me desejar uma época cheia de sucessos e fica o espaço à disposição para alguma mensagem que queira enviar para os adeptos do HCT e também para os visitantes do Cartão Azul.
JS – Gostava de lhe dar os parabéns pelo site que dirige retribuindo também o desejo de mais um ano de promoção e divulgação da nossa modalidade. Aproveito para agradecer a todos os pais dos nossos atletas pois sem o apoio deles era impossível garantir condições para que os seus filhos “crescessem” dentro do nosso clube. Agradeço também aos muitos voluntários que trabalham diariamente no nosso clube desempenhando funções que podem parecer menos relevantes mas que todas somadas garantem todas as condições para que o nosso clube seja cada maior e melhor. Boas férias para todos e para o ano cá estaremos.
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