domingo, 5 de agosto de 2012

PAPARUCO - O COMENTADOR

“QUANDO A ANTIGUIDADE JÁ NÃO É UM POSTO”

Depois de já ter falado dos jogos, agora é altura de falar da arbitragem, não se foram boas, ou se foram más, pois isso já foi mais do que debatido, se para uns os Senhores do Apito estiveram bem, para outros nem por isso, mas não foi isso que me motivou a escrita e passo a explicar.

A final-four de Iniciados nas Caldas da Rainha e de Juniores em Turquel tiveram um denominador comum, Cláudia Rego que pertence ao quadro de arbitragem do Minho. Sendo uma profunda conhecedora da modalidade, primeiro como praticante tendo inclusive capitaneado a Selecção Nacional na obtenção da medalha de prata em Akita no Japão, não está em causa o seu valor enquanto “juíza”, nem o percurso que possa vir a fazer no mundo da arbitragem, mas pertencendo ainda aos quadros regionais, indo prestar provas em Setembro para a subida aos Nacionais.

Agora vem a questão, sendo estas finais as provas mais importantes dos respectivos escalões, não seria de bom-tom por parte dos Senhores da Arbitragem Nacional nomear árbitros do Nacional, como fizeram em Sesimbra onde foi nomeado Cidalino Lamosa e Paulo Ferrão. Fernando Teixeira e Rui Azevedo juntaram-se a Cláudia Rego nas Caldas da Rainha. Não ficarão os árbitros do Nacional a olhar para este facto e a terem razões para aqui e ali tentarem perceber esta decisão. E se a este facto juntarmos também as duas meias-finais da Taça de Portugal 2012, onde a jovem árbitro esteve presente como auxiliar, verificamos que nestas final-four e Taça de Portugal, Cláudia somou 9 jogos, ao passo que há muitos árbitros do quadro Nacional que há semanas que nem um jogo como auxiliar realizaram.


O Conselho Nacional de Arbitragem, poderia premiar as Associações que realizam as final-four, como compensação aos gastos que estas têm para a realização das mesmas, nomeando árbitros desse Conselho Regional, mas não, nomeiam-se árbitros das Associações que têm campeões nacionais, excepto do Ribatejo, Associação sem árbitros nomeados (nem que fossem auxiliares) e que teve o SC Tomar como campeão Nacional de Juvenis. Assim, quer se queira que não, os custos vão aumentar e os árbitros a “miar” por “dá cá” o meu, há muitos meses.

Enfim, o desabafo já vai longe, mas hoje li uma frase de “George Orwell” que me inspirou para este texto «Jornalismo é publicar aquilo que alguém quer que não se publique. Todo o resto é publicidade», resta-me desejar boas férias e em princípio até Setembro para mais umas crónicas do Paparuco.

PS: Em nota de rodapé, fica só a ressalva, AP Leiria organiza duas finais e o seu Conselho de Arbitragem nem a um arbitro auxiliar teve direito.

Foto: Pedro Lima

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