PAPARUCO - O COMENTADOR

Já há algum tempo que não aparecia aqui pelo Cartão Azul, fruto do mau tempo que não me deixa “voar” por aí, fruto da crise que me vai “tolhendo” as ideias, e mesmo da Troika que com o memorando de entendimento nos tem arrancado “pena a pena” sob a liderança de um moço igualmente com nome de animal, mas com pelo, depois de outro com nome de filósofo ter-nos levado para a beira do precipício.

A palavra Troika tem entrado diariamente no meu “ninho”, seja qual for o tema, lá vem a Toika, Troika para aqui, Troika para ali, “porra” lá a Troika que não nos larga. Tantas vezes ouvi a palavra que resolvi procurar e eis o que encontrei «É a palavra russa que designa um comitê de três membros. Em política, a palavra troika designa uma aliança de três personagens do mesmo nível e poder que se reúnem em um esforço único para a gestão de uma entidade ou para completar uma missão».

Assim sendo acho que o nosso Hóquei em Patins precisa também de uma Troika, não para reunir três personagens do mesmo nível, mas sim para reunir três estados ou condições tudo isto tendo como objectivo o superior interesse da modalidade e esses três estados ou condições seriam, Bom Senso, Diálogo e Respeito pelo Trabalho dos Clubes e Atletas, e se não quisessem chamar-lhe Troika não viessem os moços com nome de animal e de filosofo querer todas as rédeas, poderiam chamar-lhe outra coisa qualquer.

E a esta hora estão os respeitáveis visitantes do Cartão Azul a pensar, foi desta que o Paparuco pirou de vez, mas que raio de lengalenga é esta, e eu passo a explicar, é apenas o prefácio de uma história verídica que afecta umas dezenas de jovens e três clubes da AP Setúbal, que após cinco meses de trabalho, de muitos euros gastos em inscrições, despesas de organização dos jogos, arbitragem, viagens, combustíveis e afins e depois do objectivo atingido, veem o seu campeonato não ser homologado à luz do Artigo 53º (1.2.1. e 2.2.2.) do Regulamento Geral de Hóquei em Patins.

Como em tudo na vida o mal de uns é o bem de outros e neste caso, a não homologação do Distrital de Sub-20 da AP Setúbal, deixou CN Setubalense, GD Sesimbra e Seixal FC fora do “comboio” do Nacional, esses mesmos lugares foram ocupados pelo CRC “Os Águias” da Memória (AP Leiria – participou Regional Lisboa/Ribatejo/Leiria)) AJ Viana (AP Minho) e CD Póvoa ou ACR Gulpilhares (AP Porto).

Pelo que tenho lido nas redes sociais a revolta é grande para os lados dos três clubes lesados e claro que a FPP baseada no RGHP está dentro da legalidade, mas era aqui que a “Troika Hoquista” devia entrar, juntar os sócios da FPP, ou seja as Associações e em conjunto tentar evitar que situações destas se repitam, por forma a não lesarem ainda mais os clubes que fazem das “tripas coração” para poderem oferecer aos jovens a prática da modalidade que eles gostam e escolheram, sem terem que depois ver o seu trabalho, o seu esforço humano e financeiro ir por “água abaixo” embarcado num artigo 53º de um Regulamento que se quer permeável às realidades da modalidade e não estanque e quiçá subserviente de certos interesses instalados.

O “Bom Senso” de equacionar se um clube que se inscreveu numa competição não termina a mesma por falta de condições, ou pela suspensão por parte da FPP, prejudicando assim os restantes, criando uma situação para que o campeonato continue até ao final e os clubes disputem os tais 10 jogos ou mais como o previsto no ponto 2.2.2. do artigo 53º.

O Diálogo entre todos os intervenientes da modalidade para que apresentem ideias, projectos, para que os mesmos sejam debatidos, nas Assembleias, onde todos “olhos-nos-olhos” discutam o melhor para a modalidade, e não ficarem “fechados em copas” à espera que aconteça esta situação ou outra idêntica e que uns saiam beneficiados e outros prejudicados.

E por fim o Respeito pelo Trabalho dos Clubes e dos Atletas, pois são eles que elevam o nome da modalidade, com a sua persistência e perseverança, fazendo sacríficos diários para a manter, muitas das vezes com prejuízo para a vida familiar e académica, tudo em nome de uma modalidade que eles acreditam e acarinham, mas que com situações destas aos poucos vão abandonando, rumo a outras onde os patamares superiores procuram diariamente a sustentabilidade da mesma, e vão auscultando os seus associados no intuito de saber quais os problemas que existem e a forma de acabar com os mesmos, e não talvez assobiando para o ar, escudados em regulamentos que são a base de uma modalidade, mas que só a servem na totalidade se forem redigidos e actualizados fase ao constante evoluir da mesma e ao estado social, politico e financeiro que a rodeia.