sexta-feira, 5 de março de 2010

PAULO ROMÃO PODE SER SANCIONADO


Caso de Valongo foi originado por "iniciativa" do árbitro

Paulo Romão, primeiro árbitro no encontro Valongo-FC Porto do passado sábado, pode ser sancionado pelo conselho de arbitragem da Federação Portuguesa de Patinagem (FPP), na sequência de uma reunião informal com os treinadores Paulo Pereira e Franklim Pais, uma hora antes do jogo, na qual terá anunciado "alterações de procedimentos relativamente às faltas de equipa". Segundo os técnicos, o juiz de Lisboa defendeu que estas eram "ordens decorrentes da reciclagem" do dia 14 de Fevereiro, daí que Valongo e FC Porto tenham questionado o motivo pelo qual não tinham sido informados antecipadamente e o que levava à mudança a meio do campeonato, embora, no mesmo dia, nenhum dos árbitros nomeados para as restantes partidas tenham seguido o exemplo de Romão. Ontem, Paulo Rodrigues, vice-presidente da FPP e da comissão de acompanhamento das novas regras, esclareceu: "Nunca a federação teria a veleidade de alterar regras a meio da época, sem ouvir os clubes ou indo contra regras internacionais. Se haveria alguma coisa a informar não seria antes dos jogos, nem os árbitros seriam os mensageiros. A federação assume que as regras não podem ser estanques e que pode haver a necessidade de acertos, mas num documento aberto e contando com todos os agentes da modalidade." Fernando Graça, membro da comissão técnica de acompanhamento das novas regras e da comissão europeia autora do projecto, sublinhou: "Tratou-se de uma iniciativa individual. Os árbitros não estão mandatados para promover reuniões. Haverá uma audição formal e uma sanção disciplinar." Já Ricardo Oliveira, representante máximo dos árbitros (ANAHP), defendeu: "As regras não mudaram. O jogo de Valongo tinha uma forte carga emotiva e a abordagem foi feita num diálogo informal, mas que induziu em erro. A reciclagem serviu para afinar agulhas e os que não apitavam bem, ficaram a saber como se apita."

Juízes lusos são os que menos apitam faltas

Na reciclagem sob a égide do CERH, onde se debateram as dúvidas mais frequentes, foram apresentados dados estatísticos que demonstram que os árbitros portugueses são os que menos apitam faltas de equipa. A vontade de uniformizar poderá aumentar o número de faltas de equipa: em Valongo foram 29 no total. Fernando Graça aproveitou para esclarecer um ponto: "Os que consideraram que estavam a trabalhar mal é que tiveram de alterar procedimentos." E deixou ainda um novo dado: "Cada federação delibera se a Lei da Vantagem está associada a uma falta. Em Espanha, está. Aos árbitros portugueses foi aconselhado dar a Lei da Vantagem, por exemplo, nos contra-ataques prometedores, mas sem falta de equipa."

Paula Capela Martins, in Jornal "O Jogo"