Eduardo Marques mais conhecido por "Ginja" no Mundo do Hóquei e que no início da época assumiu o comando técnico do GD Sesimbra, sucedendo a Artur Pereira deixou o cargo de treinador do clube após a derrota em Valado dos Frades frente ao BIR. Jogador de reconhecido valor deixa assim "a meio" a sua aventura como técnico, mantendo-se no entanto como jogador às ordens de José Lopes que sucede a "Ginja" no comando do clube. Fomos até a Sesimbra, uma das Vilas Piscatórias mais emblemáticas do litoral português para sabermos os motivos que levaram a esta saída.
Foto: António Antunes - T.M. Foto |
CA - Boa tarde "Ginja", obrigado pela tua disponibilidade. Quais os motivos que te levaram a deixar o comando técnico do Sesimbra?
EM – Boa tarde, quando recebi o convite, mesmo sabendo que num plantel de 12 jogadores tinha 2 jogadores com muita experiência, 2 jogadores já rodados e os restantes 8 eram ex-juniores ou seniores sem qualquer experiência de jogo, resolvi aceitar porque contava que a experiência dos mais velhos e com o chamado ”sangue na guelra” do pessoal mais novo, pudesse resultar numa boa mistura apesar da inexperiência destes. Contava acima de tudo que os jogadores mais novos viessem com disponibilidade total para o Hóquei Patins e que essa fosse a grande mais valia da equipa. Infelizmente, apesar da total entrega e assiduidade de todos nos treinos da parte dos jogadores, no que diz respeito aos Ex- Juniores não houve a compreensão de que estão num plantel Sénior, num campeonato cada vez mais competitivo e que todos os detalhes contam. Sem querer entrar em grandes pormenores, posso adiantar que a vida extra- hóquei não era a ideal, principalmente nas vésperas dos jogos. Como não fui habituado a estar no Hóquei desta forma, e por não pactuar com este tipo de comportamentos, que já se tornavam frequentes resolvi a seguir ao jogo em casa com o Tomar dar conhecimento ao Sr. Presidente do clube que já não estava disponível para continuar como treinador da equipa.
CA - Segundo um espaço dedicado à modalidade, já tinhas informado a Direcção desta tua decisão e que a derrota frente ao BIR não apressou a saída?
EM –É verdade, foi na sexta feira antes do jogo com o BIR que comuniquei a minha decisão.
CA - Como encaraste o facto de substituíres o Artur Pereira no comando técnico, e quais os pontos positivos e negativos?
EM – Com total naturalidade, a vida dos treinadores é isto mesmo “saem uns entram outros” tenho para mim que ninguém é insubstituível. Os pontos negativos estão relacionados com a renovação quase total no plantel, penso que as coisas devem ser feitas mais gradualmente, mas compreendo e sabia já de antemão que o clube não tinha de momento outra opção se quisesse ter Hóquei Sénior. O positivo é a experiência que se ganha com este tipo de situações, que concerteza me farão mais forte e competente num futuro próximo, para alem de, claro está, ter o privilégio de trabalhar com algumas pessoas de comportamento exemplar.
CA - O Sesimbra como clube de referência no panorama hoquista nacional, está a fazer um campeonato abaixo das expectativas. O GD Sesimbra é actualmente o 14º classificado com 14 pontos. Uma equipa com jogadores de referência como é o teu caso, o do Mário Conceição entre outros. O que não tem funcionado?
EM – Penso que na 1ª pergunta está grande parte da resposta a esta questão, no entanto não posso deixar de referir que em 3 ou 4 jogos fomos bastante penalizados por arbitragens desastradas em que nos castigaram num só jogo com 4/5 livres diretos e penalties inacreditáveis, (poderíamos ter nesta altura mais 7 ou 8 pontos) estou-me a referir por exemplo ao jogo em Sintra em que virámos o jogo de 0-3 para 5-3 e onde nesse jogo nos foram apontados 5 penalties seguidos depois de ganharmos vantagem, em Sines vimos um arbitro dar um festival de cartões azuis às duas equipas no jogo mais correcto entre ambas nos últimos 10 anos, sendo que no ultimo segundo do jogo marcou um livre direto contra nós e expulsou com cartão vermelho 4 !!! elementos da nossa equipa por protestos, porque depois do nosso Guarda Redes ter defendido o livre , mandar repeti-lo mesmo a 1 segundo do fim, deixando-nos sem alguns jogadores influentes por algumas jornadas, para alem de, claro está , algumas más exibições que obviamente assumo por inteiro a total responsabilidade.
Foto: Eduardo Marques |
CA - Depois da derrota no BIR o Sesimbra tem dois jogos complicados, em casa na próxima jornada com o HCP Grândola e depois a deslocação ao Entroncamento para defrontar o União. Achas que estes dois jogos são decisivos para o Sesimbra começar a "trepar" na tabela classificativa, ou mesmo com resultados negativos nos mesmos, ainda há muito espaço de manobra?
EM – O Sesimbra tem 5 pontos de vantagem da linha de água e tem 6 jogos para disputar em casa. Penso e acredito que se tivermos boas prestações nos jogos em casa não teremos problemas para atingir os objectivos do inicio da época que passavam pela manutenção.
CA - Ginja não podia deixar de fazer esta pergunta, apesar de saber que normalmente não gostam de falar das outras equipas. Quem achas que são os principais candidatos à subida e à descida, e se entre Mealhada e Tomar quem chegará em primeiro no final?
EM – Não tenho qualquer problema em falar desse tema, até porque os números não falham, relativamente a descidas penso que Nafarros, Ac.Coimbra, V.Gama de Sines, Sesimbra e Entroncamento são quem vai suar mais para atingir objectivos, o Santa -Cita com a contratação do Favinha, (um avançado de top do Hóquei Nacional) ao obter um reforço destes fica obviamente fora desta luta. Relativamente a subidas, penso que vão na frente as duas melhores equipas, com bons jogadores e dois excelentes treinadores. Confesso porem, que pensava que o Alenquer se manteria na luta até ao fim.
CA - Ginja mais uma vez obrigado pela tua disponibilidade e fica o espaço aberto para alguma mensagem que queiras deixar aos adeptos do GD Sesimbra e aos visitantes do Cartão Azul.
EM – Não queria terminar sem agradecer publicamente ao Presidente Sebastião Patrício pela aposta que fez em mim. Aos adeptos do Sesimbra, uma mensagem de confiança pois a equipa fica muito bem entregue. O José Lopes é um homem do Hoquei, um homem da casa, muito competente e apaixonado pela modalidade, de modo que o futuro será com certeza risonho para as nossas cores. Ao CARTÃO AZUL, votos de continuação deste bom trabalho que com certeza começou como carolice e hoje se afirma cada vez mais como o BLOG de referência do Hóquei Patins Nacional.
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