A equipa de Iniciados dos Águias da Memória, em virtude de não ter carimbado o passaporte para a disputa do Campeonato Nacional, ao empatar na última jornada do Campeonato Regional a duas bolas com a equipa do BIR, foi renegada para a taça APLisboa.
Foto: Jaime Santos |
Na opinião do seu treinador, e pela experiência vivida na época transacta, em que o clube participou no Nacional de hóquei patins em dois escalões (Juvenis e Iniciados), o afastamento em Iniciados nesta época foi um mal menor. Considera que ambos os planteis são muito curtos, existindo a necessidade de se socorrer dos escalões inferiores para completar as diversas equipas.
Essas limitações fizeram com que a aposta do Águias fosse claramente centrada na equipa de juvenis, a qual lutou até à última jornada pelo acesso à segunda fase do Nacional de Juvenis, o que infelizmente não conseguiu, mas que não tira brilhantismo a forma digna como fez toda a prova.
Para que se percebam essas limitações, no caso do plantel de Juvenis, é habitualmente composto por seis atletas com idade de juvenil e três atletas iniciados. Já a equipa de Iniciados é composta por quatro jogadores desse escalão e três do escalão inferior, com a particularidade dos dois Guarda-redes fazerem parte ainda dos Infantis.
Embora com um número reduzido de atletas o clube, nos últimos seis anos, tem dado cartas no hóquei patinado, ombreado com os melhores nas competições nacionais. É caso para dizer, segundo entendem as Águias, que com tão poucos atletas têm conseguido lutar permanentemente pelos lugares cimeiros nos diversos escalões (Infantis, Iniciados e Juvenis), o que aconteceria seria se tivessem à disposição um leque maior de atletas?
A ausência de executantes tem sido colmatada pela grande vontade de vencer e pelo espírito de equipa, um espírito guerreiro que faz com que juntos os patins da Memória tenham ultrapassado barreiras. É no seio das dificuldades que as vitórias sabem melhor…
A presença da equipa de Iniciados na Taça APL pautou por uma clara superioridade perante os seus adversários, obtendo um magnifico registo em dez jogos de 9 vitórias 91 golos marcados e 43 sofridos. Apenas uma derrota, que por sinal foi conseguida na secretaria, por inflexibilidade do treinador/coordenador da Juventude Oureense que andou sensivelmente um mês a adiar a confirmação da troca de jogo e na véspera do encontro recusou-se a trocar de jogo.
A falta de comparência foi inevitável, e a Juventude Oureense sabia disso, porque à mesma hora disputava-se a 7.ª jornada do Nacional de Juvenis entre o ACR Santa Cita – Águias (com parte dos jogadores a actuarem em ambos os escalões como referido atrás).
Resta-nos felicitar o seu treinador pela sua conduta (pouco) desportiva. Tal comportamento valeu-lhe um terceiro lugar, posição que de outra forma jamais o conseguiria. Se relembrarmos os 15-2 registados na 1.ª volta, percebe-se a diferença entre equipas.
Mas, infelizmente quem não consegue vencer dentro de campo resta-lhe vencer com subterfúgios e claramente o UFEntroncamento foi o grande prejudicado com tal atitude.
A equipa dos Águias, com uma performance de vitórias tão expressiva encontra-se em 5.º lugar com 33 pontos negativos (antepenúltimo numa série de 6 equipas). É uma situação triste, segundo o entendimento dos hoquistas da Memória, sentindo que a penalização, pelo facto de apresentarem apenas 7 atletas de campo, lhes retirou a possibilidade de lutar pelo primeiro lugar.
Embora cientes que venceram alguns jogos com maior facilidade porque tinham menos atletas para rodar, consideram que deve ser dada ênfase à utilização de três infantis, não tendo arranjado nenhum subterfúgio para mostrar dentro de ringue a sua superioridade, à margem do regulamento da Federação Portuguesa de Patinagem.
A equipa jamais teria tido qualquer penalização, mas foi obrigada a disputar as restantes provas organizadas pela Associação de Lisboa, onde existe um regulamento de bonificações e penalizações que as Águias não compreendem, atendendo que tal regulamento penaliza fortemente a equipa.
É por ser uma equipa da província, com um leque de opções reduzido?
Mesmo assim, com esforço dos atletas e staff da Memória, conseguiram apresentar quase sempre 4 atletas Iniciados e 3 atletas Infantis, com a colocação em campo sempre um atleta infantil. Não são super-jogadores, são jovens com talento, aguerridos e que dão tudo em prologo da identidade da equipa.
Relembra o Treinador dos Águias que a atribuição de penalizações prevista para esta prova, em sua opinião, é desajustada e injusta porque desvaloriza as vitórias e valoriza-se o número de atletas e a sua utilização, o que prejudica equipas com bases de captação mais reduzidas.
Além disso estamos a falar de atletas que para a próxima época são Juvenis, onde o andamento é outro. Compreendia-se este tipo de regulamento ao nível dos torneios inter-regiões (Iniciados), onde aí sim, vencia a melhor selecção e davam a oportunidade a todos os atletas de serem observados. É triste saber que há pais que gastam dinheiro em transportes, estadia e alimentação para acompanharem os seus filhos nas suas selecções e muitas das vezes vêem que não passam de espectadores equipamos nos bancos das ditas selecções. Não seria bom, aí sim, dar a oportunidade a todos de se mostrarem?
Retomando a taça APL, até à 8.ª jornada, refere o técnico da Memória, que a rotatividade dos atletas da Memória nas quatro partes do desafio era a única regra que podia ser respeitada. A partir do momento que sentimos que a nossa equipa estava a ser penalizada pelo reduzido número de atletas (7) e não pela sua utilização, pede desculpa aos responsáveis do BIR (9.ª Jornada) e do Santa Cita (10.ª Jornada), mas “penalização por penalização” preferiu jogar livremente em função da disponibilidade dos atletas e do resultado final.
Na última jornada realça-se a grande capacidade de sofrimento e o espírito competitivo que os atletas dos Águias que demonstraram em todo o encontro perante os líderes do grupo (ACR Santa Cita). O jogo espelha a cultura do clube que soube sofrer para vencer e, acreditem, não foi fácil jogar todo o desafio (4 parte de 10 minutos) apenas com o cinco base ou seja 3 atletas iniciados e dois infantis. Tal motivo deveu-se à ausência à última hora do atleta iniciado e à lesão do nosso Guarda-redes suplente.
A raça e o querer destes rapazes venceram todas as adversidades num ringue particularmente difícil que depois de estarem a vencer por 4-0 sofreram o empate quase no fim da partida. Era demasiado penoso para quem tudo fez para vencer o jogo.
Eis que num rasgo de génio, e quando já ninguém acreditava na força dos Águias, surge um golo de belo recorte técnico marcado pelo Martim… a repor a justiça do marcador a uns escassos 28 segundos do fim. Depois foi gerir o resto dos segundos até ao fim.
A vitória dos Águias por 5-4 premeia a entrega e a capacidade de sofrimento deste jovens atletas e acaba por ser um consolo para quem dentro de campo demonstrou em todas as jornadas ter valor e qualidade para lutar pelos lugares cimeiros e não pelos últimos lugares como é o caso.
Parabéns, ao árbitro pela forma como soube gerir o encontro num ringue particularmente difícil pela pressão externa a que é submetido. O jogo não teve casos foi uma partida correcta e globalmente os lances assinalados não mereceram qualquer contestação.
Individualmente
- Tiago Mota (GR) – Excelente exibição para um jogador infantil defendeu quase tudo;
- Nuno Jorge – O maestro da equipa é uma fonte inesgotável de energia positiva que dá tudo em prólogo da equipa e não se cansa de atacar e defender;
- Diogo Antunes – Uma das melhores exibições soube defender e bem e ajudou a equipa atacar com sucesso, a sua potencia de remate quando for bem direccionada é um terror para os guarda-redes;
- Martim – Os seus recortes técnicos decidem partidas e quando acreditar e demonstrar que é claramente superior aos adversários, ninguém o consegue parar;
- André – é o infantil menos utilizado neste plantel apenas fez dois encontros, mas jogou espectacularmente bem, marcou dois golos e foi um brigão na luta pela bola.
“Força Águias juntos venceremos”
Crónica: Jaime Santos
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