Não era fácil a deslocação a Sesimbra, frente a uma equipa que já tinha descolado dos lugares do fundo da tabela. Porém, contrariando o favoritismo dos anfitriões, a Académica fez uma viragem extraordinária do resultado entrando na segunda parte com uma desvantagem de três golos… e ganhou!
GD Sesimbra (5): Cinco inicial – Paulo Carapinha (GR), Bruno Fuzeta, Mário Conceição (Cap) (2), Marcos Correia (1), Bernardo Pinhal (1); Do banco – Alexandre Maricato (GR), Pedro Coelho, Eduardo Marques, Gonçalo Marcelino (1) e Luís Pinhal
Treinador: Eduardo Marques
Académica (6): Cinco inicial – João Duarte (GR) (Cap), Gonçalo Oliveira (2), Diogo Lobo (2), Alexandre Marques (1), Nuno Monteiro. Do banco – Luís Tavares (GR), Pedro Campos, Carlos Fernandes, Ricardo Barata, Filipe Duarte (1).
Treinador: Joaquim Romeiro
Árbitros: Paulo Oliveira e Carlos Costa, de Lisboa
Depois de ter derrotado o Sintra em Coimbra, era muita a expectativa relativamente ao jogo deste fim-de-semana. Teria sido um mero acaso ou a Académica entrava mesmo em 2013 para mudar o rumo dos acontecimentos? Certo é que, mais uma vez, num ambiente adverso e intenso e a entrar mal no jogo, a Académica viria a mostrar que o seu hóquei pode ser rápido, surpreendente e empolgante. Mais uma extraordinária exibição de João Duarte entre os postes (por onde andam os senhores da selecção nacional!?) e uma pontaria afinada dos atacantes fizeram o resto num grande jogo e com muitos golos.
A Académica entrou muito mal, retraída, a perder muitos passes na zona intermediária do seu meio campo, dando-se muito mal com uma equipa cuja maioria dos jogadores em jogo eram esquerdinos, que aproveitavam essa condição para recuperar muitas bolas. Literalmente, a Académica não conseguia atacar e defendia mal. Não era, por isso, estranho que aos 7 minutos de jogo já perdesse 2-0.
Filipe Duarte, que tinha entrado entretanto, depois de uma jogada em que Diogo atira, de longe, com força, mas ao poste, após um insistente ataque à baliza adversária, consegue reduzir. Estava feito o primeiro e único golo da Briosa na primeira parte. Mas o Sesimbra não ficaria por aí e, mostrando mais clarividência, poder de drible e aproveitando bem as jogadas ao segundo poste, faria ainda mais dois golos, de novo por Mário Conceição e por Marcos Correia. Uma desvantagem que deixava negras expectativas para a etapa complementar.
A segunda parte foi verdadeiramente alucinante com um começo arrasador da Briosa que em 4 minutos faria o empate, primeiro por Lobo, a concluir, ao segundo poste, um excelente passe de Campos, logo aos 2 minutos. Depois por Gonçalo em duas jogadas individuais de contra-ataque que marcaria aos 3 e aos 4 minutos.
Contra a tendência do jogo, também numa jogada de contra-ataque , Marcelino voltava a colocar o Sesimbra na frente do marcador, aos 5 minutos, colocando o muito público presente em êxtase. Porém, Minerva (deusa das artes, sabedoria e estratégia da guerra) inspirava a Briosa e os estudantes souberam fazer 20 minutos de luxo, coroados por mais dois golos que dariam a vitória justa e muito importante para a recuperação da equipa ma tabela classificativa. Aos 10 minutos na conversão de um livre directo (10.ª falta do Sesimbra), Lobo faria o empate e a 5 minutos do fim, Alexandre oferecia a vitória à turma coimbrã, depois de Gonçalo Oliveira não conseguir levar a melhor o guarda-redes adversário na conversão de um livre directo (por acumulação de faltas de equipa – 15.ª falta).
Pelo meio, João Duarte defendeu 3 penaltys, suscitados pela atitude pouco desportiva dos jogadores do Sesimbra que, nas três situações, simularam a falta, e um livre directo, marcado a sancionar o azul a Nuno Monteiro por protestos do jogador da Académica.
Já quase no final do jogo, Carlos Fernandes falha a conversão de um livre directo e, na jogada seguinte, o mesmo jogador sofre uma agressão de Fuzeta a pés (e patins!) juntos. Aquele, salta para evitar a lesão e toca com o seu patim no jogador do Sesimbra. Entendeu a equipa de arbitragem que deveria excluir os dois jogadores.
A 16 segundos do fim do jogo houve ainda tempo para dois episódios lamentáveis protagonizados pelo Sesimbra e pelos árbitros da partida. O Sesimbra atinge a 20.ª falta, o que deu origem à marcação de novo livre-directo por parte da Académica, que, mais uma vez, não deu golo. Enquanto Gonçalo se prepara para o executar, na área da Académica, Filipe Duarte é agredido com o stick por um jogador do Sesimbra. O capitão João Duarte reage mal e protesta activamente, vendo o normal azul, destas situações. Estiveram mal, mais uma vez, os árbitros que só viram o acto do jogador da Académica mas não a agressão que o originou, merecedora de cartão vermelho.
O jogo terminou logo de seguida com uma importante justa vitória da Académica que deixa assim o último lugar e se aproxima dos lugares acima da linha d’água.
Nota positiva para a recuperação da Académica efectuada após o intervalo e a capacidade de manter a cabeça fria no final do jogo, para evitar males maiores no plano disciplinar.
Nota negativa a arbitragem que agiu muito mal para os dois lados, assinalando faltas e mostrando cartões inexistentes e certamente evitáveis se tivesse mostrado autoridade em vez de autoritarismo
A Académica recebe na próxima semana o Oeiras, a fechar a primeira volta do campeonato nacional da 2.ª divisão – zona sul. O jogo será no Sábado às 18H00 no pavilhão 1 do Estádio Universitário, que completa 50 anos desde que entrou em actividade.
Luís Lobo | Informação e Comunicação AAChóquei
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