segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

EMPATE ESPELHA COM FIDELIDADE O QUE SE PASSOU EM PISTA

Foi com as expectativas em alta que o líder Sporting de Tomar defrontou o H.C. Mealhada uma vez que a diferença entre estas formações se traduzia em três pontos e, mau grado o arranque inicial da equipa forasteira neste campeonato, o certo é que é a formação menos batida da série e segue isolada no segundo posto da classificação.


Desde o apito inicial que a formação do H.C. Mealhada se instala na meia pista contrária com um tipo de jogo onde era perceptível reparar que os forasteiros estavam na disposição de jogar em pressão alta e com um tipo de hóquei absolutamente diferente das equipas com que a turma do Nabão se tinha defrontado. Podemos referir que esta equipa da Mealhada, apesar de ser composta por elementos bastante jovens, pratica um hóquei muito "cerebral" e que tem como melhores argumentos atacantes, a capacidade de fazer bloqueios nos vários sectores da meia pista adversária onde através de várias jogadas estudadas, faz aparecer como que por "artes mágicas" um jogador solto em zonas de golo eminente. Quer por trás da baliza, quer em ataque planeado, os jogadores de Vasco Vaz apareciam frequentemente a causar jogadas de perigo que só não surtiam o efeito desejado devido a encontrarem pela frente um sector defensivo também ele à altura dos acontecimentos.

Outro aspecto curioso nesta equipa (e que é muito pouco comum nas restantes) é a forma como as seticadas de meia distância são processadas. Não privilegiam a potência, mas sim o "bombear" direccionado de forma a encontrar um stick dos avançados para um remate ou desvio e, ao mesmo tempo, dificultarem o trabalho do guarda-redes adversário. Quando defende observa-se a desmultiplicação dos seus elementos nas compensações e na cobertura dos adversários denotando uma movimentação muito bem-feita e eficaz, onde cada elemento sabe exactamente onde e quando tem de se posicionar. Se aliarmos a isto um guarda-redes com excelentes reflexos e "vinte e cinco centímetros" de altura em relação à média normal, está encontrada a razão de esta formação ser a menos batida da sua série. Quanto à equipa caseira, apresentou o seu esquema habitual onde impera a segurança a defender e que quando parte para o ataque, a equipa de Nuno Lopes faz circular bola até se criarem situações de ataque planeado.Como este esquema tem resultado às "mil maravilhas" no plantel, Nuno Lopes apenas muda de intervenientes em função das leituras de jogo que retira no momento.  E foi neste cenário em que as equipas já estavam adaptadas uma à outra, que viram a iluminação do pavilhão ir abaixo provocando a primeira das duas interrupções que aconteceram nesta primeira parte e que felizmente não se repetiram até ao findar da partida.


No recomeço das duas vezes as equipas não acusaram estas paragens mantendo-se ora a bola cá e lá em que os sistemas embora diferentes, anulavam-se um ao outro. Contudo, numa descida pelo lado esquerdo do seu ataque, Gonçalo Santos desfere uma seticada no sentido da baliza e esta, tabelando num defesa adversário trai Tiago Sousa que foi impotente para impedir que a bola se anichasse no fundo das suas redes. Estava assim inaugurado o marcador no Jácome Ratton e decorriam nove minutos de jogo. Com este "balde de água fria" a equipa forasteira não se desmanchou, continuou a praticar o seu jogo vivo em pista e aos doze minutos numa seticada de meia distância o árbitro entende que João Lomba corta deliberadamente a bola com o patim dentro da sua área defensiva e marca grande penalidade a favor do H.C. Mealhada que foi desperdiçada continuando o marcador a ser favorável aos Ribatejanos. Mesmo assim, a falhar num momento importante, a toada do jogo manteve-se por parte do Mealhada com a equipa do Sp. de Tomar a ganhar um ligeiro ascendente moralizado por aquela oportunidade perdida pelo adversário.

E esse ascendente foi materializado com o obtenção do segundo golo leonino, aos dezasseis minutos, proveniente de uma grande penalidade a castigar uma falta sobre Ivo Silva. Nuno Domingues, com a sua experiência, soube colocar a bola rasteira no fundo da baliza à guarda do "gigante" Tiago Sousa no local onde teoricamente era mais vulnerável. Com a obtenção deste segundo tento, era natural que o Sporting pudesse tornar-se ainda mais consistente no entanto, Vasco Vaz joga a sua primeira cartada e coloca em pista Filipe Vaz que, minuto e meio depois, numa triangulação perfeita, coloca a bola em David Costa que, estando no sítio certo, bate Fábio Guerra num gesto técnico perfeito. Até ao final deste primeiro tempo o resultado não se alterou muito por culpa dos guarda redes de ambas as formações que, cada um à sua maneira, teimaram em manter as suas redes invioláveis através de boas intervenções com destaque para Fábio Guerra que, ao cair do pano, (vinte e quatro minutos) defende novamente uma grande penalidade.  Assim podia-se dizer que o resultado de 2 para o Sporting de Tomar e 1 para o H.C. Mealhada se aceitava plenamente.

Resultado ao intervalo: Sp. de Tomar 2 - H.C.Mealhada 1


Na segunda parte a toada de jogo não se alterou e, Gonçalo Santos aos oito minutos, num livre directo eleva a contagem para 3 - 1 a favor da sua equipa. No entanto, ainda nas bancadas se celebrava já o Mealhada reduzia a diferença com uma perda infeliz da bola por Luís Silva recentemente entrado e que David Costa novamente não perdoou na cara de Fábio Guerra. Com oito minutos e trinta segundos de tempo decorrido e com a vantagem mínima o jogo ganhou outra emoção que culmina com um dos momentos do jogo. Aos onze minutos o guardião leonino ao disputar um lance com Filipe Vaz derruba-o dentro da área e para além da ser sancionado com uma grande penalidade, é expulso por dois minutos pela falta que cometeu.

Daniel Leal entra para o lugar do seu colega e David Ribeiro na marcação da falta, remata à baliza antes da sinalética do árbitro ser efectuada.  Daniel defende mas o árbitro manda repetir uma vez que não tinha dado autorização para a respectiva marcação do livre. Gera-se um pequeno "sururu" mas na repetição, Daniel apesar de deter o primeiro remate, não consegue evitar o golo na recarga. O Mealhada estabelece o empate decorriam onze minutos de jogo. Até ao fim da partida as situações de golo repartiram-se por ambos os lados, sendo a formação do Mealhada aquela que se atreveu mais até porque recuperando da desvantagem e a jogar em casa do adversário, estava menos pressionada e sabia que o aparecimento de mais um golo decidiria provavelmente o vencedor da contenda.

Resultado Final: Sp. de Tomar 3 - H.C.Mealhada 3
 

A única nota de registo prende-se quando, ao cair do pano, as equipas se encontravam empatadas a nove faltas, numa disputa de bola o jogador do Mealhada tenta roubar a bola a Ivo Silva. Este devido ao pouco tempo útil de jogo tenta protegê-la e é derrubado pelo adversário. Quando todo o mundo julgava que a falta era a favor dos locais depara-se com surpresa que a dupla de arbitragem Aveirense marca no sentido contrário. Nas bancadas e na pista os ânimos exaltaram-se mas da angústia do livre directo resultou tudo ficar como dantes por culpa de Fábio Guerra que reentrado no jogo rematou, com mais esta defesa, uma exibição em grande. Resumindo poderemos dizer que a derrota cairia mal a qualquer das formações sendo o empate o resultado que espelha com fidelidade aquilo que se passou dentro da pista.

Quanto à dupla de arbitragem vinda de Aveiro e composta por Manuel Oliveira e José Coelho, merecem nota alta tanto no capítulo técnico como no disciplinar. Nos momentos mais críticos ajuizaram bem o lance e a expulsão do guarda redes leonino, na repetição da grande penalidade também ajuizaram perfeitamente pois a sinalética não tinha sido dada e não há sanção na Lei para um atleta que remate antes do árbitro exibir a sinalética. Quanto à marcação da décima falta (quanto a nós erradamente) ao Sporting de Tomar; felizmente nada resultou do lance mas, se resultasse, era ingrato e injusto baixarmos a nota pelo trabalho realizado.

O Sporting de Tomar alinhou da seguinte forma: Daniel Leal (gr); Nuno Domingues (1); Pedro Martins, Gonçalo Santos (2); João Lomba; Hernâni Diniz; Dário Santo; Ivo Silva; Luís Silva e Fábio Guerra (gr).
Treinador: Nuno Lopes.

Crónica: J.C.
Fotos: António Antunes - T.M. Foto

Sem comentários: