domingo, 6 de janeiro de 2013

JOGO IMPRÓPRIO PARA CARDÍACOS

Jogo impróprio para cardíacos foi o que presenciaram as pessoas que se deslocaram neste sábado ao Pavilhão Jácome Ratton para assistir ao embate entre Sp. de Tomar e Alenquer e Benfica.

 
Desde o primeiro instante de jogo percebeu-se que o sistema táctico das duas formações era bem distinto e que quer Nuno Lopes, quer Diogo Ganchas, tentavam assim poder surpreender a equipa contrária através das características dos seus plantéis. Enquanto os forasteiros optavam por um hóquei que privilegiava a seticada de meia distância ou a jogada do um para um aproveitando o bom potencial técnico dos seus avançados, a equipa local mais rotinada num hóquei apoiado, fazia chegar à baliza contrária o esférico tentando desequilibrar o sistema defensivo adversário e aí, quer de seticadas ou do passes ao segundo poste desfeitear o último reduto do Alenquer.


Começou melhor a equipa Ribatejana quando à passagem do terceiro minuto Gonçalo Santos abre o activo através da marcação de uma grande penalidade batendo o guardião forasteiro sem que este pudesse fazer grande coisa, pois o remate levava selo de golo. No entanto, os forasteiros não demoraram muito tempo a repor a igualdade. E se aos seis minutos a bola embateu no poste direito da baliza de Fábio Guerra proveniente de uma seticada desferida do lado direito , no minuto seguinte o avançado do Alenquer rompe pela defensiva Sportinguista e desfere um primeiro remate que o guardião leonino defende mas que no ressalto o outro avançado colocado junto ao segundo poste, não perdoou. Estava feito o empate e o resultado aceitava-se por aquilo que as duas formações estavam a produzir na pista. Com este golo a equipa forasteira tornou-se mais confiante e provocou mais desequilíbrios fruto da deficiente marcação dos avançados leoninos aos médios do Alenquer e Benfica. Perante este cenário, as seticadas do meio da rua começaram a surgir com maior frequência por parte da equipa forasteira assim como as situações de um para um, motivadas também elas pelo desacerto defensivo da equipa Ribatejana que ou davam espaço para os elementos mais recuados do Alenquer bombardearem a seu belo prazer ou servindo os seus avançados que tentavam furar para aparecerem isolados na cara de Fábio Guerra. E é precisamente numa jogada de um para um que o avançado do Alenquer e Benfica sofre uma falta dentro da área leonina e o árbitro não tem grande dificuldade em ajuizar o lance, marcando uma grande penalidade que o jogador do Alenquer, não perdoa e coloca a equipa "encarnada" na frente do marcador. Estavam decorridos onze minutos de jogo e a partir daqui, o jogo sofreu uma reviravolta que poucos estavam à espera. Aos quinze minutos Ivo Silva dá o melhor seguimento a uma triangulação perfeita e restabelece o empate. Aos dezoito, Pedro Martins rompe pela esquerda em diagonal, passa pelo defesa em "velocidade turbo" aparece na cara do guarda-redes, deita-o e, com um gesto técnico muito bom, coloca a bola no segundo poste fazendo um golo de encher o olho.  Com este tento a equipa forasteira fica completamente desbaratada, perde o controle da situação e comete mais uma grande penalidade que Gonçalo Santos mais uma vez não falha. Com esta reviravolta relâmpago por parte da equipe da casa, a formação do Alenquer e Benfica ainda se desnorteou mais facto que os da casa aproveitaram da melhor maneira com Ivo Silva aos vinte e dois e Luís Silva aos vinte e quatro selarem o resultado com que se chegou ao final desta primeira parte com a equipa Sportinguista a bater o adversário por seis bolas a duas.


Intervalo: Sporting de Tomar 6 – Alenquer e Benfica 2

Se ao intervalo pairava no ar um "cheirinho" a goleada, o que se passou no segundo tempo dentro das quatro linhas, foi precisamente o contrário. A turma local entrou tão apática e a cometer erros defensivos em tal tamanho e quantidade, que a formação do Alenquer e Benfica aos dois, oito, treze, quinze e dezassete minutos passa para a frente do marcador com golos para todos os gostos, deixando atónitos os adeptos sportinguistas e em delírio os apoiantes do Alenquer. Com este cenário de uma equipa a jogar, a outra a "ver passar" e a equipa de arbitragem a "ajudar" à festa, já muita gente "torcia o nariz" e acreditava que as coisas pudessem novamente dar uma cambalhota no resultado. Mas Nuno Lopes não deita a toalha ao chão, pede time out, faz alterações na equipa e as mudanças começam a surtir o efeito desejado.
No entanto, o assinalar e acumular de faltas de equipa joga a favor da equipa forasteira que podia ter "morto" o jogo em dois lances mas que Fábio Guerra ao defender, redimiu-se dos tentos em que foi mal batido e deu ânimo e confiança aos seus colegas. Animicamente o Alenquer e Benfica quebrou e os Ribatejanos souberam aproveitar essa quebra. João Lomba resolveu "abrir o livro" e, aos vinte e um, vinte e quatro e, trinta segundos depois, faz três golos todos eles de belo efeito. Poderemos dizer que foram cinco minutos de total euforia para uns e de desalento para outros. A emoção essa só parou ao apito final.

Resultado Final: Sporting de Tomar 9- Alenquer e Benfica 7


Num jogo como já se disse com duas partes distintas, ganhou a equipa com melhor ponta final e que acordou a tempo de não passar do paraíso ao inferno que a acontecer só teria de se culpar a si própria. Quanto à dupla de arbitragem da A.P. Leiria e constituída por Vítor Roxo e Paulo de Carvalho não passou indiferente aos intervenientes do jogo e a quem estava nas bancadas. Num jogo correctamente disputado em que as equipas se equivaleram, jogaram com a mesma intensidade, com a mesma velocidade e com o mesmo empenho não se percebe como é que a formação do Sp. de Tomar comete durante o jogo 16 faltas de equipa, o Alenquer e Benfica comete somente 6, sendo a sexta falta a única cometida na segunda parte. Já na jornada anterior com árbitros da mesma Associação os critérios foram...parecidos! De resto ajuizaram correctamente todos os lances passíveis de grande penalidade, onde alguns foram difíceis de descortinar. Apenas mais dois pormenores; um na primeira parte onde Ivo Silva comete falta ao ficar na área de protecção do guarda-redes e que o árbitro atento marca (e bem), o outro refere-se ao sétimo golo do Alenquer e Benfica onde o avançado se encontra também na mesma zona, fixa o stick no chão impedindo o guardião leonino de se poder fazer ao lance.  Neste caso, haveria lugar à anulação do golo e à cobrança da respectiva falta. Mas temos de dar o benefício da dúvida a estes lances pois decidir em fracção de segundos situações desta natureza não é fácil. E tanto assim é que na equipa caseira ninguém reclamou. Resta acrescentar que não foi pela arbitragem que uma equipa ganhou e a outra perdeu. Por isso, damos nota positiva.

O Sporting de Tomar alinhou da seguinte forma: Daniel Leal (gr); Nuno Domingues; Pedro Martins (1), Gonçalo Santos (2); João Lomba (3); Hernâni Diniz; Dário Santo; Ivo Silva (2); Luís Silva (1) e Fábio Guerra (gr).

Crónica: J.C.
Fotos: António Antunes - TM Foto

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