segunda-feira, 1 de abril de 2013

TREINADOR DE BANCADA

Aproveitei a Páscoa para me dedicar entre uma amêndoa e outra a ver o Torneio de Montreux e a rever alguns clássicos cinematográficos, como o “Clube dos Poetas Mortos”, “K-Pax”, “Apollo 13” entre outros. Coincidência ou talvez não acabei de ver o filme Apollo 13 antes do jogo de sexta-feira entre Portugal e Espanha e ainda com a frase “Houston we have a problem” na memória sentei-me em frente à televisão para ver mais um duelo ibérico.

Portugal com uma equipa que não deverá fugir muito da que representará o país em Setembro no Mundial “Angola 2013” defrontava o eterno rival, sem as “trutas” do costume, como Pedro Gil, Jordi Bargalló, Marc Gual, Sergi Fernández, pois Carlos Feriche apostou em jovens Sub-23 para representar “A Roja”. 

O jogo começou bem e Portugal chegou ao 3-0 tendo a equipa Espanhola reduzido para 3-1 antes do intervalo. Na 2ª parte os “Ursos” chegaram a estar a vencer por 4-2, mas permitiram que a jovem selecção Espanhola desse a volta ao marcador e triunfasse por 4-5 com um parcial de 1-4. Este resultado trouxe de novo à memória a frase do filme Apollo 13, mas transformada para “Montreux, he have a problem”.

Corrigimos depois nas meias-finais com uma boa exibição e uma vitória robusta sobre Angola, selecção que também se apresentou a par da Portuguesa com os melhores jogadores. Na final voltamos a ter o “fantasma” Espanha a pairar sobre nós, e mais uma exibição menos conseguida e longe do que se mostrou no dia anterior, só acabou bem porque Gonçalo Alves saiu do banco para marcar a ultima grande penalidade (quando todos, Portugueses e Espanhóis tinham falhado) concretizou e deu a vitória a Portugal, que assim conquistou o Tri e trouxe para a vitrina da FPP o troféu original.

Como tal e como Português e amante da modalidade envio os meus sinceros parabéns a selecção Portuguesa, jogadores e respectivo Staff, mas não consigo ficar eufórico com a vitória, contente sim, eufórico não, espero sim ficar eufórico e chorar de alegria se a vitória surgir em Luanda no dia 28 de Setembro. No entanto espero que Montreux para além da conquista, os erros cometidos sirvam para se aprender com eles e para se tirar ilações para o futuro e para que Angola 2013 traga a vitória que tanto queremos e que nos foge há tanto tempo.

Poderíamos entrar agora em pormenores, e perguntar por que razão não se deu mais tempo ao Gonçalo Alves, ao Hélder Nunes, ao André Girão, por que razão, uma selecção que é das melhores do mundo, não o provou quando jogou com os sub-23 Espanhóis, pois se assim foi nos dois jogos quando vier Bargalló e Cia então como será? Mas isto são assuntos que terão certamente a devida atenção por quem de direito. Mas como quem não se sente não é filho de boa gente, lá diz o ditado, eu fiquei a pensar nisso e tive de o exprimir, não no intuito de criticar, mas sim no intuito de como um comum mortal e amante da modalidade apenas constatar o que vi e exprimir educadamente a minha opinião e dar como fiz anteriormente os parabéns a Portugal por mais esta conquista.

Foto: FPP

Mas agora que falo de Montreux também gostaria de terminar sem de deixar aqui alguns pontos positivos e negativos na minha opinião. Se de positivo tivemos as transmissões da RTP2, a presença de muitos emigrantes a apoiar a nossa equipa e a presença dos Infantis do SC Tomar que para além de vencerem o torneio, foram incansáveis no apoio à nossa selecção, e claro mais um troféu para Portugal.

De negativo tenho de apontar os comentários efectuados pelo comentador RTP2, que devia ter feito o trabalho de casa antes de dizer algumas barbaridades, como por exemplo que Reinaldo Ventura nunca tinha sido campeão mundial, quando o foi em 2003 em Oliveira de Azeméis, quando não se sabe as regras, pois se o guarda-redes defende a bola sem o setique tem de ser assinalada grande penalidade, que os jogadores de hóquei não rematam, seticam, entre outros “tesourinhos”. A utilização de uma bola amarela que em nada beneficiou a transmissão televisiva, pois com aquele piso a bola preta teria sem dúvida beneficiado a transmissão, bola amarela noutro piso onde faça mais contraste talvez se justifique, em Montreux não.

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