O HC Santarém apresentou esta época pela 1ª vez na sua história uma equipa sénior, que disputou o Campeonato Regional da AP Lisboa. Nos escalões de formação as equipas de Infantis e Juniores lograram o apuramento para os nacionais da categoria, e na Taça APL também as equipas do HC Santarém lutaram pelo apuramento para as finais-four em alguns escalões. Fomos até à capital do Ribatejo ao encontro de Francisco Mogas para falarmos sobre a época 2012/2013.
CA – Bom dia. Que balanço fazes da época no que aos escalões de formação diz respeito, vamos deixar os seniores para falarmos mais à frente.
FM – Bom dia Gavancho. Relativamente à pergunta que colocas posso afirmar que o balanço foi bastante positivo. Participámos em quase todos os escalões de formação à exceção de iniciados, em todas as provas que pretendíamos competir de forma a que todos pudessem evoluir de uma forma equilibrada e sustentada. Desde os bambis aos escolares foram feitos excelentes progressos que leva a crer que a continuidade e qualidade estão garantidas no HCS. Dos infantis aos juniores também conseguiram-se excelentes prestações que nos leva a acreditar que a próxima época será também muito positiva.
CA – Como viste a participação dos Infantis e Juniores no Nacional?
FM – Na minha opinião, ambas as equipas poderiam ter feito melhor. No entanto, o facto de terem-se apurado para os nacionais foi sem dúvida algo que foi positivo e que todos temos a ganhar. Não podemos esquecer que na época anterior, ambas as equipas participaram na taça APL e acabaram por tirar alguns dividendos dessa participação.
CA – Que benefícios trouxe às equipas jovens do HC Santarém a participação nas competições organizadas pela AP Lisboa?
FM – Como já disse anteriormente, o facto de termos participado na Taça AP Lisboa na época anterior fez com que pudéssemos tirar alguns dividendos no âmbito competitivo, o que julgo que nos ajudou no apuramento de 2 equipas para o Nacional.
CA – A aposta na participação nas provas da AP Lisboa é para manter?
FM – Este é um assunto que me leva a dissertar e tocar em muitas feridas. Antes de fazer essa pergunta teremos que fazer muitas outras que na minha opinião leva-nos a respostas que certamente não serão do agrado de alguns clubes ribatejanos. Respondendo diretamente à pergunta a minha resposta é PARTICIPAR SEMPRE EM LISBOA!
Esta minha resposta tem uma base na experiência de 16 anos a lidar com o hóquei patins de formação. Se me perguntarem se pensava assim há 10 anos atrás, de certeza que não.
Agora estou mais atento e desperto para algo que não diz respeito só ao meu clube mas sim ao hóquei em patins na generalidade.
Se acharmos que estamos a fazer um bom trabalho e somos campeões da nossa rua, então deixemo-nos estar como estamos há 40 anos.
Façamos uma reflexão nestes últimos 40 anos e o que fizemos na formação. Sempre fechados na nossa concha e onde os campeões distritais do Ribatejo eram cilindrados em todos os escalões nas competições nacionais.
A melhoria deu-se quando Coimbra, Leiria e Ribatejo se juntaram e onde a decisão foi dada aos clubes como um fato consumado.
Não houve, na data, qualquer Assembleia Geral a perguntar aos clubes se concordavam em realizar viagens de mais 400 km.
Nunca se pôs a hipótese de irmos para Lisboa participar nos campeonatos. Uma das razões, ditas por alguns dirigentes ribatejanos, é que não tínhamos qualquer hipótese e seríamos cilindrados (dificilmente o hóquei ribatejano poderá melhorar com este tipo de mentalidade). Coimbra não apresentava qualquer ameaça nos interesses tacanhos de alguns clubes que queriam ser campeões distritais em detrimento de puderem desenvolver a qualidade dos seus clubes em particular e do hóquei ribatejano no geral.
No entanto, só o facto das equipas ribatejanas puderem participarem em campeonatos com as 3 associações fez com que o hóquei ribatejano melhorasse a todos os níveis.
A questão que eu coloco depois da experiência deste últimos 4 anos é a seguinte: como é que estaríamos se em vez de termos ido para Coimbra e Leiria tivéssemos ido para Lisboa?
De certeza que o hóquei ribatejano estaria bastantes furos acima daquele onde se encontra presentemente.
A possibilidade de poder jogar com um maior número de equipas é sem dúvida uma enzima catalisadora que proporciona a melhoria da qualidade do hóquei praticado.
Quem é que lucra? Na minha opinião, todos, mas essencialmente os Clubes que mais apostam na formação, que são minimamente organizados, que querem evoluir em todos os aspetos e não estejam preocupados em serem “os melhores da sua rua”.
Se tivermos a possibilidade de participar nos campeonatos de Lisboa o hóquei Ribatejano dará um salto enorme relativamente ao hóquei praticado e a curto prazo seremos enormes, mas essencialmente é o hóquei que sai beneficiado. E porquê? A minha resposta é simples, sem desprimor para as equipas de Lisboa, no Ribatejo trabalha-se muito melhor. Têm treinadores na formação de grande qualidade, dos melhores do país. Têm feito milagres com as limitações de estarmos em zonas menos populacionais e onde o recrutamento é difícil fazendo algumas vezes omeletes sem ovos.
O que tem faltado? O ingrediente essencial para aumentar a qualidade do produto – mais equipas implica mais competição. Temos os outros ingredientes – excelentes treinadores, boa qualidade de infra-estruturas, boa organização.
A TÍTULO DE RESUMO AS VANTAGENS SÃO ENORMES PELO QUE DEVERÁ SER MANTIDA A OPÇÃO DE PARTICIPAR EM LISBOA.
CA – Bom dia. Que balanço fazes da época no que aos escalões de formação diz respeito, vamos deixar os seniores para falarmos mais à frente.
FM – Bom dia Gavancho. Relativamente à pergunta que colocas posso afirmar que o balanço foi bastante positivo. Participámos em quase todos os escalões de formação à exceção de iniciados, em todas as provas que pretendíamos competir de forma a que todos pudessem evoluir de uma forma equilibrada e sustentada. Desde os bambis aos escolares foram feitos excelentes progressos que leva a crer que a continuidade e qualidade estão garantidas no HCS. Dos infantis aos juniores também conseguiram-se excelentes prestações que nos leva a acreditar que a próxima época será também muito positiva.
CA – Como viste a participação dos Infantis e Juniores no Nacional?
FM – Na minha opinião, ambas as equipas poderiam ter feito melhor. No entanto, o facto de terem-se apurado para os nacionais foi sem dúvida algo que foi positivo e que todos temos a ganhar. Não podemos esquecer que na época anterior, ambas as equipas participaram na taça APL e acabaram por tirar alguns dividendos dessa participação.
CA – Que benefícios trouxe às equipas jovens do HC Santarém a participação nas competições organizadas pela AP Lisboa?
FM – Como já disse anteriormente, o facto de termos participado na Taça AP Lisboa na época anterior fez com que pudéssemos tirar alguns dividendos no âmbito competitivo, o que julgo que nos ajudou no apuramento de 2 equipas para o Nacional.
CA – A aposta na participação nas provas da AP Lisboa é para manter?
FM – Este é um assunto que me leva a dissertar e tocar em muitas feridas. Antes de fazer essa pergunta teremos que fazer muitas outras que na minha opinião leva-nos a respostas que certamente não serão do agrado de alguns clubes ribatejanos. Respondendo diretamente à pergunta a minha resposta é PARTICIPAR SEMPRE EM LISBOA!
Esta minha resposta tem uma base na experiência de 16 anos a lidar com o hóquei patins de formação. Se me perguntarem se pensava assim há 10 anos atrás, de certeza que não.
Agora estou mais atento e desperto para algo que não diz respeito só ao meu clube mas sim ao hóquei em patins na generalidade.
Se acharmos que estamos a fazer um bom trabalho e somos campeões da nossa rua, então deixemo-nos estar como estamos há 40 anos.
Façamos uma reflexão nestes últimos 40 anos e o que fizemos na formação. Sempre fechados na nossa concha e onde os campeões distritais do Ribatejo eram cilindrados em todos os escalões nas competições nacionais.
A melhoria deu-se quando Coimbra, Leiria e Ribatejo se juntaram e onde a decisão foi dada aos clubes como um fato consumado.
Não houve, na data, qualquer Assembleia Geral a perguntar aos clubes se concordavam em realizar viagens de mais 400 km.
Nunca se pôs a hipótese de irmos para Lisboa participar nos campeonatos. Uma das razões, ditas por alguns dirigentes ribatejanos, é que não tínhamos qualquer hipótese e seríamos cilindrados (dificilmente o hóquei ribatejano poderá melhorar com este tipo de mentalidade). Coimbra não apresentava qualquer ameaça nos interesses tacanhos de alguns clubes que queriam ser campeões distritais em detrimento de puderem desenvolver a qualidade dos seus clubes em particular e do hóquei ribatejano no geral.
No entanto, só o facto das equipas ribatejanas puderem participarem em campeonatos com as 3 associações fez com que o hóquei ribatejano melhorasse a todos os níveis.
A questão que eu coloco depois da experiência deste últimos 4 anos é a seguinte: como é que estaríamos se em vez de termos ido para Coimbra e Leiria tivéssemos ido para Lisboa?
De certeza que o hóquei ribatejano estaria bastantes furos acima daquele onde se encontra presentemente.
A possibilidade de poder jogar com um maior número de equipas é sem dúvida uma enzima catalisadora que proporciona a melhoria da qualidade do hóquei praticado.
Quem é que lucra? Na minha opinião, todos, mas essencialmente os Clubes que mais apostam na formação, que são minimamente organizados, que querem evoluir em todos os aspetos e não estejam preocupados em serem “os melhores da sua rua”.
Se tivermos a possibilidade de participar nos campeonatos de Lisboa o hóquei Ribatejano dará um salto enorme relativamente ao hóquei praticado e a curto prazo seremos enormes, mas essencialmente é o hóquei que sai beneficiado. E porquê? A minha resposta é simples, sem desprimor para as equipas de Lisboa, no Ribatejo trabalha-se muito melhor. Têm treinadores na formação de grande qualidade, dos melhores do país. Têm feito milagres com as limitações de estarmos em zonas menos populacionais e onde o recrutamento é difícil fazendo algumas vezes omeletes sem ovos.
O que tem faltado? O ingrediente essencial para aumentar a qualidade do produto – mais equipas implica mais competição. Temos os outros ingredientes – excelentes treinadores, boa qualidade de infra-estruturas, boa organização.
A TÍTULO DE RESUMO AS VANTAGENS SÃO ENORMES PELO QUE DEVERÁ SER MANTIDA A OPÇÃO DE PARTICIPAR EM LISBOA.
Foto: José Luís Matos |
CA – Numa altura em que os clubes e famílias estão mergulhados na crise financeira, de que forma o HC Santarém contorna a situação para manter a actividade e a participação nas provas?
FM – O HCS depende essencialmente dos transportes dos pais para participarmos nas diferentes provas. O que se tem verificado é que há 1 ou 2 épocas atrás quando jogávamos fora iam 8 a 10 carros a apoiar a deslocação. A crise fez com que a conjugação de esforços entre os pais dos praticantes começou a ter mais expressão e agora na maior parte dos casos vão só 3 a 4 carros, dividindo-se assim despesas e consequentemente minimizam-se custos.
CA – Depois do Torneio Internacional na Páscoa, chegou agora o Torneio de Esperanças, que dividendos, espera o clube tirar destes eventos e que “ginástica” financeira faz para os realizar?
FM – Quando surgiu este Torneio foi uma tentativa de trazer as melhores equipas de Portugal nos escalões de Benjamins e Escolares. Com o surgimento de equipas de bambis acabamos por alargar também aos infantis.
O Torneio de Esperanças acaba por ser uma festa de encerramento de época na nossa casa e uma preparação para a próxima época dado que o regulamento do torneio é elaborado nesse sentido.
Presentemente o Torneio de Esperanças é essencialmente uma festa de convívio entre praticantes e pais proporcionando o contacto com outras equipas com quem habitualmente não jogamos.
Este Torneio normalmente dá muito trabalho e algum lucro sendo uma lufada de ar fresco no que diz respeito à parte financeira. Mais uma vez os pais dos nossos praticantes arregaçam mangas e servem almoços, vendem rifas, servem no bar e acaba por se tornar financeiramente positivo.
CA – Quantos atletas têm actualmente o HC Santarém em actividade e em que escalões?
FM – Neste momento o HCS tem cerca de 60 praticantes que irão iniciar a época 2013/14 nos escalões de benjamins, escolares, infantis, iniciados e juniores.
CA – Vamos agora falar dos seniores. Foi uma aposta ganha? É para manter?
FM – A experiência foi muito enriquecedora e deu-nos força para que a aposta do Clube se centralize ainda mais na formação. Acho que foi uma aposta ganha mas que precisa de amadurecer. Na próxima época não teremos seniores mas estou convicto que na época 2014/15 será para ficar definitivamente.
CA – Depois da participação no Regional da AP Lisboa, seguiu-se a participação na Taça APL, acabando no entanto por desistir. Quais os motivos que levaram a essa desistência?
FM – Quando iniciamos o projeto foi apresentado aos jogadores as condições para fazermos equipa de seniores que foram as seguintes: O HCS pagaria as arbitragens; inscrição nas diferentes provas (Torneio de abertura, Campeonato Regional e Taça APL) e inscrição (2/3) dos jogadores. Por sua vez os jogadores pagariam mensalidades e quotas e responsabilizar-se-iam pelos transportes dos jogos fora de Santarém.
O HCS cumpriu muito para além do que foi proposto pagando praticamente a totalidade das inscrições dos hoquistas e transportes através da disponibilização de uma carrinha de 9 lugares. É evidente que torna-se muito difícil suportar despesas que não estavam previstas e mais difícil ainda quando a maior parte (não todos) dos praticantes não cumpriram com as suas obrigações. Neste processo todo alguns perderam emprego no início da época e acabaram por não conseguirem ajudar o clube e essencialmente a sua equipa.
Perante uma situação que se foi agravando aliada ao facto da Câmara Municipal de Santarém não ter conseguido disponibilizar uma verba em atraso desde 2006, faltando 3 jogos fora e 1 em casa, era praticamente impossível suportar aquela despesa correndo o risco do Clube não poder cumprir com as suas obrigações até ao final da época.
O ÚNICO MOTIVO foi o aspeto financeiro que levou à desistência da equipa de sénior na Taça AP Lisboa.
CA – Qual foi a receptividade que o hóquei sénior teve neste regresso em Santarém?
FM – A cidade de Santarém é muito ingrata no que diz respeito ao desporto. Quem já viu equipas seniores de andebol, de basquetebol a jogar em Santarém com “meia dúzia de gatos pingados” a assistir a jogos importantes com equipas de primeiríssimo plano, não foi de estranhar que a recetividade de Santarém fosse igual ao daquelas modalidades. Só realmente os pais e praticantes das modalidades é que apareciam para assitir.
Vai com certeza demorar algumas décadas para alterar isto. O que é de lamentar é que ex-praticantes da modalidade desligaram-se na totalidade não aparecendo nem sequer para dizer mal.
CA – Projectos para o futuro?
FM – Neste tempo de crise os projetos para o futuro passam essencialmente em alimentar a base da pirâmide para que no futuro próximo possamos ter todos os escalões de formação em competição. Quando a conjuntura financeira melhorar, nessa altura, estaremos preparados para projetar o futuro.
CA – Que técnicos vai ter o HC Santarém na próxima época à frente dos diversos escalões?
FM – Na próxima época teremos o regresso do Rui Maçaneiro, a continuidade do André Vital e a minha, bem como a ajuda do Fábio Mogas na iniciação e benjamins. O Ricardo Relvas, guarda redes dos juniores, irá dar também uma ajuda apesar de não ter curso de treinadores, terminou o curso profissional de desporto. Desta forma eu e o Rui estaremos com os escolares, infantis, iniciados e juniores e onde os benjamins terão o André e o Fábio.
CA – Antes de terminar, tu que foste um dos muitos críticos da antiga direcção da AP Ribatejo, qual a tua opinião acerca do novo corpo directivo do hóquei Ribatejano?
FM – Este corpo diretivo trouxe credibilidade à APR que estava na rua das amarguras, sem rumo, e onde a modalidade de hóquei em patins só não foi banida da Associação por mero acaso. A culpa foi e será sempre dos clubes que lamentavelmente só atuaram quando tudo passou dos limites e quando chegaram à conclusão que quem geria a Associação não passava de uma cambada de incompetentes.
Felizmente as pessoas que pertencem ao corpo diretivo têm estado intimamente ligados às modalidades desde alguns largos anos e pelo menos já mostraram vontade de levar o barco a bom porto. Certamente que cometerão alguns erros (só erra quem faz alguma coisa) mas são pessoas que já mostraram que sabem dar um passo atrás dando primazia ao diálogo em prol das modalidades e dos clubes.
CA – Xico obrigado pela tua disponibilidade e deixo o espaço aberto para alguma mensagem que queiras deixar aos visitantes deste espaço
FM – Gavancho quero agradecer a oportunidade que me deste de poder enriquecer o Cartão Azul através desta entrevista, desejando que este espaço possa continuar a divulgar (e bem) o hóquei ribatejano.
Enquanto houver pessoas a manifestar e realçar de forma positiva o teu trabalho em prol do hóquei em patins através do Cartão Azul, deverás seguir de cabeça erguida, mesmo prejudicando a tua família (eu sei bem o que isso é).
A tua família com certeza que compreende essa tua paixão e estará sempre ao teu lado, essencialmente nos momentos difíceis.
Para os outros, maçaricos ou curiosos nesta modalidade, que pela sua mediocridade só sabem dizer mal, são tão pequenos que devem ser ignorados.
Vale a pena continuar pois haverá sempre quem mereça! É para esses que deverás canalizar toda a tua energia e gosto na divulgação do HÓQUEI EM PATINS.
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