"Algo se passa no Reino do Leão Templário"
Ao longo dos anos temos assistido à
saída de jogadores do clube A para o clube B, e depois do “iluminado” (pois só
um “iluminado” poderia ter uma ideia destas) ter decidido que a formação não
seria paga, lesando assim os clubes formadores e enriquecendo os planteis dos “chamados
grandes” a custo zero, mais jogadores foram saindo dos seus clubes de formação
rumo a clubes de outro nome em procura de um sonho que muitas vezes acaba por
não se concretizar.
Mas esta introdução/desabafo vem no
seguimento do que se está a passar este final de época na Secção Juvenil do SC
Tomar com notícias quase diárias de saídas de jogadores, e estamos a falar de
Pedro Martins (SL Benfica), Carlos “Carlitos” Silva (SL Benfica), Edgar Costa
(União FE), Gonçalo Domingues (HC Turquel), David Costa (ao que tudo indica a
caminho de um clube de Lisboa), a que se junta Tiago Godinho que na passada
época saiu rumo ao SL Benfica.
A situação actual com o desmembramento
completo da equipa de juniores do SC Tomar, equipa campeã regional e onde
evoluíam alguns dos campeões nacionais de juvenis 2011/2012, traz a lume várias
questões que passam por exemplo por saber qual a razão desta “sangria”, o que o
SC Tomar teria a lucrar com estas saídas, mas que vai ver sair estes atletas a
custo zero, e os prejuízos que essas saídas acarretam na componente desportiva
e qual o valor gasto pelo clube Nabantino na formação destes atletas.
Mas para mim, algo mais se passa, e se
olharmos para o SC Tomar como o grande clube formador do Ribatejo, com todos ou
quase todos os escalões presentes nos nacionais, com títulos Regionais todas as
épocas e como um clube apetecível para qualquer jogador, vemos uma estrutura
estável e competitiva a cair como um “castelo de cartas” num dos últimos
patamares da formação, num escalão que alimenta os seniores e num escalão onde
pelas provas dadas e qualidade dos atletas se podia aspirar a outros voos e
quiçá a uma repetição do feito alcançado em Sesimbra pelo escalão imediatamente
abaixo.
Sabemos que todos os jogadores
ambicionam representar um grande, seja o SL Benfica, o Sporting CP, o FC Porto
etc, mas será que representar o SC Tomar não é representar também um grande???
E que custos traz ao atleta ir atrás de um sonho numa modalidade como o hóquei
em patins???? Como fica por exemplo a componente académica???? Afinal o hóquei
não dá sustento a ninguém, e vejamos infelizmente o caso do Ricardo Cunha e de
muitos “Ricardo Cunha” espalhados de norte a sul no mundo do hóquei.
Olhando para a modalidade e para a
projecção da mesma actualmente e o reconhecimento e retorno financeiro que é dado
aos clubes formadores, temos de pensar se realmente vale a pena investir na
formação, ou então aproveitar e seguir o procedimento dos “chamados grandes” e
ir pescando “as trutas” aqui e ali, sem custos, mas garantidamente com enormes
benefícios, e assim tirar os jovens do seu “habitat natural”, com os prejuízos
inerentes à mudança e com os benefícios que por muito que sejam, nunca serão
superiores aos prejuízos e sempre com a conivência dos pais, muitos dos quais
deixando essa vertente de lado para assumir a de empresário sem olhar aos “prós
e contras” da situação.
Resta-me desejar as maiores felicidades a
todos os atletas e que consigam concretizar o seu sonho tanto na vertente desportiva
como académica e que esta divagação não passe disso mesmo, uma divagação e
nunca um alerta pertinente para os dirigentes, atletas e pais, mas temo que
seja mais esta do que propriamente uma divagação.
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