quarta-feira, 24 de julho de 2013

PAPARUCO - O COMENTADOR


"Algo se passa no Reino do Leão Templário"

Ao longo dos anos temos assistido à saída de jogadores do clube A para o clube B, e depois do “iluminado” (pois só um “iluminado” poderia ter uma ideia destas) ter decidido que a formação não seria paga, lesando assim os clubes formadores e enriquecendo os planteis dos “chamados grandes” a custo zero, mais jogadores foram saindo dos seus clubes de formação rumo a clubes de outro nome em procura de um sonho que muitas vezes acaba por não se concretizar.

Mas esta introdução/desabafo vem no seguimento do que se está a passar este final de época na Secção Juvenil do SC Tomar com notícias quase diárias de saídas de jogadores, e estamos a falar de Pedro Martins (SL Benfica), Carlos “Carlitos” Silva (SL Benfica), Edgar Costa (União FE), Gonçalo Domingues (HC Turquel), David Costa (ao que tudo indica a caminho de um clube de Lisboa), a que se junta Tiago Godinho que na passada época saiu rumo ao SL Benfica.

A situação actual com o desmembramento completo da equipa de juniores do SC Tomar, equipa campeã regional e onde evoluíam alguns dos campeões nacionais de juvenis 2011/2012, traz a lume várias questões que passam por exemplo por saber qual a razão desta “sangria”, o que o SC Tomar teria a lucrar com estas saídas, mas que vai ver sair estes atletas a custo zero, e os prejuízos que essas saídas acarretam na componente desportiva e qual o valor gasto pelo clube Nabantino na formação destes atletas.


Mas para mim, algo mais se passa, e se olharmos para o SC Tomar como o grande clube formador do Ribatejo, com todos ou quase todos os escalões presentes nos nacionais, com títulos Regionais todas as épocas e como um clube apetecível para qualquer jogador, vemos uma estrutura estável e competitiva a cair como um “castelo de cartas” num dos últimos patamares da formação, num escalão que alimenta os seniores e num escalão onde pelas provas dadas e qualidade dos atletas se podia aspirar a outros voos e quiçá a uma repetição do feito alcançado em Sesimbra pelo escalão imediatamente abaixo.

Sabemos que todos os jogadores ambicionam representar um grande, seja o SL Benfica, o Sporting CP, o FC Porto etc, mas será que representar o SC Tomar não é representar também um grande??? E que custos traz ao atleta ir atrás de um sonho numa modalidade como o hóquei em patins???? Como fica por exemplo a componente académica???? Afinal o hóquei não dá sustento a ninguém, e vejamos infelizmente o caso do Ricardo Cunha e de muitos “Ricardo Cunha” espalhados de norte a sul no mundo do hóquei.

Olhando para a modalidade e para a projecção da mesma actualmente e o reconhecimento e retorno financeiro que é dado aos clubes formadores, temos de pensar se realmente vale a pena investir na formação, ou então aproveitar e seguir o procedimento dos “chamados grandes” e ir pescando “as trutas” aqui e ali, sem custos, mas garantidamente com enormes benefícios, e assim tirar os jovens do seu “habitat natural”, com os prejuízos inerentes à mudança e com os benefícios que por muito que sejam, nunca serão superiores aos prejuízos e sempre com a conivência dos pais, muitos dos quais deixando essa vertente de lado para assumir a de empresário sem olhar aos “prós e contras” da situação. 

Resta-me desejar as maiores felicidades a todos os atletas e que consigam concretizar o seu sonho tanto na vertente desportiva como académica e que esta divagação não passe disso mesmo, uma divagação e nunca um alerta pertinente para os dirigentes, atletas e pais, mas temo que seja mais esta do que propriamente uma divagação.

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