TREINADOR DE BANCADA

OS SELECCIONÁVEIS, OS CONVOCÁVEIS E OS CONVOCADOS

Aí está a primeira convocatória da Selecção Nacional de Sub-17 tendo em vista o Europeu que se irá disputar de 27 de Agosto a 01 de Setembro de 2012 em Ploufragan, França. Quero desde já enviar os meus sinceros parabéns ao Guilherme Cunha pelo facto de ter sido convocado para este primeiro estágio, assim como à ACR Santa Cita clube que representa.

Agora olhando a frio para esta convocatória e depois de mais de 24 horas após a sua divulgação e afirmando publicamente o respeito que tenho pelas escolhas do Seleccionador Nacional e pelo seu trabalho no Quadro Técnico da FPP, não posso deixar de publicar a minha opinião, que de certeza será a mesma de muitos e muitos amantes da modalidade.

Pensava eu que as Selecções Nacionais e os respectivos trabalhos (ou estágios, como agora são chamados) eram destinados aos melhores (ou aos em melhor forma na altura dos trabalhos) e depois só os melhores dos melhores seriam os eleitos para representar o nosso país, mas parece que estou redondamente enganado, e sem tirar o mais pequeno valor a todos os seleccionados, parece-me que esta convocatória foi feita assim como se diz no comercio “por atacado”, ou seja convocam-se seis ou sete jogadores que farão parte do lote final e depois convocam-se cinco ou seis só para satisfazer algo ou alguém. Convocam-se atletas que estão parados há semanas e oriundos de campeonatos sem a competitividade mínima exigida, em detrimento de jogadores com provas dadas, alguns dos quais campeões e vice-campeões Nacionais esta época e na época finda.

Como não sou de deixar as conversas a meio, pergunto, por que razão, por exemplo o Diogo Casanova (FC Porto), o Pedro Batista (HC Turquel), o Tiago “Batata” (Sporting CP), o Carlos “Carlitos” Silva e Tiago Godinho (SC Tomar) entre outros que estiveram nas Final-four de Juvenis e Iniciados, não foram chamados? Para que servem afinal os Inter-Regiões e as fases finais dos Nacionais, se no fim alguns dos eleitos nem nesses eventos participaram esta época (mais uma vez não pondo de forma alguma em causa o valor dos jogadores).

É assim que se pretende contrariar a homogenia Espanhola há muitos anos a esta parte? É assim que podemos aspirar a conquistar títulos Europeus e Mundiais? É assim que não se deixam “pontas soltas” que possam por em causa a credibilidade da modalidade e do seu ponto mais elevado “As Selecções Nacionais”?.

Não seria mais lógico seleccionar já os que irão ser os 10 principais candidatos e depois seleccionar mais 2, 3 ou 4 que seriam observados em cada estágio, ou em mais que um talvez, para eventualmente poderem substituir algum dos principais candidatos que esteja numa quebra de forma, ou que possa vir a sofrer uma lesão, ou que depois da observação feita nos estágios não se enquadre naquilo que se pretende, e não seleccionar 12 e depois em cada estágio levar mais uns quantos e no dez final termos jogadores com 3 estágios, outros com dois e eventualmente um ou outro apenas com um.

Dirão alguns, quem sou eu para ter este tipo de comentário, e eu respondo sou apenas um amante da modalidade, que dia a dia a tento manter a divulgação da mesma, e que vibro com as vitórias da nossa Selecção e choro com as suas derrotas, e tento através deste espaço lutar contra o que eu acho que são situações que podem gerar o descrédito de uma modalidade que cada vez se “afunda” mais no mundo das ditas “modalidades amadoras”.

Para terminar espero dia 01 de Setembro poder rejubilar com a vitória Portuguesa no Europeu de Sub-17, e se por um lado há um proverbio que diz «Ramo que nasce torto, tarde ou nunca se endireita», eu neste caso prefiro sinceramente o que diz «Os ciganos nunca gostaram de ver bons princípios aos filhos»