segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

ESPAÇO ABERTO

Viva o Hóquei em Patins (ou que dele resta)

Foi com muita hesitação e alguma ponderação que decidi escrever este texto, até porque inerente às funções de seccionista da formação que tenho dentro do clube, conheço (ou penso que sim) minimamente a situação que levou a FPP a tomar a triste decisão de suspender a toda a actividade do Clube “HC Os Tigres.

Apesar de reconhecer que o meu pensamento neste assunto tem obviamente e decorrente de ter dois filhos a praticar a modalidade, um cariz emocional e pouco ou nada racional, quero contudo deixar aqui algumas dúvidas que o seccionista, mas principalmente o pai, tem num dia em que os seus filhos, conjuntamente com outras crianças deste e doutros clubes indirectamente envolvidos, às quais peço desde já desculpa, iam praticar este lindo desporto.

Assumo desde já que sou um amante pára-quedista desta modalidade, que nem um par de patins sabe calçar, quanto mais arriscar colocar-se em cima deles, mas que por gosto à mesma e decisão deles (filhos) se vê colocado numa situação à qual nunca pensaria acontecer (pelo menos deste modo) e num desporto com o qual diariamente aprendeu a amar.

Não vale a pena estar a aqui a descrever a situação económica do país, do Desporto em geral e do Hóquei em Patins em particular. Penso que todos nós sabemos as enormes dificuldades que todos os Clubes têm em colmatar os enormes problemas financeiros que têm diariamente. E que no caso preciso do Hóquei em Patins, em que se torna claramente um desporto caro e cada vez mais difícil de cativar os poucos miúdos que restam.

Mas isso, são contas doutro rosário e que quem decide localmente ou nacionalmente neste país deverá (ou deveria equacionar) nomeadamente no que á formação de todos os desportos diz respeito. Quero sim equacionar quem de direito sobre o timing desta decisão.

Num fim-de-semana em que a equipa sénior como era do domínio público não iria estar presente no jogo da Ilha Terceira com o Candelária (ao qual penso eu, mais equipas seguirão esta opção) e a uma semana de receber o grande F.C. Porto, o que passaria pela cabeça dos dirigentes Federativos, para precisamente neste momento, suspender toda a actividade do Clube, mas num fim-de-semana claramente muito infeliz, pois só haveria actividade de formação.

Não quero sequer pensar que o objectivo de quem dirige o nosso hóquei, seria propositadamente atingir, quem menos tem a ver com este problema. E até posso pensar (ou eventualmente conhecer) que se trata de alguma situação de incumprimento que se possa arrastar no tempo, mas meus Senhores relembro que na próxima semana haveria (ou haverá), uma recepção ao grande F.C. Porto e aí sim se era essa a intenção/decisão, então haveria toda a oportunidade da decisão agora tomada. Terão então de concordar comigo quando intitulo de infeliz, o timing de quem decide nestas matérias.

É pois para mim, amante da modalidade, um dia muito triste quando se aproxima a hora em que os meus filhos iam praticar o desporto que escolheram.  E o que diz a uma criança com 5 anos, que não vai poder praticar hóquei porque a sua actividade foi suspensa. Acham que ele vai perceber? Deixo aqui essa pergunta no ar a todos os implicados nesta infeliz decisão. Termino este já longo desabafo, deixando uma mensagem a todos aqueles que como eu são amantes desta modalidade, não deixem morrer o Hóquei em patins em Portugal e lutem por ele.
Viva o Hóquei em Patins (ou que dele resta)

Atentamente - José Salvador Seccionista da formação Benjamins/Escolares do “H.C. Os Tigres”

2 comentários:

paulo disse...

Amigo José Salvador; e digo amigo, porque como amante que é desta nossa querida modalidade, considero-o como tal. O sr. está a sofrer porque não encontra explicação para dar aos seus filhos porque não podem praticar a modalidade que gostam. É muito triste para um pai quando não tem resposta para um filho. As crianças equacionam tudo. Até a opção pelo desporto que escolheram. E a partir daqui, a "CASA", (modalidade-Hóquei em Patins) começa a desmoronar-se. E qualquer simples arquitecto, sabe, ou deveria saber, que um grande arranha céus, só se mantém de pé, se tiver uma base sólida. E a base de qualquer modalidade, são os escalões de formação. Será isto novidade para alguém? Não estou aqui a questionar o timming nem a base jurídica desta decisão, nem de quem a tomou. Naturalmente que foi tomada conforme o que está regulamentado. Disso não tenho dúvida nenhuma. Mas, meus Senhores, dirigentes supremos desta nossa amada modalidade; como os regulamentos assim determinam que tem que ser suspensa toda a actividade de todos os escalões do clube prevaricador, não poderá ser alterada essa lei, de forma a que não se mine a estrutura do nosso arranha céus? É que como o Sr. José Salvador tem dois filhos a iniciarem-se na modalidade, eu tenho um filho que a abandonou. E só eu sei a mágoa que sinto por isso. E decerto muitos mais pais sentirão o mesmo. Dúvidas???? Olhemos para o C.N. da 3ª Divisão desta época. Como será o próximo?
Termino a dizer que esta modalidade me deu tanto enquanto praticante, que eu jamais conseguirei retribuir. Neste momento sou o 2º Árbitro mais antigo em actividade, e, enquanto quiserem, e me deixarem, vou continuar a servir esta modalidade com todo o amor, paixão, carinho e respeito que ela me ensinou a ter.
VIVA O HÓQUEI EM PATINS.
Paulo Cruz - Árbitro nº 3 do C.N.A.H.P.

Gonçalo Nogueira disse...

Como paraticante e grande amante da modalidade, deixo aqui o meu profundo despreso por quem tomou esta decisão, com os seus joguinhos afectou-se quem não tinha culpa e jogadores tal como eu que adoram praticar Hoquei não puderam por causa disto.
Não podia concordar mais, grande abraço!