terça-feira, 26 de março de 2013

BALANÇO POSITIVO E EXCELENTE IMAGEM DEIXADA NA MEALHADA

A Selecção do Alentejo foi a grande surpresa da 37ª edição do Torneio Inter Regiões que se disputou na Mealhada, conseguindo um honroso 4º lugar, a melhor classificação de sempre, e ficando a ideia que poderia ter chegado aos lugares do pódio. Fomos ter com Mané Castilho o seleccionador Alentejano para falarmos do que se passou na Bairrada.
CA – Bom dia, em primeiro lugar os meus parabéns pelo excelente torneio que realizaram. Que balanço que fazes, agora que já passaram uns dias sobre o final.
MC – Olá Francisco e antes de mais obrigado por me dares a possibilidade de falar para um blogue que já é referência no panorama do hóquei nacional. Relativamente ao torneio como é obvio o balanço só pode ser muito positivo, não só pela boa classificação mas principalmente pela excelente imagem deixada por este grupo de trabalho quer dentro quer fora do campo.
CA – Quando começaram a acreditar que podiam chegar longe na prova?
MC – Nós no fundo sempre acreditámos que podíamos chegar longe pois tal como no ano passado, tínhamos uma boa selecção, com um bom colectivo e alguns bons valores individuais. O ano passado não tivemos a pontinha de sorte que se calhar tivemos este ano, e eu sabia que este ano as selecções principais não estavam tão fortes e que a nossa estava outra vez bastante equilibrada e poderia estar mais próximo dos grandes candidatos à conquista do torneio, e foi isso que veio a acontecer.

Alentejo vs Minho - Foto: Carlos Emídio Martins, Plurisports

CA – Depois do 1º lugar no Grupo A só com vitórias, como se motivam os já muito motivados atletas, sem que tanta motivação se torne em euforia?
MC – A motivação sempre existiu desde o primeiro jogo e claro com a vitória no grupo aumentou. Os jogadores nunca ficaram eufóricos porque sempre lhes disse para terem os pés bem assentes na terra e eles foram excelentes...desde os que jogaram mais aos que pouco jogaram foram uma verdadeira equipa e o resultado está a vista...os pais e amigos, esses sim ficaram mais eufóricos mas isso é perfeitamente natural.
CA – No jogo da meia-final, depois de conseguirem reduzir para a margem mínima a 4 minutos do final, acreditaste que era possível, ou a maior experiência dos Lisboetas não o permitiu. E até que ponto aquele "penalti saído da cartola de Paulo Rainha" condicionou o resultado?
MC – Em primeiro lugar parece me que Lisboa quis jogar com o Alentejo, pelo que vi no jogo deles com Aveiro que decidia o 1º lugar do grupo, pois vi-os muito satisfeitos no final desse jogo mesmo tendo perdido...mas isso foi estratégia deles talvez pensando que era fácil ganhar ao Alentejo, pois enganaram-se tal como toda a gente pode ver pois apesar da natural superioridade de Lisboa o jogo foi muito equilibrado até ao tal penalti que se calhar se fosse na área lisboeta não tinha sido marcado...mas foi...e ficamos com 2 golos de desvantagem e tornou se como é obvio muito mais difícil apesar de termos reduzido e lutado até ao final, mas infelizmente não foi possível, a selecção de Lisboa tem muito bons atletas e conseguiu com naturalidade segurar essa magra vantagem.
CA – A partida do 3º e 4º lugar de que forma foi encarada, sabendo de antemão que já haviam vencido o Minho, e por outro lado tentar motivar os atletas depois de terem falhado a final?
MC – Termos vencido o Minho não queria dizer nada pois sabíamos que iria ser um jogo ainda mais difícil devido ao cansaço acumulado e também a termos perdido o acesso á final da maneira que perdemos apesar de ter sido com a vencedora do torneio. Não foi fácil para os atletas perder com Lisboa o que demonstra bem a atitude desta equipa que queria muito ter chegado a final e isso claro pesou um pouco no último jogo, apesar de o Minho ter também uma boa equipa e ter ganho com justiça.

Alentejo vs Porto - Foto: Carlos Emídio Martins, Plurisports

CA – Como se consegue numa Associação com poucas equipas em competição, colocar uma equipa a jogar a este nível e olhos nos olhos com os favoritos e mais cotados (teoricamente)?
MC – Consegue-se com muito trabalho, com muito empenho e qualidade dos poucos atletas que temos, com o excelente trabalho feito nos 3 clubes que deram jogadores a esta selecção, CF Estremoz, CP Beja e GD Boliqueime, e também como é óbvio pelo bom trabalho feito neste projecto a 4 anos feito pela Associação de Patinagem do Alentejo, pois conseguiu-se criar um espirito de selecção, de grande amizade e camaradagem entre os miúdos, um bom envolvimento de dirigentes e pais dos atletas sem o qual estes resultados não seriam possíveis.
CA – Depois da excelente prova que o Alentejo fez, como se explica que nenhum dos seus atletas faça parte do 5 ideal?
MC – Infelizmente isso não aconteceu e se houvesse justiça 1 ou 2 estariam lá concerteza. Não consigo entender como se calhar não vou entender quando nenhum deles for chamado para os trabalhos da selecção nacional...mas sabe...nós somos do Alentejo e apesar dos bons resultados que temos e venhamos a obter e do excelente trabalho feito continuamos a ser do Alentejo...por isso...mas temos muito orgulho naquilo que somos e na região que representamos apesar de não nos darem muita importância.
CA – Lisboa foi o justo vencedor?
MC – Acho que era a equipa que tinha melhores valores individuais, não sei se foi um justo vencedor, acho que não foram honestos e demonstraram falta de espirito desportivo quando não fizeram tudo o que estava ao seu alcance para ganharem o primeiro jogo com Aveiro que decidia a passagem as meias-finais em 1º ou 2º lugar do grupo. Depois na final ganharam o jogo com naturalidade...se calhar foi por acaso...ganharam parabéns para eles.

Alentejo vs Coimbra - Foto: Carlos Emídio Martins, Plurisports

CA – No que fui escrevendo no Cartão Azul e também o Carlos Martins na Plurisports, dissemos que a equipa Açoriana, revelou qualidade e ficou uns furos acima do que demonstrou noutros Torneios, e não fosse a competição diminuta no arquipélago poderiam atingir outros patamares, qual a tua opinião?
MC – Sim penso que tiveram bem melhor este ano e claro com competição a outro nível com mais equipas e mais competitivas iriam melhorar com certeza, foi isso que aconteceu com as equipas Alentejanas que desde que competem com as equipas de Setúbal atingiram patamares que não existiam quando competiam só no Alentejo...e como é óbvio isso foi fundamental para o êxito da selecção nestes últimos anos.
CA – Concordas que o Porto foi a desilusão da prova?
MC – Não concordo...não era uma selecção tão forte como em anos anteriores mas era uma boa seleçao que teve alguma falta de sorte nos momentos decisivos no jogo contra a nossa equipa e também no jogo contra o Minho...e como as equipas eram muito equilibradas e os jogos decidem se por pormenores não conseguiu atingir as meias finais e isso concerteis foi uma desilusão para eles.
CA – Uma opinião acerca das outras equipas e se esperavas mais de umas ou de outras?
MC – Penso que foi um bom torneio e não conhecendo em pormenor algumas selecções não tinha grandes expectativas. O Minho, pensei que teria uma equipa mais forte e Lisboa apesar de ter ganho o torneio, estava a espera que fosse mais convincente.
CA – Para finalizar queria agradecer a tua disponibilidade e deixo o espaço aberto para alguma mensagem que queiras enviar aos visitantes do Cartão Azul. Obrigado
MC – Eu é que agradeço a oportunidade e espero que continues com o excelente trabalho que fazes em prol do desenvolvimento da modalidade, pois quem o devia fazer ou não o faz ou o faz mal e não de uma forma desinteressada como tu o fazes. Um abraço e esperamos por ti no nosso Alentejo para uma linguiçinha e um bom copo de vinho.

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