A equipa de juvenis da ACR Santa Cita realizou uma excelente época tendo conseguido o apuramento para o Nacional da categoria e até à última jornada lutou para o apuramento para a 2ª fase, tendo ainda conseguido no Regional ficado à frente do actual campeão nacional o SC Tomar, não permitindo à equipa Leonina defender o titulo conquistado na passada época em Sesimbra. Rui Nunes foi o líder da equipa, o técnico, o amigo, o rosto da excelente campanha da equipa, e foi na Cidade do Nabão que o fomos encontrar para saber como correu a época.
CA – Bom dia Rui, em primeiro lugar parabéns pela excelente época que a tua equipa realizou. Que balanço fazes da mesma?
RN – Bom dia Gavancho. Obrigado, queria uma vez mais agradecer-te todo o interesse e acompanhamento que nos fizeste. O balanço é bastante positivo. Foi uma época em que atingimos o objetivo principal que passava pela ida ao Nacional e que lutámos até à última jornada pela passagem à 2ª Fase. Fizemos 15 pontos, o que é um record do clube em todos os escalões jovens no Nacional.
CA – Começando pelo Regional acabaram em 3º lugar, atrás de CRC “Os Águias” e HC Turquel que se sagrou campeão, no entanto ficaram à frente do campeão nacional em titulo, quer comentar esta prestação?
RN – Bem, o apuramento foi muito competitivo. Haviam 4 equipas com fortes capacidades para lutar pelas 3 posições que davam acesso ao Nacional. O Turquel e a Memória tinham logo no início de época uma equipa consolidada que à partida lhe dariam mais hipóteses de se posicionarem nos primeiros lugares. O Tomar perdeu o Tiago Godinho para o Benfica mas mesmo assim ainda tinha condições para lutar pelo acesso ao Nacional. Nós tínhamos um grupo de bons jogadores mas ainda não tínhamos uma equipa. Cedo perdemos também o Rafael Godinho, jogador que estava a contar que nos ajudasse. O meu trabalho foi construir essa equipa, segundo as minhas ideias, sobre a pressão dos resultados, porque não fazia sentido fazer evoluir a equipa sem que a mesma não passasse pelo Nacional. Conseguimos o Nacional a 1 jornada do fim, algo que nos deixou extremamente contentes porque sentimos que lutámos contra tudo e contra todos para o conseguir. Mas respondendo de forma concreta à tua questão, o facto de termos ficado à frente do Tomar não teve nenhuma importância especial, importava era conseguir o acesso ao Nacional. Deixa-me, no entanto, realçar que o Turquel foi um justíssimo campeão regional, só com vitórias! O André Luís é um jovem colega treinador que merece porque trabalha para isso e auguro-lhe um grande futuro.
CA – Bom dia Rui, em primeiro lugar parabéns pela excelente época que a tua equipa realizou. Que balanço fazes da mesma?
RN – Bom dia Gavancho. Obrigado, queria uma vez mais agradecer-te todo o interesse e acompanhamento que nos fizeste. O balanço é bastante positivo. Foi uma época em que atingimos o objetivo principal que passava pela ida ao Nacional e que lutámos até à última jornada pela passagem à 2ª Fase. Fizemos 15 pontos, o que é um record do clube em todos os escalões jovens no Nacional.
CA – Começando pelo Regional acabaram em 3º lugar, atrás de CRC “Os Águias” e HC Turquel que se sagrou campeão, no entanto ficaram à frente do campeão nacional em titulo, quer comentar esta prestação?
RN – Bem, o apuramento foi muito competitivo. Haviam 4 equipas com fortes capacidades para lutar pelas 3 posições que davam acesso ao Nacional. O Turquel e a Memória tinham logo no início de época uma equipa consolidada que à partida lhe dariam mais hipóteses de se posicionarem nos primeiros lugares. O Tomar perdeu o Tiago Godinho para o Benfica mas mesmo assim ainda tinha condições para lutar pelo acesso ao Nacional. Nós tínhamos um grupo de bons jogadores mas ainda não tínhamos uma equipa. Cedo perdemos também o Rafael Godinho, jogador que estava a contar que nos ajudasse. O meu trabalho foi construir essa equipa, segundo as minhas ideias, sobre a pressão dos resultados, porque não fazia sentido fazer evoluir a equipa sem que a mesma não passasse pelo Nacional. Conseguimos o Nacional a 1 jornada do fim, algo que nos deixou extremamente contentes porque sentimos que lutámos contra tudo e contra todos para o conseguir. Mas respondendo de forma concreta à tua questão, o facto de termos ficado à frente do Tomar não teve nenhuma importância especial, importava era conseguir o acesso ao Nacional. Deixa-me, no entanto, realçar que o Turquel foi um justíssimo campeão regional, só com vitórias! O André Luís é um jovem colega treinador que merece porque trabalha para isso e auguro-lhe um grande futuro.
Foto: Jorge Ramos |
CA – No Nacional terminaram igualmente em 3º lugar, mas desta feita à frente do HC Turquel (4º) e CRC “Os Águias” (5º), este resultado significa uma evolução na tua equipa, ou o “amadurecimento” da mesma com o decorrer dos jogos?
RN – Como já referi, o meu trabalho passou por construir a equipa segundo as minhas ideias e em competição… E a partir do momento que conseguimos o Nacional, não tinha dúvidas que a equipa se iria libertar e jogar o dobro! Foi o que aconteceu, fizemos um Nacional muito bom. Ficar em 3º na série reconhecidamente mais difícil das 4 foi bastante bom. Podemos dizer que em termos de campeonato nacional ficámos entre as doze melhores equipa nacionais e não conseguimos a 2ª fase por fatores externos. O jogo com o Stuart em casa (vitória 4-1) foi o espelho de todo o trabalho desenvolvido e tal como dizes do amadurecimento competitivo que alcançámos.
CA – Ainda pelo Nacional, os jogos em Turquel e no Tojal frente ao Sporting motivaram bastantes críticas pela parte do Santa Cita, pela forma como foram dirigidos pelos árbitros e no caso do último jogo e que poderia dar o apuramento para a 2ª fase, também pelo comportamento de jogadores e publico. Queres comentar?
RN – Bem Gavancho. Foram situações diferentes! No entanto, é importante destacar o seguinte. Os árbitros têm que ter a noção que os jogos não são disputados só no dia de jogo! O que eu quero chamar a atenção é que treinadores e atletas preparam os jogos durante toda a semana e definem determinadas estratégias para tentar ganhar. No jogo com o Turquel tínhamos planeado retardar/impedir que o Turquel marcasse nos primeiros minutos para que arriscassem e pudéssemos em transições rápidas marcar e desconcentrar o adversário. Só que quando um árbitro apita nos primeiros minutos uma escorregadela solitária e admoesta com livre direto e cartão azul um jogador que está a 3 metros do local é um obstáculo difícil de superar! Todos erramos mas há erros difíceis de compreender. Neste jogo houve mais situações, a meu ver mal decididas, que nos impediram de lutar pelo resultado, não tirando o mérito ao Turquel evidentemente. No Sporting, a questão muito sinceramente não passou pelo árbitro… Era difícil que o árbitro fizesse melhor num cenário em que todos os meios serviram para atingir o fim. Ando no hóquei há mais de 25 anos e nunca tinha visto uma equipa que querer ganhar o jogo baseado nas provocações, intimidações e simulações durante todo o jogo. Não é dessa maneira que quero ganhar jogos, mesmo que essas vitórias deem acesso a algo importante.
CA – Alguns dos teus atletas foram chamados pelo Luís Miguel Cunha para representar a equipa sénior. Que benefícios podem trazer estes minutos no escalão sénior a estes jovens?
RN – Existem atletas em Santa Cita com grande valor desportivo e humano… Mas há que respeitar as etapas próprias de evolução e não as “queimar”! O facto de terem ido aos Séniores deve-se em parte, pelo facto de não termos tido este ano o escalão de Juniores. Após Nacional fazia todo o sentido que alguns atletas vivenciassem um nível competitivo que os desafiasse e motivasse. Fiquei bastante contente com a resposta de cada um! É sinal que as bases estão lançadas e que agora terão de ser eles a imporem-se e a ganharem o seu espaço.
CA – Quantos jogadores sobem a juniores e o que perspetivas para a próxima época. Vamos continuar a ver o Rui Nunes a treinar estes jovens ou tens outros projetos/convites em carteira?
RN – Sobem praticamente metade dos jogadores. O Santa Cita está, como é sabido, numa fase de transição. Houve uma direção recentemente eleita e sinceramente ainda não tenho conhecimento do seu projeto para a secção juvenil. Pessoalmente tenho algumas ideias do que pretendo mas não tenho nada definido. Orgulho-me do trabalho que desenvolvi nestes 4 anos, onde consegui 3 Nacionais, um de Infantis, um de Iniciados e outro de Juvenis. Dei continuidade ao trabalho de iniciação que o Nuno Nobre começou, pegando num grupo de Benjamins, atualmente Escolares de 1º ano que me tem dado grande gozo trabalhar, porque vejo que são miúdos com grande vontade de aprender, que têm evoluído de forma espetacular e que mantêm uma margem de progressão impressionante. Penso mesmo que podem marcar uma geração no Clube.
RN – Como já referi, o meu trabalho passou por construir a equipa segundo as minhas ideias e em competição… E a partir do momento que conseguimos o Nacional, não tinha dúvidas que a equipa se iria libertar e jogar o dobro! Foi o que aconteceu, fizemos um Nacional muito bom. Ficar em 3º na série reconhecidamente mais difícil das 4 foi bastante bom. Podemos dizer que em termos de campeonato nacional ficámos entre as doze melhores equipa nacionais e não conseguimos a 2ª fase por fatores externos. O jogo com o Stuart em casa (vitória 4-1) foi o espelho de todo o trabalho desenvolvido e tal como dizes do amadurecimento competitivo que alcançámos.
CA – Ainda pelo Nacional, os jogos em Turquel e no Tojal frente ao Sporting motivaram bastantes críticas pela parte do Santa Cita, pela forma como foram dirigidos pelos árbitros e no caso do último jogo e que poderia dar o apuramento para a 2ª fase, também pelo comportamento de jogadores e publico. Queres comentar?
RN – Bem Gavancho. Foram situações diferentes! No entanto, é importante destacar o seguinte. Os árbitros têm que ter a noção que os jogos não são disputados só no dia de jogo! O que eu quero chamar a atenção é que treinadores e atletas preparam os jogos durante toda a semana e definem determinadas estratégias para tentar ganhar. No jogo com o Turquel tínhamos planeado retardar/impedir que o Turquel marcasse nos primeiros minutos para que arriscassem e pudéssemos em transições rápidas marcar e desconcentrar o adversário. Só que quando um árbitro apita nos primeiros minutos uma escorregadela solitária e admoesta com livre direto e cartão azul um jogador que está a 3 metros do local é um obstáculo difícil de superar! Todos erramos mas há erros difíceis de compreender. Neste jogo houve mais situações, a meu ver mal decididas, que nos impediram de lutar pelo resultado, não tirando o mérito ao Turquel evidentemente. No Sporting, a questão muito sinceramente não passou pelo árbitro… Era difícil que o árbitro fizesse melhor num cenário em que todos os meios serviram para atingir o fim. Ando no hóquei há mais de 25 anos e nunca tinha visto uma equipa que querer ganhar o jogo baseado nas provocações, intimidações e simulações durante todo o jogo. Não é dessa maneira que quero ganhar jogos, mesmo que essas vitórias deem acesso a algo importante.
CA – Alguns dos teus atletas foram chamados pelo Luís Miguel Cunha para representar a equipa sénior. Que benefícios podem trazer estes minutos no escalão sénior a estes jovens?
RN – Existem atletas em Santa Cita com grande valor desportivo e humano… Mas há que respeitar as etapas próprias de evolução e não as “queimar”! O facto de terem ido aos Séniores deve-se em parte, pelo facto de não termos tido este ano o escalão de Juniores. Após Nacional fazia todo o sentido que alguns atletas vivenciassem um nível competitivo que os desafiasse e motivasse. Fiquei bastante contente com a resposta de cada um! É sinal que as bases estão lançadas e que agora terão de ser eles a imporem-se e a ganharem o seu espaço.
CA – Quantos jogadores sobem a juniores e o que perspetivas para a próxima época. Vamos continuar a ver o Rui Nunes a treinar estes jovens ou tens outros projetos/convites em carteira?
RN – Sobem praticamente metade dos jogadores. O Santa Cita está, como é sabido, numa fase de transição. Houve uma direção recentemente eleita e sinceramente ainda não tenho conhecimento do seu projeto para a secção juvenil. Pessoalmente tenho algumas ideias do que pretendo mas não tenho nada definido. Orgulho-me do trabalho que desenvolvi nestes 4 anos, onde consegui 3 Nacionais, um de Infantis, um de Iniciados e outro de Juvenis. Dei continuidade ao trabalho de iniciação que o Nuno Nobre começou, pegando num grupo de Benjamins, atualmente Escolares de 1º ano que me tem dado grande gozo trabalhar, porque vejo que são miúdos com grande vontade de aprender, que têm evoluído de forma espetacular e que mantêm uma margem de progressão impressionante. Penso mesmo que podem marcar uma geração no Clube.
Foto: Sérgio Marques |
CA – Como vês os escalões de formação em Santa Cita e que futuro/objetivos a curto/médio prazo?
RN – O trabalho planeado e desenvolvido pelo até agora responsável pela secção juvenil, o Rui Pedro Cunha está à vista de todos. Santa Cita é neste momento uma referência regional e nacional na formação e isso deve-se em grande parte ao seu projeto e à consequente forte aposta feita, em termos estruturais e humanos para que isso acontecesse. É necessário dar continuidade e ao mesmo tempo dar outro impulso à captação/iniciação que é o escalão mais importante de qualquer clube… Os objetivos só poderão ser fixados quando esta nova direção os assumir.
CA – Como está o hóquei jovem no Ribatejo? Que benefícios/prejuízos trouxeram os Regionais?
RN – O hóquei jovem no Ribatejo está adaptar-se à crise que nos assola, mas apesar das dificuldades vai conseguindo mostrar resultados e bons trabalhos… Aliás vejo a maior parte dos Clubes regionais e nacionais a fazerem os ajustes a esta nova realidade! Só há, na minha opinião, uma instituição no hóquei que se mantém fora, que é a Federação de Patinagem de Portugal!! Os valores das taxas de jogo, inscrições, transferências, etc, parecem-me completamente desajustadas às dificuldades que os Clubes apresentam hoje em dia. Relativamente aos Regionais penso que foram claramente uma mais-valia. O Sp. Tomar foi campeão nacional de Juvenis o ano passado. Nós lutámos pela 2ª fase do Nacional até à última jornada. Este ano os Infantis do Tomar quase que atingiram novamente a final four. E muitos mais exemplos poderiam dar da qualidade dos trabalhos que se têm desenvolvido. Eu sou da opinião que se deveria ter mantido o modelo antigo, nomeadamente o das 3 regiões: Ribatejo, Leiria e Coimbra, no entanto confio nesta nova direção da Associação, no sentido de saberem acautelar os interesses dos clubes ribatejanos. É verdade que os Regionais acarretam para os Clubes mais despesas, principalmente nas deslocações mas as vantagens desportivas superam de forma bem clara essa dificuldade.
CA – Para finalizar resta-me agradecer a tua disponibilidade e fica o espaço aberto para alguma mensagem que queiras deixar aos visitantes do Cartão Azul. Obrigado
RN – Obrigado uma vez mais pela oportunidade Gavancho. Desejo a todos os visitantes do Cartão Azul umas boas férias e que continuem a visitar o teu blog, pois já é uma referência do hóquei nacional. Queria deixar ainda um forte a abraço a todos os meus jogadores e dizer-lhes que foi mais uma vez um prazer ter sido treinador de todos eles.
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